Brasil Colonial: açúcar e engenho

 

  • Ciclo da cana-de-açúcar
  • Plantation 
  • O Engenho
  • Economia subsidiária
  • Sociedade colonial durante o Ciclo do Açúcar 

CICLO DA CANA-DE-AÇÚCAR    
    Devido a decadência do comércio de especiarias com as rotas do Oriente e os constantes ataques de corsários franceses na costa brasileira, os portugueses enviar em 1532 ao Brasil a primeira expedição colonizadora liderada por Martim Afonso de Sousa, e trouxeram mudas de cana-de-açúcar e vários homens experientes na produção de açúcar na ilha de Madeira.
Martim Afonso de Sousa
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    O cultivo da cana-de-açúcar deu-se pela necessidade de colonizar e explorar o território, até então sem muita importância econômica. A escolha por essa cultura foi baseada no solo massapé propício para o cultivo de cana e o fato de ser um produto bem valorizado no mercado europeu.
Geo - Conceição : TIPOS DE SOLOS DO BRASIL.
Plantação atual de cana em solo massapê.
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    Assim o açúcar foi um produto de exportação, gerando grandes lucros e transformando-se no alicerce econômico da colonização portuguesa no Brasil entre os séculos XVI e XVII.
A economia açucareira no brasil
Acima formas e abaixo pão de açúcar.
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    As principais áreas de produção de açúcar no Brasil Colonial foram a atual região Nordeste, nas capitanias de Pernambuco, Rio Grande (do Norte), Itamaracá, Bahia e Paraíba. Essas regiões a beira-mar facilitavam o escoamento da produção para a Europa.
A União Ibérica e a Expansão Oficial
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PLANTATION
    Conceito de origem inglesa utilizado para explicar nas lavouras coloniais no Caribe (América Central), determinando uma economia colonial voltada ao mercado externo com base no latifúndio, monocultura e mão de obra escrava, esse modelo econômico foi utilizado pelos portugueses no Brasil. 
Prova UECE 2020 – História – Resolução Comentada
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O ENGENHO    
    A origem das propriedades de terra no Brasil estão na distribuição das sesmarias, que eram grandes áreas de terra para colonizadores portugueses que tinham capital para investir e explorar a terra, quem era o responsável por essa doação era o capitão donatário ou representantes do governo.
Documento - carta de Sesmaria, passada por Tristão da C
Carta de Sesmaria, passada de Tristão da Cunha para Manoel Francisco, morador no Rio das Velhas, distrito do Dezemboque/MG.
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    No processo de colonização a maioria da população colonial reuniu-se no campo em torno dessas grandes propriedades rurais produtoras de açúcar. Ali se instalavam os engenhos, símbolos de poder naquela época.
engenho brasil colonia
Moagem na fazenda Cachoeira, obra de Benedito Calixto.
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    Haviam diferentes tipos de engenho, os chamados engenhos reais tinham suas moendas movidas a água, mas eram caros e pouco numerosos, a maioria dos engenhos era movida pela força de animais ou de escravos (engenhos menores). Os engenhos maiores moíam além da cana plantada em suas terras, as plantações de outros lavradores.
Engenho de Açúcar, no Nordeste brasileiro, obra de Henry Koster.
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    Os lavradores de cana usavam também a mão de obra escrava para cultivar a cana de açúcar, alguns eram proprietários de terra, enquanto outros lavradores arrendavam (alugavam) por exemplo uma área de um engenho onde eram obrigados a moer sua cana, por isso podiam ser chamados de “lavradores obrigados”.
Colheita da Cana - Jornal Tornado
Colheita da Cana, obra de Cândido Portinari.
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    No entorno do engenho e das plantações de cana haviam pequenos produtores de alimentos, necessários para a subsistência movimentando o mercado interno. Esses produtores eram chamados de “lavradores da roça” que cultivavam feijão, arroz, mandioca, criadores de gado para abastecer a sociedade açucareira e os núcleos urbanos.
Mapas históricos Brasil-Colônia | Mapa brasil, Mapas históricos, Mapa
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    A mão de obra base para o sistema foi inicialmente a escravidão indígena, mas já no século XVI foi gradativamente substituída pela escravidão africana, esse processo de escravidão e exploração dos escravos será abordado na próxima aula.
