Queda da Monarquia - Proclamação da República (15/11/1889)

  • República
  • Conflitos que levaram a queda da Monarquia 
  • O Golpe de 15 de novembro de 1889

REPÚBLICA    
    República é o regime político em que o chefe de Estado é eleito pelo povo de forma direta ou indireta por um Colégio Eleitoral para cumprir um mandato com tempo determinado. Existem várias formas de uma república: parlamentarista, semi-presidencialista ou presidencialista, está última é adotada pelo Brasil, Estados Unidos, Argentina, etc.  
Segunda Família do Real
Efígie da República, no papel-moeda de 200 reais.
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CONFLITOS QUE LEVARAM A QUEDA DA MONARQUIA
    A primeira tensão política é o crescimento do movimento republicano no Brasil, que tem como pontapé inicial o Manifesto Republicano de 1870 liderado por Quintino Bocaiúva e Joaquim Saldanha Marinho.
Capa do jornal "A Republica" contendo o manifesto republicano.
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    Em 1873, na Convenção de Itu em São Paulo, é criado o PRP – Partido Republicano Paulista. O novo partido obtém o apoio cafeicultores de São Paulo, que buscavam reformas políticas e o federalismo com maior autonomia para as províncias. O PRP, apesar de pequeno conseguiu eleger dois deputados gerais (atuais deputados federais): Prudente de Morais e Campos Sales.
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Convenção de Itu
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    O movimento republicano em 1889 era dividido em três grupos, os primeiros eram chamados de abolicionistas convictos (jacobinos) que eram liderados por Silva Jardim e Lopes Trovão e defendiam que se chegasse à república por meio de um movimento popular.
Antônio da Silva Jardim – Wikipédia, a enciclopédia livre
Antônio da Silva Jardim

Blog do MJ Rodrigues: Os líderes republicanos brasileiros no fim do século  XIX-artigo 2: Lopes Trovão
José Lopes da Silva Trovão
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    O segundo grupo era chamado de republicanos históricos tendo como principal expoente Quintino Bocaíuva que defendia a transição da monarquia para a república de forma pacífica, sem violência. 
Quintino Bocaiuva – Wikipédia, a enciclopédia livre
Quintino Bocaíuva

Prudente de Morais
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    O terceiro grupo é o chamado de positivistas, porque eram ligados aos ideais de Auguste Comte e receberam vários adeptos dentro das Forças Armadas, o principal nome foi Benjamin Constant. Eles combatiam a monarquia ferrenhamente, defendendo a separação entre o Estado e a Igreja e a implantação de uma ditadura republicana.
Benjamin Constant 

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Júlio de Castilhos
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    A segunda tensão foi a questão religiosa, quando o Papa Pio IX lançou a Bula Syllabus, onde proibia a aproximação da Igreja Católica com a maçonaria.
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Imperador D. Pedro II

Papa Pio IX 
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    Como no Brasil, a Igreja estava sujeita ao Estado, D. Pedro II ignorou a Bula, afirmando que no Brasil essa medida não seria seguida, porém o Bispo de Olinda, Don Vital e Don Macedo, Bispo de Belém do Pará seguiram as ordens do Papa, o que resultou na prisão dos dois bispos, estremecendo as relações entre a Igreja, Império e parte da sociedade.
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Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira

Dom Antônio de Macedo Costa 
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    A terceira tensão era o movimento abolicionista, o Brasil era o único país independente da América que ainda mantinha a escravidão. Em 1880 foi fundada a Sociedade Brasileira contra a Escravidão e a Associação Central Emancipacionista, que juntas formaram a Confederação Abolicionista.
Lei Áurea completa 132 anos - Siará News
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    O movimento abolicionista tinha como principais líderes: José do Patrocínio, André Rebouças, Luís Gama, diplomata Joaquim Nabuco e intelectuais como Castro Alves. Eles também se preocupavam em criar condições para inserir o negro na sociedade e no mercado de trabalho após a abolição.
José do Patrocínio – Wikipédia, a enciclopédia livre
José do Patrocínio

