Oriente Médio: da Revolta Árabe ao Nacionalismo árabe


  • Revolta Árabe (1916-1918)
  • Formação dos Estados no Oriente Médio 
  • Oriente Médio durante a Guerra Fria

REVOLTA ÁRABE (1916-1918)    
    Em meio a Primeira Guerra Mundial, o Oriente Médio era dominado em grande parte pelo Império Otomano que aliou-se a Alemanha e as Potências Centrais, assim Reino Unido e França buscaram aliar-se a movimentos locais para desestabilizar os turco-otomanos.
Tropas árabes montadas em camelos, na vitória sobre os otomanos na Batalha de Aqaba na atual Jordânia. 
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    Nesse momento se inicia a Revolta Árabe em 1916 sob comando o   emir de Meca, Hussein bin Ali da Dinastia Hachemita, se proclama o Reino de Hejaz na Península Árábica, a revolta contou com apoio britânico e francês, coube destaque ao apoio logístico, militar e diplomático do britânico Thomas Edward Lawrence, que ficou conhecido como Lawrence da  Arábia.
Hussein bin Ali, rei de Hejaz.

Bandeira do Reino de Hejaz.

Lawrence da Arábia
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FORMAÇÃO DE NOVOS ESTADOS NO ORIENTE MÉDIO
    Na Península Arábica ao final dos conflitos políticos e militares, a Casa Real dos Saud unifica a região e funda o Reino da Arábia Saudita em 1931, sob comando do rei Abdulaziz bin Al Saud, que governa o país como uma monarquia absolutista e teocrática.
Rei Abdulaziz da Arábia Saudita, de 1932 até 1953.

Primeira bandeira do Reino da Arábia Saudita, o texto na bandeira é uma declaração de fé islâmica, "Não há Deus senão Alá, e Maomé é o seu mensageiro".
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    Mesmo derrotada na Península Arábica, a Dinastia Hashemita sob a tutela britânica consegue o controle dois novos países, o Emirado da Transjordânia (atual Jordânia) que passa a ser governado pelo emir Abdullah I e o Reino do Iraque administrado pelo rei Faiçal I.
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Mapa indicando as áreas sobre influência francesa e britânica no Oriente Médio.
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     Os britânicos passaram a administrar diretamente o Mandato Britânico da Palestina, controlando a cidade de Jerusalém e as áreas onde atualmente existe uma disputa entre o Israel e Palestina. 
Mapa do Mandato Britânico da Palestina (1920-1948).

Bandeira da Palestina sob controle britânico.
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    Durante esse período, a Pérsia (atual Irã) ocorreu uma revolta contra o poder crescente  de forças político-econômicas estrangeiras no país, assim a Assembleia Nacional forçou a abdicação do antigo Xá (rei ou imperador da Pérsia), nomeando o novo governante o Xá Reza Pahlavi em 1925, criando a Dinastia Pahlavi.
Campo de petróleo Masjed Soleyman
Exploração de petróleo em Masjed Soleyman no Irã, que será controlado por uma empresa britânica.
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    Apesar de geograficamente estar no norte da África, o Egito também é considerado na geopolítica como pertencente ao Oriente Médio, esse país desde o século XIX era mantido sob a tutela dos britânicos como um protetorado até que em 1922, os britânicos reconheceram a independência do Reino do Egito, sendo governado pelo rei Fuad I, contudo o Canal de Suez continuou sob administração.
Rei Fuad I do Egito, governou o seu país de 1917 até 1936.

Primeira bandeira do Reino do Egito.
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ORIENTE MÉDIO DURANTE A GUERRA FRIA  
    Já durante a Guerra Fria, o controle da Palestina levou a vários conflitos entre árabes palestinos e judeus (Conflito árabe-israelense). Além disso, surgiu na década de 1950 em vários países árabes movimentos nacionalistas, contra o colonialismo e as monarquias locais que na visão de muitos deixavam-se influenciar em demasiado pelos países do Ocidente (Reino Unido, EUA e França).
KULTURANG ARAB: ALAMIN ANG TUNGKOL SA MGA PINAGMULAN AT TRADISYON - ART -  2021
Oriente Médio e o mundo árabe.
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    No Egito em 1952 ocorre uma revolução comandada por militares, o Movimento dos Oficiais Livres que tomou o poder, destituindo o rei egípcio Farouk e as tropas britânicas saíram da maior parte do Egito. Em 1956, chegava ao poder o coronel Gamal Abder Nasser, o novo presidente egípcio era um dos líderes do movimento nacionalista árabe e do pan-arabismo.
Boxeador Muhammad Ali (esq.) e a direita o presidente Nasser, na cidade do Cairo nos anos 1960.
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   O pan-arabismo defende a reunião dos países árabes em uma grande comunidade ou até em uma nação federada para defender-se contra a exploração estrangeira e está ligada ao nacionalismo árabe. Nasser era um defensor dessas políticas implementando a nacionalização do Canal de Suez em 1956 e a formação em 1958 da República Árabe Unida unificando Egito e Síria, contudo em 1961 conflitos políticos levam ao fim da união.
150 years of the Suez Canal: a huge source of foreign currency for Egypt -  Teller Report
Nasser no Canal de Suez.
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    Na política externa, Nasser aproxima o Egito da URSS, conseguindo dinheiro para a construção de uma grande hidroelétrica, além de armas para enfrentar os israelenses. Outros países seguem na mesma direção como Síria, Iraque e Líbia.
A influência do socialismo soviético na África - O outro lado da notícia
O líder da URSS, Nikita Khrushchev (esq.) e Nasser (dir.). 
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    Aparece também o chamado Socialismo Árabe, defendido pelo Partido Baath (Partido Socialista Árabe Baath) que possui filiados em todo mundo árabe, chegando ao poder na Síria a partir de 1963. Os sírios alcançam a estabilidade política com a chegada do general Hafiz Al-Assad ao cargo de presidente em 1970, permanecendo no cargo até 2000.
Hafez Al-Assad, presidente sírio, pai do atual presidente Bachar Al-Assad. 

