- Tratado de Lisboa (1861), Tratado de Utrecht (1713/1715) e o Tratado de Madrid (1750)
- Sete Povos das Missões e a Guerra Guaranítica (1753-1756)
- Tratado de El Pardo (1761), Tratado de Santo Ildefonso (1777) e o Tratado de Badajós (1801)
Com a União Ibérica (1580-1640), o Tratado de Tordesilhas não foi respeitado pela colonização portuguesa, avançando no interior com as expedições dos bandeirantes, aldeamentos de jesuítas portugueses e a criação de gado. A Espanha também não respeitou o tratado, invadindo as colônias portuguesas no Oriente, como as Filipinas. Assim foram assinados vários tratados entre Portugal e Espanha para redefinir as novas fronteiras.
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TRATADO DE LISBOA (1681) A disputa iniciou-se em 1680 quando Manuel Lobo governador da capitania do Rio de Janeiro a mando da Coroa portuguesa fundou a Colônia do Sacramento (no atual Uruguai) as margens do Rio da Prata, mas o assentamento foi ocupado militarmente pelos espanhóis no mesmo ano. O objetivo português era povoar a região entre Laguna e o Rio da Prata defendendo a região rica em gado e tentar contrabandear prata da Bolívia.
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O Tratado de Lisboa (1681), definiu a devolução da Colônia do Sacramento aos portugueses, para tal feito Portugal contou com apoio diplomático da Inglaterra. Apenas em 1683 as tropas espanholas entregam a Colônia do Sacramento aos portugueses, mas os conflitos continuaram.
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TRATADO DE UTRECHT (1713) Também conhecido como Paz de Utrecht, foi assinado depois do término dos conflitos da Guerra de Sucessão Espanhola, que envolveu vários países e interesses. Portugal conseguiu o reconhecimento de sua soberania sobre os territórios na América Portuguesa, perante a Espanha. Além disso, um acordo entre Portugal e França definiu o rio Oiapoque a fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa.
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TRATADO DE UTRECHT (1715) Conhecido também como Segundo Tratado de Utrecht, foi assinado entre portugueses e espanhóis. Ficou novamente reconhecido que a Colônia do Sacramento era uma possessão portuguesa, mas Portugal ficou obrigado a não permitir, que alguma nação da Europa, que não seja a portuguesa, podiam comercializar com a colônia.
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TRATADO DE MADRID (1750) O Tratado de Madri de 1750 foi assinado novamente entre Portugal e Espanha. Por esse tratado, o Brasil ganha as regiões ocupadas na Amazônia e no centro-oeste, ficando praticamente com a configuração atual.06 | ||||
Esse tratado não definia linhas retas para as fronteiras, mas utilizou um novo conceito para a época, levando em consideração a ideia do diplomata luso-brasileiro Alexandre de Gusmão, que era a posse efetiva da terra, (Uti Possidetis) e os acidentes geográficos como limites naturais.
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Assim os portugueses por meio da ação diplomática conseguiram tomar grande extensão de terra na América. No Sul, os portugueses enviaram em 1746 casais de açorianos para garantir a posse da terra, tais emigrantes se fixaram na região do Guaíba e fundaram posteriormente um povoado conhecido como Porto dos Casais (atual Porto Alegre).
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Ocorreu também uma troca: Portugal cedeu para a Espanha a Colônia do Sacramento e a Espanha cedia para Portugal os territórios dos Sete Povos das Missões que eram missões indígenas construídas por jesuítas espanhóis. Esse ponto do tratado levou a uma guerra.
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SETE POVOS DAS MISSÕES E A GUERRA GUARANÍTICA (1753-1756)
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Os Sete Povos das Missões a partir do final do século XVIII, eram chamadas de Missões Orientais por estarem situadas a leste do rio Uruguai e faziam parte de uma área com 30 reduções espalhadas pela atual Argentina e Paraguai. Lembrando que originalmente esse território pertencia a Espanha, por este motivo os jesuítas da Espanha lançaram-se a catequização na região.
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Em várias oportunidades ocorreram conflitos entre as Missões jesuítas e os bandeirantes, já que o “índio ladino”, já catequizado e aculturado tinha maior valor, por esse motivo as reduções indígenas da região de Guayrá (grande parte do estado do Paraná) tiveram que ser abandonadas, levando os indígenas para o oeste.
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Mas o Tratado de Madrid pegou os jesuítas espanhóis de surpresa, mas diante do fato organizaram-se para mudar com os povos indígenas para o lado oeste do rio Uruguai (área que continuava a pertencer a Espanha), contudo alguns jesuítas e muitas lideranças indígenas não aceitaram o acordo entre Espanha e Portugal, iniciando um conflito.
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A Guerra Guaranítica (1753-1756) opôs indígenas e jesuítas dos Sete Povos das Missões contra a ocupação portuguesa, o principal chefe da resistência guarani foi o cacique Sepé Tiaraju, enquanto isso espanhóis e portugueses se uniram para combater a revolta dos índios.
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Mas a superioridade de armamento e de táticas de combate levou a um massacre, diante da atuação com grande violência praticada contra os povos missioneiros. Em 1756, foi morto Sepé Tiaraju e a resistência indígena foi derrotada, mas Sepé tornou-se um “herói guarani missioneiro rio-grandense”.
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TRATADO DE EL PARDO (1761) Diante da Guerra Guaranítica, Portugal não entregou a Colônia do Sacramento para os espanhóis. Assim Portugal e Espanha assinaram o Tratado de El Pardo (1761) anulando a cláusula do Tratado de Madrid referente à troca da Colônia do Sacramento pelos Sete Povos das Missões.16 | ||
TRATADO DE SANTO ILDEFONSO (1777) Assinado entre Portugal e Espanha, ficou definido que tanto a Colônia do Sacramento e os Sete Povos das Missões passariam a pertencer a Espanha, Portugal ficariam com posses que conquistou no Oeste do Paraná e de Santa Catarina. Os portugueses logo consideraram muito desvantajoso o tratado. 17 | ||
TRATADO DE BADAJÓS (1801) Assinado entre Portugal e Espanha, ele finalizou o processo de definição de fronteiras, apesar de ser assinado quando Portugal era ameaçado por uma invasão de tropas francesas e espanholas. O Tratado de Badajós definiu que Portugal ficaria obrigado a fechar os portos ao Reino Unido (pressão francesa).
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Para a América, depois de tantas disputas, o novo tratado na verdade retifica o Tratado de Madrid e a Colônia do Sacramento vai para as mãos da Espanha e Sete Povos das Missões para as mãos de Portugal.
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