Ciência negra: uma proposta para a descolonização do conhecimento - Mundo  Negro
André Rebouças
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    Além dos movimentos abolicionistas, o Brasil sofria pressão internacional da Inglaterra, que em 1845 aprovou a Lei Bill Aberdeen sendo uma reação inglesa contra a escravidão, buscando caçar navios negreiros pelos sete mares, isso dificultou cada vez mais a continuidade do tráfico de escravos pelo Oceano Atlântico.
O que a (in)decisão do STF tem a ver com o navio negreiro?
Escravos sendo embarcados (amontoados) em um navio negreiro.
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    Em 13 de maio de 1889, ocorreu finalmente a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, que aboliu a escravidão no Brasil.
Lei Áurea (1888) - História do Brasil - InfoEscola
Lei Áurea 

Isabel do Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre
Princesa Isabel
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    Se por um lado temos um imenso ganho humano, na economia os fazendeiros perderam seus “investimentos” sem indenização, assim esses senhores de escravos, que eram a base de sustentação do Segundo Reinado, passaram a fazer oposição ao imperador e ao regime monárquico.
IMAGEM | OBRAS DE JEAN-BAPTISTE DEBRET | Debret, Escravidão, Obras de debret
Regresso de um proprietário, obra de Jean-Baptiste Debret.
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    O quarto conflito, mas não menos importante foi a questão militar, que são na verdade uma série de conflitos entre o Império e o Exército que ocorre após a Guerra do Paraguai até a queda da Monarquia.
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Oficiais do Exército em 1886.
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    Em 1883, os militares criticaram o imperador na imprensa devido ao não pagamento de indenizações para os ex-combatentes da Guerra do Paraguai, para contornar a situação o imperador proibiu os militares de se manifestar na imprensa. Em 1884, o Exército passa a se recusar a participar da caça de escravos fugidos. 
RESUMO: O QUE FOI A GUERRA DO PARAGUAI? - YouTube
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     Em 1887 é fundado o Clube Militar que passa a expressar sua visão na imprensa, além de exigir maior participação na política do país. Para a presidência do clube foi eleito o Marechal Deodoro da Fonseca, que de início mostrou um caráter abolicionista ao se negar a capturar escravos fugitivos.
Deodoro da Fonseca, marechal do Exército Imperial.
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O GOLPE DE 15 DE NOVEMBRO DE 1889
    Os ânimos da capital Rio de Janeiro estavam exaltados entre republicanos e monarquistas. Em junho de 1889, um novo indicado pelo imperador D. Pedro II, toma posse como Presidente do Conselho de Ministros (primeiro-ministro), era Afonso Celso de Assis Figueiredo, mais conhecido como Visconde de Ouro Preto, pertencente ao Partido Liberal e propondo algumas reformas.
Visconde de Ouro Preto, presidente do Conselho de Ministros entre junho a novembro de 1889.
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    Os deputados e senadores não aprovaram as reformas e diante da crise política o primeiro-ministro solicitou apoio do Exército, mas este se recusou interferir na política interna do país. Em represália, o Visconde de Ouro Preto faz ameaças de retaliação ao Exército, esse fato causou indignação entre nos setores militares.
A crise vai fortalecer os grupos que queriam o fim da monarquia.
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   Em 14 de novembro, boatos de que Benjamin Constant e Deodoro da Fonseca seriam presos, precipitaram os acontecimentos. No dia 15/11/1889 o Marechal Deodoro da Fonseca assumiu o comando das tropas revoltosas e ocupou as ruas da capital, na sequencia decretou a prisão do Visconde de Ouro Preto.
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Proclamação da República do artista Henrique Bernardelli em 1900.
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    Logo foi proclamada a República e formado o Governo Provisório sob a presidência de Deodoro da Fonseca. A Família Imperial Brasileira seguia para o exílio, inicialmente em Portugal.
Proclamação da República (1893), óleo sobre tela de Benedito Calixto (1853-1927).
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Frentes de batalha na Primeira Guerra Mundial

Mapas das principais áreas de conflito durante a Grande Guerra

    Mapa da Europa em 1914 e suas principais áreas de conflito.  
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    Mapa do Oriente Médio e as principais zonas de conflitos.
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    Mapa dos conflitos no continente africano.
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Primeira Guerra Mundial: parte final da guerra (1917-1918)

  • Forças militares 1917-1918
  • Saída da Rússia da guerra 
  • Entrada dos EUA na guerra
  • Brasil na Primeira Guerra
  • Terceira fase: Ofensivas de 1918 e os armistícios 