Bandeira da Síria de 1980 até a atualidade.
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    No Iraque, o rei Faiçal II é destituído em 1958, disputas políticas se acirram, sendo um país com grandes jazidas de petróleo, o Partido Baath toma o poder em 1968, organizando um regime unipartidário e nacionalizando empresas petroleiras. Nos anos 1970, ocorreu a ascensão do militar e político Saddam Hussein chegando a presidência do Iraque em 1979, permanecendo até 2003.
Saddam Hussein, presidente do Iraque de 1979-2003.

Bandeira do Iraque de 1963 até 1991.
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    Em 1969, na Líbia com um golpe de Estado a monarquia é abolida e toma o poder o coronel Muammar Khadafi, ele nacionaliza o setor de petróleo e instala um regime de partido único (União Socialista Árabe), chegando a publicar o chamado Livro Verde sendo sua versão de “democracia” e política. Khadafi é acusado de financiar atos terroristas na década de 1980, o líder líbio permanece no cargo até 2011.
The reign of Moamar Gaddafi - ABC News (Australian Broadcasting Corporation)
Muammar Khadafi, presidente líbio de 1969 até 2011.

Bandeira da Líbia sob regime de Khadafi.
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    Enquanto certos países se distanciavam da órbita dos países Ocidentais, outros se aproximavam ainda mais como Arábia Saudita, Kuwait, Catar, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e o Irã (até 1979).
Rei saudita Faiçal e o presidente dos EUA, Richard Nixon e sua esposa Pat Nixon em 1971 na Casa Branca.
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    A Arábia Saudita em 1951, ainda sob comando do rei Abdulaziz Al Saud pressiona para a nacionalização das companhias de petróleo, chegando a um acordo com a empresa estadunidense Aramco que concedeu a divisão dos lucros, ficando 50% para o governo saudita a partir de 1951. Aos poucos o governo da Arábia Saudita adquiriu toda a companhia e nos anos 1980 nacionalizou a empresa de petróleo.
Exploração de petróleo nos anos 1960 em um deserto saudita.
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   Em 1960, reuniram-se em Bagdá os cinco países fundadores da OPEP - Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Venezuela), essa organização foi criada para defender os interesses dos países exportadores, em grande maioria do Oriente Médio.
OPEC Agreement Ahead of Aramco IPO Latest Example of Cartel's Collusion -  SAFE
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    Outro país importante é o Irã, sob uma monarquia constitucional tendo como chefe de Estado o Xá Mohammad Reza Pahlavi desde 1941. 
Xá Mohammad Reza Pahlavi, príncipe-herdeiro e a imperatriz do Irã.

Bandeira do Irã sob governo do Xá.

    Em 1951, o primeiro-ministro iraniano Mohammed Mossadegh nacionaliza as  empresas petroleiras, os países ocidentais boicotam o petróleo até ocorrer um golpe de Estado com apoio dos EUA e do Reino Unido, destituindo Mossadegh.
Soldados cercando parlamento iraniano durante Golpe de Estado de 1953.
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   O líder iraniano Xá Reza Pahlavi passa a governar de forma ditatorial com apoio dos países ocidentais. A partir de 1963, o Xá promove a Revolução Branca com reformas econômicas para transformar o Irã em uma potência regional, além de conceder direitos civis as mulheres, como direito ao voto e a abolição do xador (veste islâmica), tais propostas não foram bem aceitas por parte da população islâmica no Irã, o que levou a formação de grupos de oposição.
Mulheres votando em plebiscito de 1963, onde foi aprovado a Revolução Branca (reforma agrária, alfabetização, eleitoral, etc.).
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    Enquanto isso, partir de 1961 é concedida pelo Reino Unido a independência dos pequenos países do Oriente Médio, grandes produtores de petróleo, em troca de vantagens econômicas. Eles são governados por família reais, como o Kuwait (1961) e em 1971: o Bahrein, Catar e os Emirados Árabes Unidos.
Pequenos, mais economicamente importantes países do Oriente Médio.
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