- Primeira fase (1630-1635): invasão holandesa
- Segunda fase (1635-1645): Nova Holanda
- Terceira fase (1645-1654): a Insurreição Pernambucana
PRIMEIRA FASE (1630-1635): INVASÃO HOLANDESA Derrotados na Bahia, a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais não desistiu de controlar a área de cultivo e beneficiamento de cana de açúcar, assim lançou um nova ofensiva em 1630 contra a capitania de Pernambuco, a mais lucrativa da época. Os holandeses chegaram ao litoral com um esquadra de 67 navios e 7 mil homens e 1.170 canhões.
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Sem condições de resistir, o governador luso-brasileiro da capitania de Pernambuco, Matias de Albuquerque refugiou-se no interior e fundou o Arraial do Bom Jesus, a tática empregada pela resistência, foi organização de uma guerrilha. Assim nos primeiros cinco anos, os holandeses não conseguiram conquistar totalmente a região.
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Esse anos de guerra destruíram a frágil organização colonial, vários engenhos acabaram danificados e escravos aproveitaram a confusão para fugir e formar quilombos (o maior foi o Quilombo dos Palmares). Nessa altura, os holandeses conseguiram alguns informantes, o mais conhecido foi Domingos Fernandes Calabar que passou a ajudar os holandeses com informações sobre a região e a resistência luso-brasileira sofreu várias derrotas.
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Em 1635 já desgastados, a resistência liderada por Matias de Albuquerque conquistou a cidade de Porto Calvo, nessa cidade conseguiu prender Calabar, que foi sentenciado ao enforcamento por traição ao Reino de Portugal. Nesse mesmo ano o líder luso-brasileiro desmobiliza a guerrilha e a companhia holandesa passa a organizar administrativamente o território.
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SEGUNDA FASE (1635-1645): NOVA HOLANDA Vários senhores de engenho e os holandeses queriam um ambiente de ordem e de paz, para que pudessem se dedicar a atividade açucareira. A Companhia Holandesa das Índias Ocidentais enviou em 1637 ao Brasil, o nobre holandês João Maurício de Nassau Siegen para administrar o território.
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Logo o governo de Maurício de Nassau buscou pacificar a região para conseguir apoio dos senhores de engenho luso-brasileiros, para isso a companhia holandesa concedeu créditos aos senhores de engenho para o reaparelhamento dos engenhos, recuperação dos canaviais e a compra de escravos, reativando a produção açucareira.
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Taís investimentos criaram uma boa relação entre holandeses e brasileiros (latifundiários e comerciantes). Além disso foi melhorado o sistema de produção de açúcar e o governo de Nassau diminuiu os impostos para os senhores de engenho em Pernambuco.
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Para ampliar seus domínios e apoiar a colônia açucareira na América, a Holanda conquistou os entrepostos comerciais de escravos na África, como o Forte de São Jorge da Mina (atual Gana) e Angola, controlando o comércio atlântico de escravos. No Brasil lançou-se a novas conquistas ganhando territórios no Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão.
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A cidade de Recife passou a chamar-se em holandês Mauritsstad (Cidade Maurícia) e tornou-se a capital na Nova Holanda, como era chamada a colônia holandesa no Brasil. O pequeno povoado cresceu e foram realizadas obras públicas como canais, estradas, diques, pontes, palácios e fortes para defesa.
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Nassau ainda criou o primeiro Zoológico, Museu Natural, Jardim Botânico e um Observatório astronômico. Nesse momento, vários pesquisadores e artistas vieram para o Brasil Holandês incentivados por Nassau, destacamos: os pintores Frans Post, Albert Eckhout, o naturalista George Marcgrave e o médico Willem Piso.
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Outro ponto de destaque foi a tolerância religiosa, apesar do calvinismo ser a religião oficial e incentivada, os holandeses buscaram respeitar as demais religiões, já que a população luso-brasileira era em sua maioria católica. Vieram para a Nova Holanda uma grande comunidade de judeus que construíram em Recife, a primeira sinagoga das Américas, a sinagoga Kahal Zur Israel, em português sinagoga Rocha de Israel.
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Mauricio de Nassau ainda criou o Conselho de Escabinos, uma espécie de Câmara Municipal que era dirigida por um membro da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (WIC), mas contava com a participação de senhores de engenho para administração municipal. O governo de Nassau ganha prestígio na colônia.
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Tudo muda quando a Holanda que estava envolvida na Guerra dos Oitenta Anos (1566-1648) e na Guerra dos 30 Anos (1618-1648) necessitou aumentar os impostos em sua colônia na América, o governador Maurício de Nassau discorda da proposta e acaba afastado do cargo em 1643. A nova administração aumenta impostos, pressionam por um aumento da produção, pelo pagamento das dívidas atrasadas e os católicos são proibidos de praticar livremente a sua religião.
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Para piorar a situação da colônia holandesa, em 1640 ocorre a Restauração da Independência portuguesa com a chegada ao trono de D. João IV, era o início da Dinastia de Bragança em Portugal. Contudo a independência portuguesa levou a Guerra da Restauração (1640-1668) entre Portugal e Espanha, assim os portugueses não tiveram condições financeiras de retomar o Nordeste.
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TERCEIRA FASE (1645-1654): A INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA Sem dinheiro, Portugal assina com a Holanda uma Trégua de 10 anos, após isso os territórios holandeses no Brasil seriam devolvidos a administração portuguesa e a Holanda ficaria comandando o lucrativo comércio de açúcar. Mas diante dos conflitos entre luso-brasileiros e holandeses ocorre o início da Insurreição Pernambucana em 1645.
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A Insurreição Pernambucana é considerada a primeira revolta nativista e popular, porque nos primeiros anos os luso-brasileiros lutaram sozinhos contra os holandeses. O principal líder foi João Fernandes Vieira, um senhor de engenho beneficiado com os empréstimos da companhia holandesa, mas agora revoltou-se contra o domínio holandês após a saída de Maurício de Nassau e uma cobrança maior sobre suas dívidas.
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O segundo no comando era André Vidal de Negreiros militar português com experiencia de ter lutado contra os holandeses na Bahia em 1625. A frente de milicias de negros forros estava Henrique Dias e comandando índios potiguares aliados aos luso-brasileiros estava Filipe Camarão.
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Cabe destaque a vitória do exército luso-brasileiro na Primeira Batalha dos Guararapes (1648) e também na Segunda Batalha dos Guararapes (1649). Portugal passou a dar apoio realizando um cerco no mar, até que em 1654 os holandeses são definitivamente expulsos na Capitulação do Campo do Taborda.
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A consequência da expulsão dos holandeses foi imediata, eles foram para a América Central, nas chamadas Antilhas e na Guiana (atual Suriname), e começaram a produzir açúcar melhor e mais barato que o brasileiro. Esse fator levou a decadência do Ciclo do Açúcar no Brasil Colonial.
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Depois de muita negociação, Portugal e Holanda assinaram a Paz de Haia (1661), onde os portugueses diante do descumprimento da Trégua de 10 anos, pagaram uma pesada indenização aos holandeses em dinheiro de oito milhões de florins, equivalente a 63 toneladas de ouro na época, além de benefícios no comércio de açúcar, tabaco e sal. Taís acordos agravaram ainda mais a situação do Reino de Portugal. 20 |
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