FORÇAS MILITARES 1917-1918  
    Em 1917, temos grandes mudanças no cenário mundial, com a entrada dos EUA e a saída da Rússia, motivada pela Revolução Russa.  
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SAÍDA RÚSSIA DA GUERRA
Rússia

    Em 1917, a insatisfação de vários setores da sociedade russa, em especial do proletariado levou a queda do czar Nicolau II e da Dinastia Romanov que governava o país desde 1613. Esse fato é chamado de Revolução de Fevereiro de 1917 quando foi instalado um governo provisório chefiado pelo social-democrata Alexander Kerensky que manteve a Rússia no conflito mundial.
O czar Nicolau II que foi obrigado a abdicar em março de 1917.

Alexander Kerensky, chefe do Governo Provisório Russo de julho a novembro de 1917.
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    Mas as fracas campanhas militares e os altos gastos militares levaram a um colapso econômico no país, além disso na prática o Soviete de Petrogrado liderado por Lenin rivalizava com o governo provisório de Kerensky. Os sovietes eram totalmente influenciados pela ideia de uma revolução comunista e a retirada do país do conflito mundial.
Reunião do Soviete de Petrogrado em 1917.    
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    Em outubro, os sovietes (bolcheviques) tomam o poder na conhecida Revolução de Outubro de 1917 tendo como líder Vladimir Lenin. Com isso, iniciaram as negociações para a assinatura de um tratado de paz em dezembro de 1917.
Fotografias que falsificam a História
Vladimir Lenin discursando para a multidão durante a Revolução Russa.

Lenin - Biografia do revolucionário Russo - InfoEscola
Vladimir Lenin, líder da revolução bolchevique na Rússia.
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     Por fim, em março de 1918 era assinado o Tratado de Brest-Litovsky entre a Rússia e a Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria, Bulgária e Império Otomano). A Rússia pelo tratado perdia vários territórios que formaram nos anos seguintes novos países na Europa Oriental: Finlândia, Polônia, Estônia, Letônia, Lituânia, Bielorrússia e Ucrânia. 
3 de Marzo 1918 – Tratado de Brest-Litovsk
Territórios perdidos pela Rússia na Primeira Guerra.
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ENTRADA DOS EUA NA GUERRA   
    Estados Unidos permaneciam neutros no conflito mundial, mas mantendo relações comerciais com o Reino Unido e a França. Com isso, a Marinha Imperial Alemã começava a afundar cada vez mais navios nessa travessia entre a América e a Europa prejudicando o comércio de mercadorias e passageiros.
Submarinos alemães torpedearam o navio de passageiros britânico Lusitânia, um dos maiores do mundo naquela época.
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    Em 1917, a Alemanha iniciou a guerra no mar irrestrita e passou a atacar e afundar navios mercantes de vários países neutros por levarem suprimentos aos países da Tríplice Entente (Reino Unido, França,  Itália, Rússia, etc). Foi nesse momento que navios mercantes brasileiros também sofreram ataques, logo o Brasil declararia guerra a Alemanha.
SM U-21 (Germany) - Wikipedia
Submarinos alemães no porto de Kiel, Alemanha.
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    Naquele momento, os EUA sob a presidência de Woodrow Wilson para defender-se das agressões sofridas e garantir seus investimentos, entrou na Primeira Guerra Mundial, em abril de 1917 declarando guerra à Alemanha.
Estados Unidos

President Woodrow Wilson And His Racist Legacy - The Atlantic
Woodrow Wilson, presidente dos EUA durante a Primeira Guerra Mundial. 
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BRASIL NA PRIMEIRA GUERRA
    O Brasil sofreu com o torpedeamento de navios mercantes, o vapor brasileiro Paraná carregado de café foi atacado e afundado pelos alemães em 1917. O Brasil sob a presidência de Venceslau Brás declara guerra ao Império Alemão em outubro de 1917.
O governo do presidente Venceslau Brás. Venceslau Brás - Brasil Escola
O presidente Venceslau Brás assinado a declaração de guerra contra o Império Alemão.
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    A participação brasileira na guerra baseou-se principalmente na colaboração de patrulhamento do Oceano Atlântico no noroeste da África juntamente com outras forças e o envio de uma missão médica militar.
O Brasil participou da Divisão Naval em Operações de Guerra (DNOG) de patrulhamento enviando os cruzadores e contratorpedeiro, na imagem o cruzador Bahia.
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 TERCEIRA FASE: OFENSIVAS DE 1918 E OS ARMISTÍCIOS  
    Em junho de de 1917, chegou a Europa os primeiros soldados dos EUA que formavam a Força Expedicionária Americana, ao todo os norte-americanos enviaram mais de 2 milhões de soldados para o teatro europeu da guerra.
First in France: U.S. Marines – Vintagraph Prints
Tropas norte-americanas na França.
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    A propaganda fez parte da ideia de incentivar o alistamento para a Grande Guerra, cartazes famosos surgiram nesse período.
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Cartaz norte-americano Tio Sam “Eu quero você em uma estação de recrutamento dos Exército dos EUA mais próxima”.

