União Ibérica e o Brasil Colonial (1580-1640)

 

  • União Ibérica e o Brasil Colonial
  • Invasões inglesas
  • Invasão francesa (França Equinocial) 
  • Holanda e a primeira invasão ao Nordeste brasileiro

UNIÃO IBÉRICA E O BRASIL COLONIAL    
    Em 1578 o jovem rei português D. Sebastião I partiu para enfrentar o sultão da região do Marrocos (norte da África) que contava com apoio do Império Otomano. No final da Batalha de Alcácer-Quibir, os portugueses foram derrotados e o rei D. Sebastião I desapareceu/faleceu, como o rei era solteiro e não tinha filhos, gerou uma crise sucessória.
Tropas portuguesas a esquerda na Batalha de Alcácer-Quibir.
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    Assim surgiu o Sebastianismo, uma crença ou movimento profético que ganhou força em Portugal em fins do século XVI como consequência do desaparecimento de D. Sebastião (o rei-mártir), que voltaria para salvar o Reino de Portugal de todos os problemas desencadeados após o seu desaparecimento.
D. Sebastião I, obra de Alonso Sánchez Coello, 1575.
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    Tal derrota e desaparecimento do rei português criou um problema na sucessão, ameaçando a independência de Portugal, no final assume em 1578 seu tio-avô, o Cardeal-rei D. Henrique I, que era membro do alto clero e também não tinha filhos. Mas em 1580, aos 68 anos o rei D. Henrique I faleceu deixando Portugal em uma nova Crise de sucessão dinástica.
D. Henrique I, cardeal-rei de Portugal.
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    Com o cargo de rei português vago, os pretendentes e parentes mais próximos da Família Real Portuguesa apareceram, logo D. Antônio, Prior do Crato filho ilegitimo de D. Luís e neto do rei D. Manuel I, foi aclamado rei, mas ele não teve aceitação da maioria da nobreza portuguesa e não conseguiu manter-se no poder. Era o fim da Dinastia de Avis que governou Portugal de 1385 até 1580.
Brasão dos reis portugueses da Dinastia de Avis até 1580.
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    Quem ganhou a disputa foi o rei espanhol Filipe II, que  era filho da primogênita do rei D. Manuel (D. Isabel de Portugal), com seu marido o rei Carlos V, rei da Espanha e pertencente da Dinastia Habsburgo.  O rei recebeu apoio dos nobres portugueses e de parte da burguesia, que buscava o direito de Aciento, que era o livre mercado com as colônias espanholas na América. 
Rei Filipe II da Espanha, em Portugal foi coroado como rei Filipe I. Retrato de Sofonisba Anguissola (1573).
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    Em maio de 1581 foi solucionado o conflito, quando as Cortes de Tomar realizaram uma reunião entre os três estados (clero, nobreza e e membros do povo), no final determinou-se o Acordo de Tomar que reconhecia o rei espanhol, também rei português, era o início da União Ibérica.
Cortes de Tomar: Filipe II de Habsburgo passa a ser monarca de Portugal.
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    Os portugueses exigiram ao rei espanhol: a manutenção de privilégios, leis e costumes da monarquia portuguesa, os cargos de vice-rei de Portugal deviam ser ocupados por portugueses ou membros da família real, conceder títulos de cidades e vilas apenas a portugueses, etc. Portugal passou a ser governado por uma União Pessoal, mas conservando sua independência.
Rei espanhol Filipe II (1580-1598)

Rei espanhol Filipe III (1598-1621) 

Rei espanhol Filipe IV (1621-1640).
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     Durante o período da União Ibérica (1580-1640) governaram o Reino de Portugal três reis espanhóis da Dinastia de Habsburgo. Lembrando que nesse período histórico os Habsburgo espanhóis controlavam além de Portugal, a Sicília, Nápoles, Sardenha.
Em amarelo áreas governadas pelo rei Filipe II da Espanha.
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    Essas mudanças para o Brasil Colonial resultaram:
  • Ordenações Filipinas: código jurídico elaborado pelo rei Filipe II.
  • Divisão do Brasil em suas áreas administrativas em 1621: Estado do Maranhão no Norte e o Estado do Brasil ao Sul.
  • O governador-geral passa a se chamar de Vice-rei.
Página de rosto do Código Filipino de 1603.
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  • Anulação do Tratado de Tordesilhas, possibilitando a expansão para o oeste, norte e sul.
    A mineração no brasil colonial
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INVASÕES INGLESAS
    Principal objetivo era saquear cidades e portos brasileiros, assim os piratas ou corsários ingleses buscavam roubar e revender o açúcar e outros produtos brasileiros na Europa.
Rainha Elizabeth I governou de 1558 até 1603, incentivou a pilhagem com a rival Espanha.
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    Se destacam as invasões empreendidas por Francis Drake em Salvador (1577); Thomas Cavendish (Santos/1591) e James Lancaster na cidade de Recife em 1595.
Francis Drake, corsário e vice-almirante do Reino da Inglaterra, ganhando o título de cavaleiro.

