Independência das colônias portuguesas e as guerras civis

  • Portugal e a Guerra Colonial
  • Portugal: Revolução dos Cravos (1974) 
  • Independência de Guiné-Bissau e Cabo Verde 
  • Independência de Moçambique 
  • Independência de Angola 
  • Guerras Civis em Angola e Moçambique 

PORTUGAL E A GUERRA COLONIAL    
    Portugal foi governado de 1933 até 1968, por um regime autoritário de inspiração fascista (denominado Estado Novo), comandado por Antônio de Oliveira Salazar, na prática uma ditadura com um regime de partido único, a União Nacional que sempre venceu as eleições, conquistando todas as vagas no parlamento português.  
António Oliveira Salazar | Fotografia sem data. Produzida du… | Flickr
Antônio de Oliveira Salazar, presidente do Conselho de Ministro de 1933 até 1968.
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    O governo português não estava disposto a negociar a independência de suas colônias, assim em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe organizaram-se movimentos que lutavam pela independência, logo iniciando uma luta armada contra a dominação portuguesa, na conhecida Guerra Colonial ou Guerra de Libertação.
Mapa demonstrando o Império Português na África.
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     Em 1968, Salazar afasta-se do poder por motivos de saúde, em seu lugar assume Marcello Caetano, o novo Presidente do Conselho de Ministros também era alinhado a ditadura salazarista. Nesse momento o governo português começa a receber cada vez mais críticas e a guerra prolongada na África leva a um desgaste na opinião pública interna e externa, a postura é reprovada pela ONU e por vários países.
Tropas portuguesas durante a Guerra Colonial na África.
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     A maioria dos movimentos de independência estavam ligados ideologicamente ao comunismo/socialismo e ao nacionalismo que estava no seu auge na África nos anos 1950 à 1970. Nesse sentido os movimentos de libertação receberam apoio material, treinamento e financeiro da União Soviética, Cuba, China, Estados Unidos, Argélia, Zaire, etc.
Cuba, uma Odisséia Africana (2007)
Painel de propaganda em Angola, com os líderes Agostinho Neto (esq.) e Fidel Castro (dir.).
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PORTUGAL: REVOLUÇÃO DOS CRAVOS (1974)
    A Revolução dos Cravos ou Revolução de 25 de Abril, foi um movimento politico e social organizado pelo MFA – Movimento das Forças Armadas formado majoritariamente por militares de média e baixa patente ligados a esquerda, eles promoveram um golpe de Estado que acabou com a ditadura salazarista. 
Soldados portugueses durante a Revolução dos Cravos. 

MFA - Movimento das Forças Armadas
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    Os militares estavam descontentes com a política externa do governo anterior, já que na visão da maioria a Guerra Colonial era uma guerra perdida. e muito dispendiosa para os cofres públicos portugueses. O novo governo provisório convocou eleições multipartidárias em 1975, promovendo a democratização de Portugal, em relação as colônias na África o novo governo português promoveu a retirada de suas tropas.
Hastear da bandeira da Guiné-Bissau após o arrear da bandeira portuguesa, em Canjadude (1974).
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INDEPENDÊNCIA DA GUINÉ-BISSAU E DE CABO VERDE    
    Em 1956 era fundado o PAIGC - Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, liderado por Amílcar Cabral, Aristides Pereira e Luís Cabral. O objetivo do movimento era a independência de Cabo Verde e da Guiné Portuguesa (atual Guiné-Bissau).
Bandeira do PAIGC - Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde.

AMÍLCAR CABRAL E A SUA LUITA PELA INDEPENDÊNCIA DA GUINÉ-BISSAU E CABO VERDE
Amílcar Cabral, político e líder do PAIGC de 1956 até 1973.
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     O movimento de independência se organizou, mas sem negociação ou transferência pacífica, inicia-se então a luta armada. De 1963 até 1974 ocorre a Guerra Colonial ou Guerra de Libertação, onde forças militares do PAIGC apoiada pelo bloco comunista enfrentam as tropas de Portugal.
Posto de controle montado pelo PAIGC na Guiné-Bissau em 1974.
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    Em janeiro de 1973, Amílcar Cabral é assassinado em Conacri na Guiné, no mesmo ano é proclama a independência de Guiné-Bissau, tendo como presidente Luís Cabral (PAIGC), somente após a Revolução dos Cravos tropas portuguesas abandonam o país.  
Luis de Almeida Cabral | Historica Wiki | Fandom
Presidente da Guiné-Bissau Luís Cabral de 1973 até 1980.

