República Oligárquica (1922-1930) – V Parte

  • Artur Bernardes: agitação social e política
  • Revolução de 1923 e a Coluna Prestes
  • Washington Luís: o último presidente da oligarquia

    No quinto período trabalhado sobre a República Oligárquica, acentua-se os movimentos de resistência contra o governo, mas uma ruptura de aliança interna do sistema, acrescida da crise econômica e social levou a queda da República Velha.
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Disputa política entre Minas Gerais e São Paulo também ocorriam dentro da aliança do café-com-leite.
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    ARTUR BERNARDES: AGITAÇÃO SOCIAL E POLÍTICA
    O presidente Artur Bernardes governou de 1922 até 1926, ele era mineiro e foi eleito presidente da República pelo PRM – Partido Republicano Mineiro, com o apoio do PRP e de várias oligarquias estaduais. No seu governo teve que enfrentar uma guerra civil no estado do Rio Grande do Sul e o crescimento dos movimentos de oposição o que levou a decretação do estado de sítio durante a maior parte de seu governo.
Artur Bernardes, presidente do Brasil de 1922 até 1926.
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    Em 1923, explode no Rio Grande do Sul um novo conflito interno. O PRR – Partido Republicano Rio-Grandense dominou a política gaúcha de 1889 até 1930, contudo divergências internas levaram ao que chamamos de Revolução de 1923 ou até de Revolução Federalista de 1923.
Foto: Divulgação
Tropa dos maragatos sob comando de Honório Lemes.
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    O conflito deu-se após a eleição para a presidência do estado (governador), quando Borges de Medeiros (chimangos-lenço branco) se reelegeu pela quinta vez consecutiva, a oposição descontente como o resultado comandada por Assis Brasil (maragatos-lenço vermelho) protestou e acusou que as eleições foram fraudulentas e decidiu impedir a posse de Borges de Medeiros para um novo mandato, iniciando uma revolta.
Abrindo o Baú
Borges de Medeiros, governador reeleito do estado do Rio Grande do Sul 

