Conflito Árabe-Israelense: do Setembro Negro até a Segunda Intifada

• Refugiados palestinos e o Setembro Negro
• Guerra do Yom Kippur e os Acordos de Camp David 
• Radicalismo, Primeira Intifada e os Acordos de Oslo
• ANP – Autoridade Nacional Palestina
• Israel: de Rabin até Netanyahu (1992-1999)
• Segunda Intifada (2000-2005)

REFUGIADOS PALESTINOS E O SETEMBRO NEGRO         Com a derrota árabe em 1967, Israel ocupa várias áreas até então controladas por árabes palestinos, que em sua grande maioria fogem para os países vizinhos, em especial a Jordânia. O conflito parecia cada vez mais longe do fim sendo que Israel ocupava áreas que seriam de um provável Estado palestino, já que este nem existia.   Campo de refugiados na região de Jaramana, nas proximidades de Damasco, Síria. 01

Encurralados em campos de refugiados na Jordânia, vários palestinos passaram a ser recrutados para uma guerra de guerrilha contra o território israelense coordenada pela OLP – Organização para a Libertação da Palestina, que a partir de 1969 passou a ser liderada por Yasser Arafat. Yasser Arafat, líder da OLP. Bandeira da OLP. 02

Inicialmente o rei Hussein da Jordânia acomoda e deixa os refugiados e a OLP se organizarem, contudo ocorrem vários incidentes na fronteira com Israel entre palestinos e israelenses, que chegaram a atacar uma cidade de fronteira devido ao caos instalado. Campo de refugiados palestino Baqaa (Jordânia) nos anos 1960, atualmente é o maior campo de refugiados com mais de 100 mil habitantes.     O governo da Jordânia diante dos distúrbios decreta lei marcial e busca desarmar a OLP. Seguiram-se conflitos entre setembro de 1970 até julho de 1971, o resultado foi a expulsão da OLP e os palestinos radicais do país, tal conflito ficou conhecido como Setembro Negro. Fumaça na capital Amã (Jordânia) durante os confrontos em 1970. 03

A situação levou a alguns palestinos apoiar ações terroristas, como o grupo denominado Setembro Negro. Esse grupo terrorista fez 11 reféns israelenses durante a Olimpíada de Munique (1972), sem conseguir entrar em negociações, o resultado da operação foi a morte de todos os reféns e cinco terroristas, além de um policial alemão. O ataque ficou conhecido como Massacre de Munique. Terrorista palestino encapuzado na vila olímpica durante o atentado. 04

GUERRA DO YOM KIPPUR E OS ACORDOS DE CAMP DAVID         Em 06 de outubro de 1973, no feriado judaico do Yom Kippur (Dia do Perdão), Israel sofre um ataque das forças árabes do Egito comandado pelo presidente Anwar Sadat e da Síria do presidente Hafez al-Assad. Além disso outros países árabes apoiaram o movimento como Iraque, Jordânia, Arábia Saudita, Líbia, etc.  Tropas egípcias atravessando o Canal de Suez. 05

Egito e Síria queriam reconquistar as áreas perdidas na Guerra dos Seis Dias, mas os árabes apesar de um avanço inicial, sofreram um revés, e as forças israelenses conseguiram avançar contra os territórios árabes e as capitais Damasco e Cairo sofreram sérios bombardeios. No dia 23 de outubro de 1973 é assinado um cessar-fogo e as fronteiras permaneceram inalteradas. Tanque israelense cruzando o Canal de Suez, na tentativa de conquistar Ismailia no Egito. 06

Em 1978, os EUA sob a presidência de Jimmy Carter promoveram negociações de paz, os chamados Acordos de Camp David entre os governos de Israel e do Egito. Ficou acordado que Israel se comprometeu a devolver a Península do Sinai ao Egito e a dar autonomia aos palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, em contrapartida o Egito não promoveria mais ataques contra o Estado de Israel, vários países árabes e palestinos foram críticos do acordo. Acordos de Camp David, Anwar Sadat do Egito (esq.), Jimmy Carter (centro) e Menachem Begin (dir.) primeiro-ministro de Israel. 07

RADICALIZAÇÃO, PRIMEIRA INTIFADA E OS ACORDOS DE OSLO     O governo israelense passou a incentivar a instalação de assentamentos urbanos e rurais nas áreas ocupadas durante a Guerra dos Seis Dias (Cisjordânia, Sinai e Colinas de Golã), essas comunidades também são conhecidas como kibutz. Vista da atual cidade de Ariel, que foi fundada em 1978 como um assentamento na Cisjordânia. 08

