Era Vargas: Estado Novo e o Brasil na Segunda Guerra Mundial

  • Contradição: democracia versus ditadura
  • Aliança entre EUA e Brasil
  • Brasil na guerra

CONTRADIÇÃO: DEMOCRACIA VERSUS DITADURA    
    O Brasil durante o Estado Novo era um estado autoritário, tendo Getúlio Vargas com todo poder em suas mãos, estabelecendo os chamados decretos-leis assinados pelo presidente, sem a necessidade de passar pela Câmara dos Deputados e o Senado, já que esses órgãos não existiam durante a ditadura varguista.  
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Capa do jornal Diário Carioca em 1937.
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    Muitos defendem que Vargas era um simpatizante pelo nazi-fascismo, mas cabe lembrar que o movimento fascista no Brasil, o Integralismo foi dissolvido e posto na ilegalidade por Vargas, Plínio Salgado teve que se exilar em Portugal.
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Cartaz em alusão aos 10 anos de governo Vargas, de 1930 até 1940.
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    Mas na base do governo Vargas tínhamos políticos e militares simpáticos ao Eixo (aliança militar entre Alemanha, Itália e Japão), como o ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra e outros mais alinhados com EUA, como o ministro das Relações Exterior, Oswaldo Aranha.
Osvaldo Aranha, ministro das Relações Exteriores.

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Eurico Gaspar Dutra, ministro da Guerra.
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    ALIANÇA ENTRE EUA E BRASIL
    Os Estados Unidos presidido por Franklin D. Roosevelt incentiva uma política externa para a América Latina, denominada de Política de boa vizinhança, praticada pelos estadunidenses que concederam empréstimos e tecnologia e passando a se interessar mais pelo mercado brasileiro.
Presidente Getúlio Vargas com o empresário Nelson Rockefeller, presidente da Esso, em 1942.
Presidente Vargas com o empresário Nelson Rockefeller, presidente da Esso em 1942.
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    Até mesmo a cultura sofreu influência nesse momento, um caso bem conhecido foi a visita de Walt Disney para o Brasil em 1941, quando criou um personagem fictício Zé Carioca, um papagaio brasileiro e amigo do Pato Donald nos desenhos da famosa empresa norte-americana. 
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Osvaldo Aranha (dir.) e o produtor cinematográfico Walt Disney (esq.)

