República Oligárquica (1918-1922) – IV Parte

  • Rodrigues Alves: eleito, mas não tomou posse
  • Delfim Moreira: um presidente provisório
  • Epitácio Pessoa: período de agitação social
  • Semana da Arte Moderna e o Revolta do Forte de Copacabana

    O quarto período trabalhado sobre a República Oligárquica mostra-se ao mesmo tempo a consolidação da aliança São Paulo e Minas Gerais, mas também a formação de movimento políticos e militares contra a república dos oligarcas, demostrando o desgaste do regime.  
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    RODRIGUES ALVES: ELEITO, MAS NÃO TOMOU POSSE
    Rodrigues Alves novamente se candidatou a presidente da República pelo PRP – Partido Republicano Paulista, com apoio do PRM, ele foi eleito com incríveis 99% dos votos devido ao sistema do voto de cabresto, mas o presidente eleito contraiu a Gripe Espanhola e acabou falecendo em janeiro de 1919, aos 70 anos.
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Cortejo fúnebre de Rodrigues Alves em Guaratinguetá/SP. Revista O Malho, 25 de janeiro, 1919.

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Rodrigues Alves
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DELFIM MOREIRA: UM PRESIDENTE PROVISÓRIO
    Advogado e político mineiro, Delfim Moreira governou o Brasil de novembro de 1918 até junho de 1919, era o vice-presidente eleito que assumiu provisoriamente e pertencia ao PRM – Partido Republicano Mineiro, ele manteve a aliança com São Paulo convocando eleições presidenciais para o ano de 1919.
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Delfim Moreira, presidente do Brasil de novembro de 1918 até julho de 1919.
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    No seu curto governo enviou Epitácio Pessoa, senador e presidente eleito em 1919, para representar o Brasil na Conferência de Paz em Paris ao final da Primeira Guerra Mundial. Quando Epitácio voltou da viagem, ele assumiu o governo brasileiro e Delfim Moreira voltou ao cargo de vice-presidente até sua morte em 1920.
Delegação brasileira embarcando para Paris.
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EPITÁCIO PESSOA: PERÍODO DE AGITAÇÃO SOCIAL
    O presidente Epitácio Pessoa, nasceu no estado da Paraíba, mas sua carreira política se desenvolveu no estado de São Paulo chegando a dois mandatos de senador pelo PRP, mas nas eleições de 1919 ele disputou o cargo de presidente pelo PRM – Partido Republicano Mineiro e obteve apoio de grande parte do PRP - Partido Republicano Paulista.
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Epitácio Pessoa, presidente do Brasil de 1919 até 1922.
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    O governo de Epitácio Pessoa é marcado por agitações sociais, além disso ocorre uma grande seca no Nordeste e o governo contraiu empréstimos para a construção de grandes açudes naquela região. Mas o presidente teve que enfrentar o descontentamento da oligarquia cafeeira, por isso é realizado mais um Funding Loan pegando empréstimos para valorizar o café.
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Papel-moeda de 500 mil réis, homenageando José Bonifácio, patrono da Independência.
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    Ainda o presidente retirou muitos ministros militares, substituindo por civis, assim teve que enfrentar o descontentamento de parte dos militares.
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Em 1919 Pandiá Calógeras foi nomeado ministro da Guerra, ele foi o primeiro civil a ocupar o cargo.
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     O café continuava como prioridade e as indústrias novamente são deixadas de lado, já que os novos empréstimos acabaram por gerar uma alta inflacionária e as importações de produtos básicos volta a crescer.
Novo Milênio: Santos - fotos antigas - O porto do café (II)
Carregamento de café no Porto de Santos.
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    Ao mesmo tempo é criada uma Lei de Repressão ao Anarquismo, perseguindo estrangeiros e anarquistas, uma continuação da Lei Adolfo Gordo de 1907 que decretava a expulsão de estrangeiros envolvidos em greves.
Anarquismo no Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre
Trabalhadores na Greve Geral de 1917 quando a influência anarquista foi importante durante a greve.
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    O primeiro grande movimento artístico ocorreu no Brasil apenas em 1922, foi a Semana de Arte Moderna de 11 a 18 de fevereiro onde cada dia da semana trabalhou-se um aspecto cultural: pintura, escultura, poesia, literatura e música, marcando o início do Modernismo no Brasil.
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Cartaz anunciando o último dia da semana de arte.
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    A semana representou uma verdadeira renovação da linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora, da ruptura com o passado, pois a arte passou então, da vanguarda para o modernismo.
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Vista interior atual do Theatro Municipal de São Paulo onde Villa-Lobos se apresentou durante a semana de arte.
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    Participaram daquela semana: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Plínio Salgado, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos, Tácito de Almeida, Di Cavalcanti. Na ocasião, Tarsila do Amaral, considerada um dos grandes pilares do Modernismo brasileiro, encontrava-se em Paris.
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Obra Abaporu de Tarsila do Amaral (1928).