Bandeira da Guiné-Bissau de 1973 até a atualidade.

    Enquanto isso nas Ilhas de Cabo Verde isso somente ocorre depois da saída das tropas portuguesas, assim Cabo Verde declara independência em 1975, tendo como primeiro presidente Aristides Pereira (PAIGC). As duas novas nações adotam um sistema de partido único até o início da década de 1990, sendo países alinhados ao bloco socialista até aquele momento.
Aristides Maria PEREIRA, ®
Presidente de Cabo Verde, Aristides Pereira de 1975 até 1991.

Bandeira de Cabo Verde de 1975 até 1992.
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 INDEPENDÊNCIA DE MOÇAMBIQUE
    No ano de 1962, um momento onde fervilhavam os ideais de independência na África, foi fundada a Frelimo – Frente de Libertação de Moçambique tendo como primeira liderança Eduardo Mondlane, logo destacaram-se outros líderes como Samora Machel, Marcelino dos Santos e Joaquim Chissano. A Guerra Colonial ou Guerra de Libertação em Moçambique ocorreu de 1964 até 1974. 
Bandeira da Frelimo – Frente de Libertação de Moçambique.

Diálogos, narrativas e imagens — Samora Machel (1933-1986) e Eduardo  Mondlane...
Líderes da Frelimo: Samora Machel (esq.) e Eduardo Mondlane (dir,).
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    A Frelimo passou a defender o marxismo-leninismo em Moçambique, mas o líder Eduardo Mondlane foi morto por um atentado elaborado por forças portuguesas. Com a Revolução dos Cravos o novo governo português negociou um cessar-fogo (1974) e por fim é declarada a independência de Moçambique em 1975, tendo como primeiro presidente Samora Machel (Frelimo).
Presidente de Moçambique, Samora Machel de 1975 até 1986.

Primeira bandeira da República Popular de Moçambique de 1975 até 1983.
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INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA 
    A partir de 1961, inicia-se a Guerra de Independência de Angola, tendo de um lado as forças portuguesas que queriam manter o domínio sobre a colônia e de outro três grupos que lutavam pela independência angolana.
Soldados do MPLA.
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    Os três grupos principais que lutaram pela independência de Angola foram:
  • FNLA - Frente Nacional de Libertação de Angola, liderada por Holden Roberto. Os Estados Unidos e até o Zaire (atual República Democrática do Congo) colaboraram como movimento.

  • MPLA - Movimento Popular de Libertação de Angola liderado por Agostinho Neto, defendendo o comunismo e aproximando-se do bloco soviético. Recebeu apoio principalmente da União Soviética e de Cuba.

  • UNITA - União Nacional para a Independência Total de Angola liderada por Jonas Savimbi, sendo apoiado pelo governo da África do Sul e os EUA.
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    Com a Revolução dos Cravos, o novo governo português assina um cessar-fogo e depois ocorre  uma negociação onde é declarada a independência de Angola em 1975, sendo Agostinho Neto (MPLA) o primeiro presidente de Angola, instalando no país um regime comunista. Logo o MPLA acaba enfrentando a oposição ferrenha da FNLA e da UNITA, levando a guerra civil.
Presidente angolano Agostinho Neto de 1975 até 1979. 

Bandeira da República Popular de Angola.
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 GUERRAS CIVIS EM ANGOLA E MOÇAMBIQUE
    Após a independência de Moçambique e de Angola, os dois países comandados respectivamente pela Frelimo e da MPLA, adotaram regimes comunistas de partido único, aliando-se a URSS, Cuba e os demais países do bloco socialista, isso gerou a escalada de conflitos e a guerra civil em ambos os países
Fidel fez muito pela luta antirracista e anticolonialista em todo o mundo |  Combate Racismo Ambiental
Fidel Castro e Samora Machel.
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      A Guerra Civil Angolana iniciou-se em 1975 e somente foi concluída em 2002. Os governos do MPLA – Movimento pela Independência de Angola sob comando dos presidentes Agostinho Neto (1975-1979) e de José Eduardo dos Santos (1979-2017) tiveram que enfrentar a oposição da UNITA e da FNLA que entraram em conflito armado contra o governo.
A Guerra Civil que dividiu Angola quase 30 anos | NOTÍCIAS | DW | 13.04.2017
Estragos da guerra civil estão presentes até hoje.
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    O maior grupo opositor foi liderado por Jonas Savimbi, da UNITA - União Nacional para a Independência Total de Angola que recebeu apoio da África do Sul e dos EUA. O auge do conflito ocorreu durante os anos 1980.
Jonas Savimbi, líder da UNITA de 1966 até 2002.