Assis Brasil, candidato opositor.
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    O governo federal apoiou o governo de Borges de Medeiros, assim foram nove meses de conflito e mais mil mortos até ser assinado o tratado de paz, o Tratado de Pedras Altas, onde o Borges de Medeiros terminaria seu mandato, mas não poderia mais ser reeleito. 
História e Vestibular: Revolução de 1923 no Rio Grande do Sul
Borges de Medeiros assina o acordo em Porto Alegre.
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    Em 1924, foi a vez do tenentismo, explodiram duas revoltas simultâneas, a Revolução de 1924 onde o movimento tomou a capital paulista sob comando do general Isidoro Dias Lopes e outras lideranças como Miguel Costa e Juarez Távora, contudo o movimento não conseguiu se opor as tropas federais e partiu para Foz do Iguaçu/PR na chamada Coluna Paulista.
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Tenentes paulistas em uma barricada durante a Revolução de 1924.
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     No sul, o movimento tenentista organizou-se sob a liderança de Luis Carlos Prestes, que sabendo da movimentação da Coluna Paulista,  também foi para Foz do Iguaçu/PR onde as duas colunas uniram-se, formando a conhecida Coluna Prestes também chamada Coluna Prestes-Miguel Costa.
Destacam-se entre os lideres Luís Carlos Prestes (terceiro sentado à partir da esq.), Miguel Costa, e Juarez Távora.
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    O movimento percorreu o sertão brasileiro entre os anos 1924 até 1927, com objetivo de ganhar apoio da população e de políticos para a derrubada do governo oligárquico, contudo em poucas oportunidades enfrentaram tropas do governo, desgastados em 1927 a maioria dos “soldados revolucionários” buscou exílio na Bolívia, era o fim do movimento.
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Mapa demonstrando a rota da Coluna Prestes
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    O Cangaço foi um movimento que já existia desde o século XVIII como uma onda de banditismo, de crime e de violência que se alastrou por quase todo o sertão nordestino. Sua origem encontra-se na exclusão social e na marginalização econômica.
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Vestimenta típica de um cangaceiro.
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    Promoviam saques a fazendas, atacavam comboios e chegavam a sequestrar fazendeiros para obtenção de resgates. Aqueles que respeitavam e acatavam as ordens dos cangaceiros não sofriam; pelo contrário, eram muitas vezes ajudados, assim muitos cangaceiros eram respeitados e até mesmo admirados por parte da população na época.
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Região de atuação do cangaço.
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    O mais famoso cangaceiro foi Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Seu grupo era conhecido pelas praticas de selvageria, mas também por benfeitorias realizadas.
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Lampião e Maria Bonita
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    Lampião, sua esposa Maria Bonita e seu bando atuaram nos anos 1920 até 1938 quando foram mortos por uma volante da polícia, após isso o cangaço praticamente desapareceu na região.
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Extermínio do grupo de Lampião em 1938.
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WASHINGTON LUÍS: O ÚLTIMO PRESIDENTE DAS OLIGARQUIAS
    O presidente Washington Luís que era fluminense de nascimento, mas fez toda sua carreira política em São Paulo e era filiado ao PRP – Partido Republicano Paulista e recebeu apoio do PRM, mantendo a política do café-com-leite, governando o Brasil de 1926 até 1930, foi o último governo da República Velha.
Washington Luís, presidente do Brasil de 1926 até 1930.
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    Seu governo foi marcado pela Lei Celerada (1927), que promovia a censura aos meios de comunicação, proibição de reuniões de operários, que na visão do governo da época: “Questão operária era questão de polícia”, além da proibição de reuniões de tenentes e também do PCB.
BNDigital
Jornal A Classe Operária órgão pertencente ao PCB, publicação de 1928.
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    Nesse momento o governo abriu várias estradas para o escoamento da produção, na economia buscou estabilizar a moeda emitindo papel-moeda baseado em lastro em ouro, contudo a Crise de 1929 atingiu em cheio o Brasil e inviabilizou vários projetos. 
Washington Luis: Governar é abrir estradas.
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     A quebra da Bolsa de Nova York deixou o governo brasileiro em apuros, ele teve que abandonar a política de apoio aos cafeicultores na valorização do preço do café, assim dentro de São Paulo iniciava uma oposição ao seu governo.
Raízes do café no Brasil. Café no Brasil e suas origens - Brasil Escola
Café, principal produto brasileiro.
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    Diante desse cenário o presidente Washington Luís considerou que era fundamental apoiar um candidato a presidente que continuaria com a política de recuperação financeira adota por ele, levando o presidente apoiar um candidato paulista, Júlio Prestes para as eleições presidenciais de 1930.
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Governador e candidato a presidente em 1930: Júlio Prestes (PRP)

Júlio Prestes: eleito presidente da República, não assumiu o cargo -  12/08/12 - CADERNO DE DOMINGO - Jornal Cruzeiro do Sul
Propaganda eleitoral em 1930.
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    Essa decisão levou a brusca ruptura da política do café-com-leite, já que Minas Gerais e seu governador Antônio Carlos (PRM) buscaram formar uma nova aliança com outras elites regionais, a do Rio Grande do Sul comandada por Getúlio Vargas (PRR) e a Paraíba governada por João Pessoa, era a formação da Aliança Liberal.
Getúlio Vargas, governador gaúcho e candidato a presidente da República em 1930.

João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque – Wikipédia, a enciclopédia livre
João Pessoa, governador da Paraíba e candidato a vice-presidente da República em 1930.
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     A Aliança Liberal recebia apoio apenas de três estados (Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba) e organizou um programa de governo que era bem aceito nas camadas urbanas propondo: a criação de leis trabalhistas, incentivo a produção industrial e o voto secreto, tais propostas eram bem recebidas pela classe média urbana e também pelo movimento tenentista.
Memorial da Democracia - País tem enfim um projeto alternativo
Cartaz de propaganda das eleições de 1930.
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    Mas as eleições presidenciais de 1930 foram realizadas no mesmo sistema, o voto de cabresto, voto aberto e o coronelismo, ao final o candidato Júlio Prestes (PRP) com apoio oficial de mais 16 estados, foi eleito com 59% dos votos, enquanto isso o derrotado Getúlio Vargas (AL) recebeu 40%, ainda esteve no pleito o primeiro operário candidato a presidente Minervino de Oliveira (BOC – Bloco Operário e Camponês) que obteve 131 votos.
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