História BR: EUA x URSS: corrida tecnológica, armamentista e espacial

Primeira fase (1947-1961): a conquista do espaço
Segunda fase (1961-1972): a conquista da Lua
Terceira fase: as estações espaciais
Quarta fase: entra em cena os ônibus espaciais
Fim da Guerra Fria e a corrida espacial

PRIMEIRA FASE (1947-1961): A CONQUISTA DO ESPAÇO

Com a derrota dos nazistas, o serviço de inteligência dos EUA e também da URSS, cooptaram e levaram para seus países vários cientistas alemães especializados no programa dos foguetes V-1 e V-2, armas químicas e medicina. Destacamos o engenheiro alemão Wernher von Braun que era uma dos principais nomes do programa de foguetes e atuou na NASA (EUA).

Foguete alemão V-2, capturado pelos britânicos e estadunidenses.

Nesse contexto de Guerra Fria, os governos dos EUA e da URSS estavam convencidos da necessidade de grandes investimentos na área científica. Os soviéticos saíram na frente, quando em 1957 lançaram o primeiro míssil balístico intercontinental, denominado R7, agora por exemplo as bombas atômicas podiam ser lançadas através de misseis.

Visão dos motores de um foguete R7 soviético.

O programa espacial soviético, com a propulsão do foguete R-7, lança em outubro de 1957, o Sputnik-1, sendo o primeiro satélite no espaço. Em novembro do mesmo ano, o Sputnik-2, que enviou o primeiro ser vivo ao espaço, a cadela Laika.

Primeiro satélite artificial Sputnik-1.

Os estadunidenses reagiram lançando em dezembro de 1957 seu primeiro míssil balístico intercontinental, o Atlas. Alguns anos mais tarde, em abril de 1961 a URSS lança a nave Vostok-1 levando o primeiro ser humano para o espaço, o cosmonauta Yuri Gagarin que disse: “A Terra é azul”.

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Cosmonauta soviético Yuri Gagarin.

SEGUNDA FASE (1961-1972): A CONQUISTA DA LUA

Os EUA conseguiram em maio de 1961, enviar ao espaço sua primeira missão tripulada, sendo o primeiro astronauta Alan Shepard na missão Freedom 7. Em setembro de 1962, o presidente John F. Kennedy discursa em Houston no Texas onde diz “Nós escolhemos ir para a Lua”, era um objetivo a ser alcançado pelos EUA naquela década.

John Kennedy em discurso na Universidade de Rice (1962).

Os Estados Unidos tiveram ao longo da década de 1960 envolvidos em três projetos com o objetivo de alcançar o espaço e a Lua. O primeiro Projeto Mercury durou até 1963 com capacidade para um astronauta, o Projeto Gemini, esta nova nave espacial tinha capacidade para dois astronautas, por fim o Projeto Apollo sendo que esta espaçonave comportava três tripulantes.

O lançamento do foguete Saturno IB com a Apollo 7 em 1968.

Em 1968, a missão norte-americana Apollo 8 conseguiu circum-navegar a Lua, enquanto isso os soviéticos tinham problemas com a nave espacial para se aproximar da Lua.

Fotografia nascer da Terra”, de Anders da Terra nascendo do horizonte lunar na missão Apollo 8.

Em 1969, os EUA enviaram a missão Apollo 11 ao espaço, com três astronautas: Neil Armstrong, Michael Collins e Buzz Aldrin. Eles pousaram na superfície lunar em 20 de julho de 1969, em um local chamado Mar da Tranquilidade. Neil Armstrong e Edwin Aldrin tornaram-se os primeiros homens a caminhar no solo lunar.

Astronauta Edwin E. "Buzz" Aldrin Jr., piloto do Módulo Lunar, é fotografado durante a atividade extra veicular.

Brasão utilizado pela missão Apollo 11.

Ficou famosa a frase do primeiro astronauta a pisar na Lua, Neil Armstrong: "Um pequeno passo para o homem, um salto gigante para a humanidade". Mais cinco missões Apollo foram lançadas e no total de doze astronautas caminharam na Lua. Durante esse período foram realizadas várias pesquisas sobre o solo lunar, o efeito da gravidade, etc. A última missão tripulada a Lua ocorreu em 1972.

Buzz Aldrin e a bandeira dos EUA na Lua.

