- Estratégia de resistência
- Os quilombos
- Quilombo dos Palmares e seu extermínio
ESTRATÉGIA DE RESISTÊNCIA Os escravos reagiram contra a escravidão de diversas maneiras, algumas mulheres por exemplo provocavam abortos para evitar o sofrimento de seu filho(a) ser um futuro escravo, outros escravos chegavam a se suicidar. 01 | ||
Também ocorreram fugas individuais ou coletivas eram constantes, alguns escravos fugidos procuravam auxilio e proteção de negros livres que habitavam nas cidades, outros fugiam para o interior onde formavam comunidades de organização própria, os chamados quilombos. 02 | ||
Para tentar recuperar os escravos fugidos, a elite colonial escravagista contratava uma pessoa que era chamada de capitão do mato, este era encarregado da captura de escravos fugitivos. Essas pessoas tinham baixo prestígio social porque eram suspeitos de sequestrar escravos apanhados ao acaso, esperando vê-los declarados em fuga, para devolvê-los aos donos mediante o pagamento de recompensa.
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Além da fuga, existiam rebeliões contra os senhores de escravos e feitores. Ainda podiam fazer corpo mole no trabalho ou até paralisavam o trabalho, também sabotavam a produção quebrando ferramentas ou incendiando plantações. Por exemplo, fagulhas de madeira lançadas nos canaviais provocavam facilmente grandes incêndios.
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Mas nem tudo era tensão na relação entre senhores e escravos, dependendo do modo de trato com os seus escravos podia ocorrer uma relação mais amistosa e várias concessões aos escravos. Segundo historiadores a maioria dos escravos cumpria as exigências, em troca de um melhor padrão de sobrevivência (alimentos, vestuário, etc), além de um espaço para a expressão de sua cultura e festividades.
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OS QUILOMBOS Diante de tantas fugas, em toda a América existiram comunidades de escravos africanos fugidos, no Brasil esses grupos receberam o nome que quilombos ou mocambos e seus membros são chamados de quilombolas, calhambolas ou mocambeiros. A palavra quilombo tem origem banto e significa acampamento ou fortaleza.06 | ||
Embora a maioria dos habitantes fosse de escravos africanos, também havia entre eles indígenas, soldados desertores, homens livres pobres e pequenos comerciantes.
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A organização interna dos quilombos variava, mas para muitos historiadores os quilombos maiores se organizavam segundo os moldes da sociedade africana daquela época. Eram chefiados por reis (chefes), generais, esses principais chefes de quilombos possuíam escravos, reeditando a escravidão praticada na África. Esses fatos não desmerecem a atuação dos quilombos contra a escravidão portuguesa no Brasil.
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A Constituição de 1988 aprovou a instalação da Fundação Palmares que tem como objetivo constitucional de reforços à cidadania, à identidade, à ação e à memória dos segmentos étnicos dos grupos formadores da sociedade brasileira, além de fomentar o direito de acesso à cultura e à indispensável ação do Estado na preservação das manifestações afro-brasileiras. 09 | ||
Mapa das comunidades quilombolas certificadas. 10 |
QUILOMBO DOS PALMARES E O SEU EXTERMÍNIO O Quilombo dos Palmares começou a se formar durante as invasões holandesas ao Nordeste, tais conflitos entre portugueses e holandeses desestruturou a região açucareira facilitando motins e fugas de escravos das fazendas, assim formou-se o maior núcleo de revolta de escravos da história do Brasil.
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Palmares estava localizada na Serra da Barriga, no estado de Alagoas, que na época pertencia a capitania de Pernambuco. O quilombo cresceu muito na segunda metade do século XVII, chegado a ter dez fortes e em torno de 20 mil pessoas.
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A sobrevivência ocorria da atividade agrícola de feijão, milho, cana de açúcar, mandioca, criação de gado e a caça e coleta. As plantações e as coletas eram realizadas com trabalho familiar e cooperativo. 13 | ||
Os quilombos também buscavam promover alguns ataques a engenhos, com objetivo de libertar escravos, muitas vezes em especial mulheres escravas. Ainda existiram conflitos entre quilombos e indígenas na região.
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O primeiro líder que se destacou do Quilombo dos Palmares, foi Ganga Zumba, o “grande senhor” que governou o quilombo de 1656 até 1678. Nesse período os quilombolas derrotaram várias expedições que visavam enfraquecer o movimento negro de Palmares.
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Sabendo que era quase impossível manter sempre a defesa do Quilombo dos Palmares, Ganga Zumba fez um acordo de paz com o governador de Pernambuco. O acordo previa a liberdade para os negros que viviam em Palmares e concessão de terras em Cucaú (Alagoas), mas em contrapartida os escravos recém-chegados ao quilombo deveriam ser devolvidos aos senhores de engenho.
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O acordo dividiu os quilombolas, Ganga Zumba foi assassinado e o comando do Quilombo dos Palmares ficou a cargo do jovem líder Zumbi dos Palmares que continuou a luta de resistência, sem aceitar entregar os seus, para os colonizadores.
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Diante do fato, o governador português de Pernambuco Caetano de Melo e Castro contratou o bandeirante Domingos Jorge Velho para acabar com o quilombo que representava uma ameaça constante aos senhores de engenho da região.
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Os ataques comandados pelo bandeirante se iniciaram com grande força em 1694, ele estava a frente de 6.000 homens bem armados e municiados que contavam com grande experiência nesse tipo de ataque.
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Apesar da resistência tenaz dos quilombolas, eles acabaram derrotados e no dia 20 de novembro de 1695, Zumbi dos Palmares foi morto, depois degolado e sua cabeça enviada como troféu para a cidade de Recife/PE. Esse feito foi o maior triunfo da sociedade escravista do Brasil Colonial, mas ao mesmo tempo foi o maior movimento de resistência dos escravos no Brasil.
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