Direitos civis: a luta das mulheres

  • Primeira fase: a luta pelos direitos políticos
  • Segunda fase: 1960-1980
  • Terceira e quarta fase

 Feminismo - Dicio, Dicionário Online de Português
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PRIMEIRA FASE: A LUTA PELOS DIREITOS POLÍTICOS
    A primeira fase do movimento feminista ocorre no século XIX até o início do século XX, quando o movimento baseou na luta pela igualdade jurídica e buscando o direito ao divórcio, guarda dos filhos, exercer uma profissão, contudo ao logo do tempo destacou-se como a principal bandeira do movimento, o direito ao voto.
Manifestação pelo voto feminino em Nova York, 1912.
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    A origem política do movimento foi a Revolução Francesa (1789) que inspirava com o lema: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. A francesa Olympe de Gouges publicou um texto Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã em 1791.
Primeira página da Declaração dos Direitos da Mulher e da Mulher Cidadã.

Retrato de Olympe de Gouges, obra de Alexander Kucharsky.
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    Gouges que era partidária dos girondinos, acabou sendo acusada por crime de traição a Revolução, já que tinha proposto um plebiscito para a escolha entre unitarismo, federalismo ou monarquia, e quem defendesse a monarquia ou idealizasse a ideia de incluir essa possibilidade poderia ser acusado de traição a Revolução Francesa, assim Olympe de Gouges foi guilhotinada.
Execução de Olympe de Gourges.
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    No século XIX, surgiram vários movimentos e escritos, destacamos nos EUA, onde ocorreu Convenção de Seneca Falls, no estado de Nova York, as organizadoras da conferência foram Lucretia Mott e Elizabeth Cady Stanton, ao final foi elaborado e assinado um documento conhecido como Declaração dos Direitos e Sentimentos determinado a defesa pelos direitos da mulher a propriedade e o direito ao voto. 
Elizabeth Stanton, Carrie C. Catt, Lucretia Mott Stamp | Elizabeth Stanton,  Carrie C. Catt, Lucretia Mott Stamp | MY HERO
Selo postal dos EUA sobre a Convenção de Seneca Falls - “100 anos de progresso das mulheres: 1848–1948” (Elizabeth C. Stanton à esquerda, Carrie C. Catt ao centro e Lucretia Mott a direita).
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    Em 1893, a Nova Zelândia passa a garantir o direito ao sufrágio feminino graças ao movimento liderado por Kate Sheppard.
Em 1992, Kate Sheppard, substituiu a rainha Elizabeth II na cédula de dez dólares neozelandeses.
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    No Reino Unido, em 1903 forma-se a União Social e Política das Mulheres uma organização que passou a defender o direito ao voto para as mulheres, elas passaram a ser chamadas de sufragistas, o movimento era liderado por Emmeline Pankhurst realizando greves de fome, protestos de rua, etc.
Annie Kenney (à esquerda) e Christabel Pankhurst.
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    Um fato marcante ocorreu em 1913, quando a ativista sufragista Emily Davison a fim de realizar um protesto no derby (turfe – corrida de cavalos) em Epsom, Surrey na Inglaterra, entrou na pista de corrida com um cartaz, mas acabou sendo atingida por um cavalo, Emily foi levada para o hospital, mas faleceu devido aos ferimentos.
Truth behind the death of suffragette Emily Davison is finally revealed |  Social history | The Guardian
Momento em que ocorre o acidente que vitimou Emily Davison. 
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    Depois de muita luta e de eventos mundiais que mudaram a percepção de sociedade, como a Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido concede o direito ao voto para as mulheres acima dos 30 anos em 1918, o que vai ser modificado em 1928, concedendo direitos de voto, iguais a mulheres e homens.
CNM - Confederação Nacional de Municípios | Comunicação
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    Em outros países o direito ao voto também foi alcançado nos Estados Unidos em 1919/1920. No Brasil também existiu a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino liderada por  Bertha Lutz, que apesar de ser não adotar posições mais radicais, colaborou para a luta e conquista do direito ao voto feminino em 1932.