Do outro lado, uma geração inteira de jovens palestinos que nasceram e se criaram em campos de refugiados, isso levou nos anos 1980 a muitos criticarem a OLP e a liderança de Yasser Arafat, considerado muito moderado. Yasser Arafat foi apoiado por líderes árabes como Muammar Khadafi e Saddam Hussein. 09

Assim em 1987, nasceu o Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) sob a liderança do xeique Ahmed Yassin e Ábdel Aziz ar-Rantisi. O grupo se organizou nos anos 1990 em uma brigada armada e promoveu vários atentados contra cidades importantes de Israel. Em 1998, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei (dir.) se reuniu com o xeique Ahmad Yassin (esq). 10

Em dezembro de 1987, ocorre de forma quase espontânea uma revolta na Faixa de Gaza, onde palestinos atacam com pedras e paus, os soldados israelenses, o movimento ficou conhecido como Primeira Intifada também chamada de guerra de pedras, tendo como principal grupo incentivador, o Hamas. Palestinos arremessando pedras contra tropas israelenses durante a Primeira Intifada. 11

Os conflitos vão cessar apenas em 1993, quando ocorreram negociações de paz intermediadas pelo presidente dos EUA Bill Clinton, são assinados os Acordos de Oslo, entre o presidente da OLP Yasser Arafat e o primeiro-ministro de Israel Yitzhak Rabin. Pela primeira vez ocorreu o reconhecimento mutuo de dois “países”, representantes de dois povos. Yitzhak Rabin (esq.), ao centro Clinton e Arafat (dir.). 12

Nesse acordo, ficava determinado:  A retirada das forças israelenses da Faixa de Gaza e de áreas da Cisjordânia. Reconhecimento da administração civil palestina, criando a ANP - Autoridade Nacional Palestina. A OLP abandonava a luta armada contra o Estado de Israel. Áreas administradas pela ANP – Autoridade Nacional da Palestina a partir de 1994. Bandeira adotada pela Autoridade Nacional Palestina. 13

ANP – AUTORIDADE NACIONAL PALESTINA         O governo palestino passou a ser reconhecido formalmente a partir de 1994, com a implementação da Autoridade Nacional Palestina sob comando de Yasser Arafat e tendo como capital a cidade de Ramallah, na Cisjordânia. Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Yasser Arafat de 1994 até 2004. Brasão da ANP. 14

Contudo, os acordos de paz assinados pela OLP e Israel, não foram aceitos com bons olhos pelas alas mais radicais tanto israelenses, como palestinas em especial o Hamas que durante os anos 1990 e 2000 empreendeu vários ataques terroristas suicidas contra alvos em cidades israelenses. Atentando de um homem-bomba suicida em um ônibus nas proximidades de Jerusalém (1996). 15

ISRAEL: DE RABIN ATÉ NETANYAHU (1992-1999)          Após se aposentar na carreira militar, Yitzhak Rabin entrou na política pelo Partido Trabalhista em Israel, sendo primeiro-ministro entre 1974-1977, mas foi no seu segundo mandato em 1992-1995 que é lembrado por defender uma negociação de paz com os palestinos (Acordos de Oslo). Primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin. 16

Em 1994, Yitzhak Rabin juntamente com seu ministro de Relações Exteriores Shimon Peres e o presidente da OLP Yasser Arafat ganham o Prêmio Nobel da Paz. Arafat (esq.) Shimon Peres (centro) e Rabin (dir.) recebendo o Prêmio Nobel da Paz. 17

Mas em 1995, após participar em um comício pela paz na Praça dos Reis (hoje Praça Yitzhak Rabin) em Tel Aviv, o primeiro-ministro Yitzhak Rabin foi assassinado por um judeu radical que era contra as negociações de paz com os palestinos, o autor do atentado foi condenado a prisão perpétua. Capa do jornal O Globo em 1995. 18

Depois de um governo breve de Shimon Peres (Trabalhista), o partido de direita Likud chega ao poder tendo como primeiro-ministro Benjamin Netanyahu entre 1996-1999, ele realiza algumas criticas aos Acordos de Oslo, o que trava a implementação de todas as fases dos termos assinados em 1993. Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, foto do primeiro mandato 1996-1999, na atualidade ele governa Israel pela segunda vez de 2009-2021.  19

SEGUNDA INTIFADA (2000-2005)     A Segunda Intifada, foi uma revolta civil dos palestinos que iniciou em setembro de 2000, contra o governo israelense que passou a construir o Muro da Cisjordânia. A revolta foi sufocada e iniciou-se a construção de grande quantidade de barreiras e muros na Cisjordânia a partir de 2002.  Evolução da ocupação do território da Palestina e Israel (antes de 1946 até os anos 2000. 20

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