Bandeira da UNITA.

    Com o fim da Guerra Fria, o apoio de potências estrangeiras diminuiu, chegando a um cessar-fogo e aos acordos de paz em 1991. O MPLA deixa de ser um partido único e ocorre a democratização com eleições multipartidárias e eleições presidenciais em 1992, que depois de uma disputa acirrada o o presidente e candidato do MPLA, José Eduardo dos Santos vence o pleito com 49% dos votos, contra Jonas Savimbi (UNITA) que recebeu 40% e outros candidatos de menor expressão.
Jornal de Angola - Notícias - Aniversário das primeiras eleições sob o  signo do combate à corrupção
Posto de Registro na Eleições gerais de 1992 em Angola.

    As eleições foram acompanhadas por observadores da ONU, mas o candidato derrotado nas eleições de 1992, Jonas Savimbi e a UNITA decidiram dar continuidade a luta armada, assim a Guerra Civil Angolana continuou até 2002, quando ocorre a morte de Savimbi em uma emboscada. Com a guerra finalizada a UNITA passa a ser o maior partido politico de oposição ao governo do MPLA.
General Armando da Cruz Neto (esq.) representando o governo angolano do MPLA e a direta o comandante das forças da UNITA o  general Abreu Muengo "Kamorteiro" foram os signatarios dos Acordos de Paz de Luena em 2002.
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    Em Moçambique, a Guerra Civil Moçambicana iniciou-se em 1976 e somente foi finalizada em 1992. Os governos da Frelimo – Frente de Libertação de Moçambique sob comando dos presidentes Samora Machel (1975-1986) e de Joaquim Chissano (1986-2005) tiveram que enfrentar a oposição da Renamo que passou a organizar uma luta armada contra o governo.
Uma vítima de explosão de uma mina terrestre na Guerra Civil Moçambicana.
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   A Renamo - Resistência Nacional Moçambicana fundada em 1975 e liderada por André Matsangaíssa era um movimento anti-comunista recebendo apoio da Rodésia, África do Sul e EUA. Em 1979 Matsangaíssa é morto em combate, assume a liderança do movimento Afonso Dhlakama, contudo com o fim da Guerra Fria e a diminuição do apoio internacional, ocorreu um cessa-fogo e um acordo de paz, colocando fim na guerra civil em Moçambique no ano de 1992.
Afonso Dhlakama, líder da Renamo de 1979 até 2018.

Bandeira da Renamo durante o início da Guerra Civil.
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    No início dos anos 1990, tanto Angola, como Moçambique abandonam o regime comunista inspirado na URSS e elaboram novas constituições adotando eleições multipartidárias. Nas primeiras eleições presidências em Moçambique que ocorreram em 1994, a Frelimo e o presidente  Joaquim Chissano venceram as eleições e a Renamo passou a ser o maior partido de oposição ao governo até a atualidade. 
Relações diplomáticas restabelecidas nos anos 1990, na Casa Branca o presidente dos Estados Unidos George W. Bush recebe três presidentes africanos, ao lado direito José Eduardo dos Santos, presidente de Angola e do lado esquerdo Joaquim Chissano, presidente de Moçambique, além do presidente de Botswana, imagem de 2002.
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Conferência de Bandung e o Terceiro Mundo

  • A Conferência de Bandung (1955) 
  • Teoria dos Mundos e o Terceiro Mundo 
  • O Movimento dos Países Não Alinhados