A relação da Indústria têxtil com o trabalho escravo – Saúde e Segurança do  Trabalho
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    O trabalho no engenho era bastante diversificado:
  • Feitor: era um capataz, aquele que supervisionava o trabalho escravo.
  • Mestre de açúcar: cabia a supervisão do beneficiamento do açúcar.
  • Purgadores: trabalhava na casa de purgar, onde o melado era cristalizado e transformado em açúcar.
    História Enem: Como era a sociedade açucareira do Brasil colonial?
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  • Oleiros: fabricava louças e outros produtos que eram feitos de barro.
  • Carpinteiros: responsável pela construção e conserto dos engenhos e das casas.
  • Pedreiros: construía e reformava moradias e estruturas dos engenhos.
  • Ferreiros: produziam objetos de ferro, essenciais para as maquinarias dos engenhos.
  • Capitão do mato: capturava escravos fugidos.
  • Escravos do eito: trabalhavam no cultivo da cana de açúcar.
O Engenho Colonial
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    O engenho colonial era um grande complexo, dividido em diversas partes:
  • Casa-Grande: representava o centro do poder dos engenhos, sendo o local onde habitava o proprietário da terra e sua família.
  • Moenda: local para moer a cana e extrair o caldo era movida por tração animal, água (moinho) ou ainda a força humana.
  • Casa das Caldeiras: espaço usado para ferver o caldo da cana de açúcar
  • Casa das Fornalhas: eram fornos que aqueciam o produto e o transformavam em melaço de cana.
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  • Casa de Purgar: ali ficavam as formas com o caldo cristalizado, chamados pão de açúcar. Após oito dias eram retirados dos moldes, refinados e prontos para comercialização.
  • Senzala: abrigavam as pessoas escravizadas, onde não havia nenhum tipo de conforto, muitos dormiam no chão de terra batida. Na grande maioria, eram durante a noite eram acorrentados para evitar fugas.
  • Capela: construção feita para celebrar os ritos religiosos dos habitantes do engenho. 
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ECONOMIA SUBSIDIÁRIA
    Existiam outros produtos oriundos da atividade agrícola que ganharam destaque. O tabaco foi um produto importante na econômica colonial, abastecendo o mercado interno, sendo exportado para a Europa e servindo como uma das moedas de troca no mercado africano de escravos.
Pela terceira safra consecutiva, Venâncio ocupa a segunda posição entre os  maiores produtores de tabaco no país
Plantação de tabaco.
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    O algodão servia mais ao mercado interno para a confecção de roupas, a partir do século XVIII passa a também ser exportado devido à grande procura graças a Revolução Industrial inglesa. A criação de gado também foi uma das atividades econômicas importantes, abastecendo as necessidades de transportes e cultivo da terra (tração animal) e alimentares (carne-seca ou charque). 
Minas Gerais quer triplicar área de plantio do algodão - Canal Rural
Lavoura de algodão.
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SOCIEDADE COLONIAL DURANTE O CICLO DE AÇÚCAR
    A sociedade açucareira estava rigidamente estratificada e marcada pelo patriarcalismo, tendo no topo os senhores de engenho, segundo um relato do jesuíta Antonil ele se referiu que “O ser senhor de engenho é o título que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado por muitos”.
Nenhuma descrição de foto disponível.
Casa-Grande do Engenho do Meio em Recife/PE.
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    Um grupo intermediário era formado por Homens livres, mas na sua maioria ligados de alguma forma com o Ciclo do Açúcar: proprietários de terra sem engenho, lavradores, carpinteiros, ferreiros, oleiros, feitores, comerciantes de escravos.
Implantação da Colônia Portuguesa | Historitura
Sociedade colonial durante o Ciclo do Açúcar.
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    A base da sociedade contava com os escravos, era o grupo mais numeroso da sociedade açucareira. Em função das péssimas condições em que viviam, dos castigos físicos e da ausência de liberdade, possuíam baixa expectativa de vida.
Escravidão no Brasil obra de Jean-Baptiste Debret.
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