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Cartaz britânico visando o recrutamento, 
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    No início de 1918, os alemães já vitoriosos na Frente Oriental, deslocam suas forças militares para a Frente Ocidental e lançam uma ofensiva contra a Tríplice Entente. Mas a ofensiva alemã é derrotada na Segunda Batalha do Marne pelos exércitos franceses, britânicos e estadunidenses em agosto de 1918.
Soldados franceses durante a Segunda Batalha do Marne.
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    Com a vitória em Marne, as tropas da Entente lançaram a Ofensiva dos Cem Dias, iniciada com a vitória dos franceses, britânicos e norte-americanos na Batalha de Amiens. Os alemães tiveram que recuar até uma linha de defesa, chamada de Linha Hindenburg.
Linha Hindenburg e a ofensiva da Entente.
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    Nesse momento a Tríplice Entente derrotou os alemães em várias batalhas próximas da fronteira franco-alemã. Nesse contexto, inicia uma revolta interna na Alemanha contra a guerra e o imperador.
França - Centenário da Grande Guerra - Portugueses na ofensiva final
Avanço da Entente durante a Ofensiva dos Cem Dias.
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     Os países da Tríplice Aliança começaram a se render, primeiro a Bulgária, na sequencia também abaixam as armas o Império Otomano assinando o Armistício de Mudros (30 out. 1918) e o Império Austro-Húngaro que se dissolvia a medida que poloneses, tchecos, húngaros, croatas, bósnios, sérvios desejavam a independência total de seus países.
Mapa do Império Austro-Húngaro demostrando as etnias que compunham o país.
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    Na Alemanha, diante da derrota eminente na Grande Guerra, ocorre a chamada Revolução Alemã (1918) quando o imperador alemão Guilherme II abdica ao trono, sendo proclamada uma república parlamentarista na Alemanha no dia 09 de novembro de 1918, ela ficou conhecida como República de Weimar.
Ao lado Philipp Scheidemann proclama a “República Alemã” na sacada na Chancelaria do Reich. 

Bandeira da Alemanha durante a República de Weimar (1918-1933), é a bandeira atual da Alemanha.
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    O governo da nova república alemã tendo como presidente Friedrich Ebert e como chanceler (primeiro-ministro) Philipp Scheidemann ambos do Partido Social-Democrata da Alemanha (SDP), abrem negociações e enviam um representante para a assinatura da rendição da Alemanha, o Armistício de Compiègne, era o fim da guerra.
Delegação das nações junto ao vagão em que foi assinado o Armistício na floresta de Compiègne.
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   Quando da assinatura do armistício, a Alemanha estava sozinha para enfrentar os exércitos da França, EUA, Reino Unido que teve a ajuda de tropas do seu Império colonial (Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Índia). Nessa altura da guerra, a Entente tinha derrotado as tropas alemãs, mas os combates encerraram basicamente na fronteira franco-alemã.
Marechal Ferdinand Foch, supremo comandante aliado (Tríplice Entente) entre 1918-1920.
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    Como a Berlim e a maior parte da Alemanha não foi ocupada, logo depois da guerra e nos próximos anos, vários líderes militares e parte dos civis estavam descontentes porque acreditavam que mesmo sozinhos, conseguiriam vencer a guerra, assim surgiu a “Lenda da punhalada pelas costas” defendida pelo marechal Paul von Hindenburg e outros militares como o general Erich Ludendorff. Os traidores da Alemanha tinham assinado a rendição na guerra.
Lenda da punhalada pelas costas – Wikipédia, a enciclopédia livre
Propaganda antissemita e contra a república da Alemanha.
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