A CONFERÊNCIA DA BANDUNG (1955)  
     Na cidade de Bandung, localizada na ilha de Java, Indonésia, ocorreu em abril de 1955, a Conferência de Bandung, que reuniu 29 países asiáticos e africanos.  
Países que participaram da Conferência de Bandung (Indonésia, Índia, Paquistão, Birmânia, China, Nepal, Ceilão, Tailândia, Laos, Japão, Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Camboja, Filipinas, Afeganistão, Irã, Iraque, Síria, Turquia, Líbano, Jordânia, Arábia Saudita, Iêmen, Egito, Líbia, Sudão, Etiópia, Gana e Libéria).
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    A conferência ocorreu em meio a crescente movimentação e de lutas pela independência em várias regiões do mundo.
Nyalakan Kembali Api KAA 1955! – Berdikari Online
Durante a Conferência de Bandung.
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     O evento teve como anfitrião o presidente indonésio Sukarno e foi organizado também pelo primeiro-ministro indiano Jawaharlal Nehru, o objetivo era construir um movimento não alinhado buscando apoio nas nações emergentes da África e da Ásia.
16 Indonesia in India ideas | founding fathers, president of indonesia,  presidents
Presidente indonésio Sukarno (esq.) e o primeiro-ministro indiano Nehru (dir.).
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    A República Popular da China (comunista) liderada por Mao Tsé-tung, enviou como representante o seu primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores Zhou Enlai, embora a China mantivesse ainda boas relações com a URSS, o governo chinês via com bons olhos apoiar uma pauta nacionalista e anti-imperialista.
Carl Zha on Twitter: "Bandung Conference aka Asian–African Conference  organized by Indonesian President Sukarno, Indian PM Nehru and Zhou Enlai  and the prospect of a coalition of newly independent states of the
Zhou Enlai (esq.) e ao centro Jawahrlal Nehru.
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    Ao final da Conferência de Bandung, estabeleceu-se alguns objetivos para a promoção da paz e da cooperação mundial:
  • Respeito aos direitos humanos e os principios da Carta das Nações Unidas.
  • Respeito a soberania e a integridade territorial de todas as nações.
  • Igualdade entre os povos e as nações, sejam elas grandes ou pequenas.
  • Respeito de cada nação se defender de forma individual ou coletivamente. 
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  • Abster-se de uso de defesa coletiva, para servir a interesses particulares ou de grandes potências.
  • Resolução de todas as controvérsias internacionais por meios pacíficos (negociação, arbitragem, etc).
Materi Sekolah: Hasil Konferensi Asia Afrika (DasaSila Bandung)
Parte do relatório final com os objetivos acordados entre os participantes (Dasasila Bandung).
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 TEORIA DOS MUNDOS E O TERCEIRO MUNDO   
    A conhecida Teoria dos Mundos, dividia o mundo entre 1945 até 1990 sob uma visão econômica e política, na atualidade essa teoria é considerada obsoleta.
Divisão Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo | Suporte Geográfico
Mapa clássico sobre a Teoria dos Mundos.
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    Faziam parte do Primeiro Mundo, os países capitalistas desenvolvidos, capitaneados pelos Estados Unidos e composto ainda por Reino Unido, França, Alemanha Ocidental, Itália, Espanha, Japão, Canadá, Austrália, Bélgica, Holanda, Coreia do Sul, etc.
Ataque cibernético violou sistema da Casa Branca | VEJA
Casa Branca, residência oficial e local de trabalho do presidente dos Estados Unidos.
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    O Segundo Mundo era composto pelos países socialistas/comunistas durante a Guerra Fria, o bloco era capitaneado pela União Soviética e incluía ainda a Alemanha Oriental, Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, China, Vietnã, Cuba, Angola, Coreia do Norte, etc.
Praça Vermelha e o Mausoléu de Lenin em Moscou.
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     O termo Terceiro Mundo surgiu de uma noção de países que não pertenciam ao bloco capitalista (Primeiro Mundo) e nem ao bloco socialista (Segundo Mundo), assim agrupou países pobres da Ásia, África e da América Latina.
Favela Dharavi, em Mumbai, Índia, uma das maiores do mundo.
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    No contexto dos anos 1950, o Terceiro Mundo se referia aos países africanos, asiáticos e latino-americanos pobres, com baixo índice de desenvolvimento econômico, social, com enormes desigualdades sociais, economias baseadas na agricultura ou no extrativismo, instáveis politicamente e muitos dependentes de outros países.
Família em Dadaab no Quênia, maior campo de refugiados do mundo.