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f6/Tarsila_do_Amaral%2C_ca._1925.jpg
Tarsila do Amaral.
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     Além disso formaram-se dois grupos artísticos:
  • Movimento Pau-Brasil: liderado por Oswald de Andrade, lança em 1928, o Manifesto Antropofágico, com tendências de esquerda e buscando transformar influências estrangeiras em temas nacionais.
  • Movimento Verde Amarelo: liderado por Plínio Salgado, ultranacionalista e direitistas, negando qualquer influência estrangeira.
Nova edição traz 22 poemas inéditos de Oswald de Andrade - 11/02/2017 -  Ilustrada - Folha de S.Paulo
Oswald de Andrade

Plínio Salgado, Bandeirante do Brasil Profundo - Integralismo | Frente  Integralista Brasileira
Plínio Salgado
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    Em março de 1922, intelectuais e pessoas envolvidas com o movimento operário fundam o PCB – Partido Comunista do Brasil, tendo como principais nomes Abílio de Nequete e Astrojildo Pereira. O movimento comunista ganhou impulso devido a difusão dos ideais marxista-leninistas inspirados na Revolução Russa de 1917.
Sobre el “marxismo GUIÓN leninismo” – La Joven Cuba
Da esquerda para a direita: Karl Marx, Friedrich Engels e Vladimir Lenin 

https://escolaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2019/06/partido-comunista-brasileiro-750x430.jpg
Símbolo comunista, no Brasil do PCB.
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    Mas o PCB não se lançou a nenhuma luta armada pela tomada do poder, estava mais preocupado com a luta operária e pelos direitos trabalhistas, contudo já foi colocado na ilegalidade em junho de 1922.
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Fundadores do PCB (1922), ao centro Abílio de Nequete primeiro secretário-geral.
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    Ainda no início da década de 1920 formou-se um movimento político-militar denominado de Tenentismo, onde membros de baixa e média patente do Exército brasileiro passaram a contestar a política do café-com-leite e organizaram diversas revoltas armadas.
EXÉRCITO BRASILEIRO REPÚBLICA VELHA -... - Uniformes militares na História  | Facebook
Uniformes militares nos anos 1920-1930.
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     Os tenentistas defendiam:
  • Moralidade política no país e combatiam a corrupção.
  • Fim do voto de cabresto e a instituição do voto secreto.
  • Reforma no sistema educacional público.
  • Tinham uma posição conservadora e autoritária.
  • Defendiam reformas políticas e sociais.
  • Foi um movimento heterogenio e sem um projeto e ideologias definidas.
  • No entanto, era elitista, pois excluía a população do processo decisório.
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    A primeira revolta tenentista ocorreu em 1922 devido a tensão eleitoral, já que grande parte dos militares eram contra o candidato governista Arthur Bernardes e lançaram ainda no ano anterior o candidato opositor Nilo Peçanha da Reação Republicana apoiado por nomes como Hermes da Fonseca.
Crise Política | CPDOC
Caricatura crítica sobre o grupo opositor Reação Republicana onde o rato representa as “cartas falsas” para incriminar Arthur Bernardes.
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    Diante da vitória de Arthur Bernardes, a oposição e setores militares se rebelaram, mas na prática apenas o Forte de Copacabana, sob comando do Capitão Euclides da Fonseca e a Escola Militar revoltaram-se, na chamada Revolta do Forte de Copacabana (1922) ou Revolta dos 18 do Forte..
Forte de Copacabana – TOK de HISTÓRIA
Entrada do Forte de Copacabana, palco do primeiro movimento tenentista.
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    Os militares de alta patente não apoiaram o movimento, sem poder, Euclides da Fonseca saiu da fortaleza para negociar e foi preso, depois desse fato 17 militares continuaram e partiram em marcha rumo ao Leme, para enfrentar as tropas do governo, juntou-se a eles um civil Otávio Correa. No confronto com a tropa legalista (governista) a revolta foi derrotada, entre os tenentes sobreviveu apenas Siqueira Campos e Eduardo Gomes, assim terminava o levante.
Ficheiro:Os 18 do Forte.jpg
Confronto final na Avenida Atlântica na capital.
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