TERCEIRA FASE: AS ESTAÇÕES ESPACIAIS

Iniciava-se nos anos 1970, a organização de uma estação espacial, os pioneiros foram os soviéticos que lançaram a primeira estação espacial, a Salyut 1 e apesar da primeira tentativa fracassada, em junho de 1971 conseguiram acoplar a estação, a missão soviética Soyuz 11, mas na volta a Terra, ocorreram problemas e os três cosmonautas faleceram.

Representação da estação Salyut-1 e da nave Soyuz.

Os EUA, lançaram sua primeira estação espacial em maio de 1973, sendo denominada Skylab, “Laboratório do Céu”. De 1973 até 1974 foram três missões para estudos científicos e a busca de maiores informações sobre o sistema solar, o projeto foi abandonado, privilegiando investimentos no ônibus espacial.

Estação espacial Skylab, em uma fotografia retirada da missão Skylab-2 (1973).

Em 1975, parecia que as duas superpotências davam uma trégua na Guerra Fria, assim efetuaram uma acoplagem na órbita da Terra, entre uma espaçonave dos Estados Unidos com uma da União Soviética, foi a missão Apollo–Soyuz.

Representação artística do acoplamento da Apollo dos EUA (esq.) e da nave Soyuz da URSS (dir.).

Astronautas estadunidenses e cosmonautas soviéticos.

Enquanto os EUA já planejavam e investiam nos ônibus espaciais, a URSS ainda continuou investindo em projetos de estações espaciais, lançando em 1986 a MIR, sendo montada no espaço de forma modular, essa estação espacial soviética permaneceu em operação até o ano de 2001 e recebeu cosmonautas/astronautas de várias nacionalidades.

Estação espacial soviética/russa MIR.

Brasão indicando a missão soviética MIR.

QUARTA FASE: ENTRA EM CENA OS ÔNIBUS ESPACIAIS

De 1975 até 1985, os EUA realizaram vários testes com o primeiro ônibus espacial, chamado Enterprise. O objetivo desse novo projeto era proporcionar vários voos espaciais reaproveitando grande parte da estrutura, consequentemente reduzindo os custos. Os soviéticos tinham receio que essa nova nave espacial, pudesse levar material bélico ao espaço.

Enterprise em configuração de lançamento, outubro de 1985.

O segundo modelo, denominado Columbia realizou em 1981 a primeira missão de um ônibus espacial tripulada, sob comando dos astronautas estadunidenses John Young e Robert Crippen.

Columbia pousando, retornando da missão STS-1, 14 de abril de 1981.

Sem a mesma força econômica e tecnológica, a URSS mantinha na década de 1980 investimentos no programa da estação espacial, lançando de forma lenta a partir de 1980 a fabricação de um ônibus espacial soviético que foi chamado de Buran, sendo testado diversas vezes e fazendo seu maior voo orbital em 1988.

Foguete Energya e ônibus espacial Buran prestes a ser lançado em 1988.

Enquanto isso, os EUA construíam seu terceiro modelo de ônibus espacial, o Challenger que foi operado por dez missões, mas em 1986 ocorreu um dos maiores desastres espaciais até aquele momento, quando a nave espacial explodiu após 73 segundos do lançamento, vitimando os sete astronautas.

Challenger começa a se desintegrar.

Tripulantes da missão STS-51-L.

No total os ônibus espaciais norte-americanos realizaram: o Columbia (1981-2003) operou em 28 missões até o desastre de 2003, onde os sete astronautas faleceram na reentrada a Terra, o Challenger (1983-1986) realizou dez missões até o acidente em 1986, o Discovery (1984-2011) operou 39 missões e o Atlantis (1985-2011) operou outras 33 missões.

O astronauta Bruce McCandless durante uma atividade no espaço, a poucos metros da Challenger (1984).

FIM DA GUERRA FRIA E CONSEQUÊNCIAS PARA A CORRIDA ESPACIAL

Com a queda da URSS, o programa espacial russo sofreu uma grande perda de investimentos, contudo ainda manteve a estação espacial MIR. A rivalidade entre os EUA e Rússia diminuiu e os dois países entre 1995-1998 mantiveram o Programa Shuttle-MIR, sendo realizadas nove missões, onde os ônibus espaciais acoplaram na estação MIR.

Estação MIR sendo acoplada pelo ônibus espacial Atlantis em 1995.

Em 1998, iniciou-se a montagem a Estação Espacial Internacional (EEI), um esforço para a criação de um laboratório internacional, com participação principal da NASA (EUA) e da Roskosmos (Rússia). A estação espacial recebeu a primeira tripulação em 2000 e até hoje é operada, ela pode receber tanto os ônibus espaciais dos EUA, quando a nave espacial russa Soyuz.