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O MOVIMENTOS DOS PAÍSES NÃO ALINHADOS (MNA)    
    Uma das consequências da Conferência de Bandung foi a ideia de formular um bloco de países não alinhados, o que ocorre em 1961, durante a Conferência de Chefes de Estado de Governo de Países Não Alinhados em Belgrado, capital da Iugoslávia.
Belgrade, The 1961 Non-Aligned Conference | Global South Studies, U.Va.
I Cúpula dos Países Não-Alinhados.
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    O objetivo dos principais líderes como o primeiro-ministro indiano Jawaharlal Nehru era proteger a independência das novas nações frente a complexa situação internacional (Guerra Fria), que normalmente exigia fidelidade a uma das duas superpotências em guerra. Países como Índia, Iugoslávia, China, Egito, defendiam essa independência.
Non-Aligned Movement | Multimedia | teleSUR English
Líderes na Conferência de Belgrado (1961).
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    O anfitrião e presidente da conferência, foi o líder iugoslavo Josip Broz Tito, antigo líder da guerrilha comunista que lutou contra os nazistas, o marechal Tito instalou um regime socialista, mas não se sujeitou a influência soviética, levando a ruptura com Stalin em 1948, a partir desse momento a Iugoslávia seguiu seu próprio caminho de socialismo, conhecido por pelo seu sistema de autogestão dos trabalhadores.
josep tito | Dubsism
Marechal Tito, líder da Iugoslávia de 1944 até 1980.
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    Outra importante liderança foi o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser, ele foi o segundo presidente do Movimento dos Países Não Alinhados (1964-1970). Nasser utilizava um discurso de soberania das nações contra o poderio econômico e militar das grandes potências, por exemplo quando ele nacionalizou o Canal de Suez, levando a um conflito bélico com o Reino Unido, contudo os egípcios passaram a ter o controle sobre o canal de navegação e suas rendas
Nasser (esq.), Tito (centro) e Nehru (dir.).
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     O MNA passou a ser liderado entre 1973 até 1976 pelo presidente argelino Houari Boumédiène, ele foi um dos líderes na Guerra de Independência da Argélia. Durante seu governo de 1965 até 1978, Boumédiène apoiou movimentos de luta anticoloniais e de libertação nacional, como o SWAPO (Namíbia), CNA (África do Sul) e a OLP (Palestina). 
United Nations Photo: Algeria and Argentina Open Assembly Debate on Raw  Materials and Development
Presidente argelino Houari Boumédiène em discurso na ONU.
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    Notadamente durante o período da Guerra Fria, entre 1961 até 1990, a maioria dos presidentes do Movimento Não Alinhado (MNA), apesar de declararem e possuírem a total independência em relação aos EUA e também a URSS, muitos líderes tinham relações econômicas e políticas ao bloco soviético.
280 Heroes ideas in 2021 | history, fidel castro, ernesto che
Ernesto Che Guevara em visita a Argel, sendo recebido ao lado por Houari Boumediene.
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    Chama atenção a participação de Cuba no Movimento dos Países Não Alinhados, seu presidente Fidel Castro chegou a liderar o movimento entre 1979 até 1983. A principal razão para o prestígio de Cuba entre esses países, é sua colaboração durante as décadas de 1970 e 1980 a vários movimentos de independência e contra o imperialismo europeu e estadunidense.
Aos 90 anos, morre o ex-presidente de Cuba Fidel Castro - PSB 40
Presidente Fidel Castro na VI Cúpula dos Países Não Alinhados.

1979 - Cuba - Países não alinhados - Acervo de Selos
Selo dos Correios de Cuba sobre a VI Cúpula dos Países Não Alinhados.
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   Com o fim da Guerra Fria, o Segundo Mundo acaba por ser dissolvido, assim a Teoria dos Mundos e o conceito de Terceiro Mundo perdem um pouco sua importância, já que o contexto agora é outro, mas o Movimento dos Paises Não Alinhados expandiu-se e hoje conta com 115 países membros.
Países membros (azul escuro) e observadores (azul claro) do Movimento Não Alinhado (2005).
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    No contexto pós-Guerra Fria, em 1998-1999 o presidente sul-africano Nelson Mandela também foi presidente do MNA, já que sua luta e governo representou o fim do Apartheid, a luta pelos direitos iguais entre os negros e os brancos na África do Sul, servindo como exemplo para o  mundo.
Avec Yasser Arafat pour soutenir le peuple palestinien | L'Humanité
Foto da XII Cúpula dos Países Não Alinhados na cidade de Durban (AFS), na imagem da direita para a esquerda: Nelson Mandela (AFS), Andrés Pastrana (COL), Fidel Castro (CUB) e Yasser Arafat (PAL).
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