Planeta Gibi Blog: Zé Carioca, vendas, distribuição... Culturama fala sobre  o mercado
Zé Carioca
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    Os EUA perceberam que o Brasil, era fundamental para o futuro da Segunda Guerra Mundial, o presidente dos EUA, Franklin D. Roosevelt e o presidente brasileiro Getúlio Vargas começaram a negociar vantagens econômicas para o Brasil entrar na guerra do lado dos Aliados.
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     Assim, o governo Vargas pode construir a primeira grande usina siderurgia do Brasil em 1941, a CSN – Companhia Siderurgica Nacional, com tecnologia e financiamento norte-americano. A construção foi financiada pelo Eximbak - Export-Import Bank of the United States, uma agência de crédito oficial do governo dos EUA.
Construção da CSN.
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    Além disso, em 1942 foi criada a CVRD – Companhia Vale do Rio Doce, uma companhia com o objetivo de explorar minério de ferro, para abastecer a CSN e também para exportar o mineral.
Trabalhadores carregando minério de ferro nos vagões, no início da CVRD.
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    Também foi criada a FNM – Fabrica Nacional de Motores com objetivo de construir os primeiros motores aeronáuticos no Brasil, a empresa recebeu empréstimo e tecnologia dos EUA, chegou a ser assinado um contrato para produzir motores radiais Curtiss-Wright R-975. Posteriormente a empresa se dedicou a fabricação de caminhões.
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Motores de avião em linha de montagem no ano de 1944.
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    Todos esses financiamentos e transferências de tecnologia ocorreram quando foi formalizado os Acordos de Washington entre Brasil e Estados Unidos em 1941.
Vargas e Roosevelt em 1936 no Rio de Janeiro.
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    Descontentes com a aproximação brasileira dos Aliados, a Alemanha começou a torpedear vários navios brasileiros, o primeiro foi o vapor cargueiro Taubaté que navegava no Mar Mediterrâneo em março de 1941. Até o final da guerra o Brasil somou 32 navios afundados.
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Jornal O Globo informando navios brasileiros torpedeados pela Alemanha Nazista.
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BRASIL NA GUERRA
    Pressionado pela opinião pública que começou a fazer passeatas em favor da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, Getúlio Vargas assina a declaração de guerra contra Alemanha e Itália, no dia 31 de agosto de 1942.
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Franklin Roosevelt (esq.) e Getúlio Vargas durante visita do presidente dos EUA ao Brasil em Natal/RN.
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    O Brasil teve que dar contrapartidas aos EUA, como a liberação de construir uma base aérea em Natal/RN. Essa base norte-americana era chamada de “Trampolim da Vitória”, ela era fundamental para o patrulhamento do Oceano Atlântico e também fazia parte da rota dos aviões que davam suporte a guerra no norte da África.
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Rota do Atlântico Sul para abastecer a guerra no norte da África.
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    Outro esforço de guerra por parte do Brasil, foi a reativação da produção de látex na Amazônia, assim foi criada a SEMTA - Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia, quando 60 mil trabalhadores foram enviados para a região amazônica, no chamado de Segundo Ciclo da Borracha. Os trabalhadores ficaram conhecidos como “Soldados da Borracha” no final da guerra, o látex amazônico perdeu importância e os trabalhadores foram deixados na região.
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Cartaz do SEMTA.
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    O governo Vargas também criou em 1943, a FEB - Força Expedicionária Brasileira, uma força militar brasileira que foi enviada a lutar do lado dos Aliados (EUA e Reino Unido), na Frente Italiana
Insígnia da FEB, seu lema de campanha, "A cobra vai fumar"
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     Os soldados brasileiros chegaram a Itália em setembro de 1944, onde receberam treinamento e equipamento militar dos EUA. Participaram de vitórias e na libertação de algumas comunas italianas como Massarosa. Mas coube grande destaque, a vitória na Batalha de Monte Castello, lembrando que o front italiano a guerra era travada e o terreno montanhoso dificultava grandes avanços.
Tropas brasileiras em Torre di Nerone, perto de Monte Castello.
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    Participaram em torno de 25 mil soldados brasileiros na FEB - Força Expedicionária Brasileira, comandados pelo general Mascarenhas de Morais e da FAB – Força Aérea Brasileira, elas estavam agrupadas no V Exército dos EUA na Frente Italiana. O Brasil também ajudou a patrulhar o Atlântico Sul contra ameaças de navios de guerra do Eixo.
O caça-bombardeiro P-47 da FAB - Força Aérea Brasileira na Itália.

"Senta a Pua!" símbolo e lema utilizado pelos aviões operados pela FAB na Itália.
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    Em abril de 1945, as tropas da FEB vencem a Batalha de Montese e com ajuda com forças dos EUA, da Resistência italiana derrotam a resistência alemã na Batalha de Collecchio. No final do conflito, a FEB teve um saldo de pouco mais de 400 militares mortos.
Soldados brasileiros em Montese.
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   No dia 29 de abril de 1945, em torno de 14 mil soldados da Alemanha Nazista sob comando do general alemão Otto Fretter-Pico e de italianos fascistas comandados pelo general Mario Carloni, se rendem a FEB - Força Expedicionária Brasileira.
General alemão Otto Fretter-Pico se rendendo à tropa brasileira em abril de 1945.
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    Voltando ao Brasil foram recebidos com festa e ocorreram desfiles, sendo que até a atualidade são lembrados nos desfiles militares. Os membros da FEB ficaram conhecidos como “pracinhas” e receberam uma pensão, enquanto isso os “soldados da borracha” só foram reconhecidos em 1988 e também receberam um benefício pecuniário.
Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, localizado no Rio de Janeiro.
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