Bertha Lutz e a história do voto feminino no Brasil | Capricho
Bertha Lutz
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SEGUNDA FASE: 1960-1980   
    Nos anos 1960 o movimento feminista ganha impulso, até relacionado as contestações sociais vivenciadas naquela época, passando também a defender os direitos civis igualitários para as mulheres.
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    Em 1963, as mulheres consistiam 51% da população e um terço da força de trabalho, mas ganhavam menos, inclusive quando exerciam a mesma profissão comparável a um homem, haviam também restrições a mulheres exercerem algumas profissões e uma exclusão constante em cargos de gerencia e direção. Naquela época também se constatava que elas eram minoria em cursos superiores de graduação.
Quantidade de homens e mulheres | Educa | Jovens - IBGE
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     Nesse mesmo ano, a ativista estadunidense Betty Friedman publicou o livro A mística feminina que atacava a ideia de reservar para a mulher apenas o papel de dona de casa e mãe.
As 14 frases de entrevistados que passaram pelas páginas de VEJA | VEJA
Friedman em entrevista a Revista Veja em 1971. 
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    Outro destaque é pensadora francesa Simone de Beauvoir que escreveu o livro O Segundo Sexo, publicado sua primeira edição em 1949, ganhou destaque nos anos 1960, onde realiza uma reflexão sobre a mulher em vários aspectos: os mitos e fatos que condicionam a vida das mulheres e também nas esferas sexual, psicológica, social e política.
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    O movimento foi hostilizado, insultado e ridicularizado, muitos alegaram que a igualdade entre os sexos destruiria a instituição do casamento e da família.
Mulher sendo multada por usar biquini, no Brasil o presidente Jânio Quadros proibiu o uso nas praias no início dos anos 1960.
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     Apesar de tudo o movimento se consolidou e se expandiu para vários países, principalmente no Ocidente, assim surgiram leis garantindo direitos civis e igualdade perante os homens, criminalizando o assédio sexual no trabalho e até a possibilitando a carreira militar para elas.
Women in law enforcement - Wikipedia
Polícia de Israel 
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    Também ocorreram aprovações de legislação própria  contra a violência doméstica.
Lei da Máscara Roxa vai potencializar políticas públicas de combate à violência  doméstica, afirma defensora pública - Defensoria Pública do Estado do Rio  Grande do Sul
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    No Brasil, a atriz carioca Leila Diniz chocou a sociedade conservadora brasileira aos expressar seus sentimentos e abriu caminho para a mudança de comportamento, considerada uma das precursoras do movimento de libertação das mulheres no país ao exibir-se gravida de biquíni e de defender que a maternidade fora do casamento não era sinônimo de constrangimento.
Mulheres que fizeram história: Leila Diniz
Leila Diniz
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   Em junho de 1977, mesmo com a reação contrária dos conservadores e religiosos, foi aprovada no Congresso Nacional a lei do divórcio que é o rompimento legal e definitivo do vínculo de casamento civil, mas ainda sim um processo bem burocrático com longos prazos, posteriormente ocorrem outros avanços na legislação.
Divórcio demorou a chegar no Brasil — Senado Notícias
Ao centro o senador Nelson Carneiro MDB/RJ que propôs o projeto da lei do divórcio.
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 TERCEIRA E QUARTA FASE  
    Nos anos 1990, iniciou-se a terceira fase, onde as lutas abordam questões de estupro, sexualidade e o patriarcado. Já na quarta fase, (século XXI) temos a questão da tecnologia relaciona com assédio sexual, etc. Atualmente existem várias vertentes do movimento feminista desde os mais moderados, até manifestações mais radicalizadas.
Protesto de mulheres em uma praia no Rio de Janeiro. Fonte: O Globo
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