Thomas Cavendish, corsário e almirante inglês
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INVASÃO FRANCESA (FRANÇA EQUINOCIAL)
    Derrotados na Guanabara, os franceses tentaram novamente em 1612, sob a liderança de Daniel de la Touche, senhor de La Ravardière e atacaram a capitania do Maranhão fundando a França Equinocial, construíram o Forte de São Luís. Desembarcaram no Brasil em torno de 500 colonizadores franceses. 
Mapa de João Teixeira Albernaz, c. 1632, com a  costa do Maranhão e Grão-Pará.
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    Entre eles dois frades capuchinos: Claude d’Abbeville e Yves d’Évreux que escreveram livros sobre a região do Maranhão. Contudo, os colonos franceses não receber grande ajuda do rei francês e conflitos com as diversas tribos indígenas dificultaram a consolidação da colônia.
Levantamento da cruz na colônia francesa, ilustração da obra de Claude d'Abbeville.
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    Aproveitando-se da situação, os portugueses liderados pelo capitão-mor Jeronimo de Albuquerque com apoio de tribos indígenas aliadas, iniciaram em 1613 operações militares para expulsar os franceses.
Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão: Exposição França Equinocial  para Sempre nos 400 anos de Bragança
Os franceses exploraram a região, sendo os primeiros a “descobrir” a foz do rio Araguaia.
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    Em 1615 os franceses foram totalmente derrotados quando perderam o Forte de São Luís. Na região os portugueses mantiveram o Forte e o povoado formando a cidade de São Luís/MA, enquanto os franceses derrotados se instalaram no território onde ainda hoje chamamos de Guiana Francesa.
Expulsão dos franceses do Maranhão obra de Armando Viana.
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HOLANDA E A PRIMEIRA INVASÃO AO NORDESTE BRASILEIRO
    Antes da União Ibérica, Portugal produzia açúcar e vendia grande parte para comerciantes de Amsterdã (Holanda) que revendiam para a Europa central. Mas depois de uma guerra de independência contra o domínio espanhol, os holandeses sob liderança de Guilherme I, Príncipe de Orange declaram a independência da Holanda em 1581.
Guilherme I, Príncipe de Orange, estatuter (Regente) do governo holandês.

Bandeira da República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos (Holanda).
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    Em represália, o rei espanhol Filipe II proibiu a comercialização de açúcar com a Holanda. Esse fato motivou a criação no ano de 1621 da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (WIC) com objetivo de atacar e conquistar áreas para exploração econômica na América e na África.
Sede da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais em Amsterdã.
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    Essa companhia criou uma poderosa esquadra composta por 26 navios e 3.000 homens comandados por Jacob Willekens que atacou a capital Salvador em 1624, prendendo o governador-geral Diogo de Mendonça Furtado, era a primeira invasão holandesa. Mas a invasão causou revolta popular incentivada pelo bispo D. Marcos Teixeira, um dos motivos era que os holandeses eram calvinistas.
Invasão Holandesa na Bahia Região Nordeste Do Brasil
Navios holandeses na Baía de Todos os Santos. 
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    O governo português no Brasil agora a cargo de Matias de Albuquerque, governador da capitania de Pernambuco, liderou tropas portuguesas e de índios aliados contra a invasão holandesa. No final o rei espanhol Filipe III enviou uma poderosa esquadra luso-espanhola com 53 navios e soldados formando a chamada Jornada dos Vassalos expulsando os holandeses em maio de 1625.
Recuperação da Bahia no Brasil, obra do frei espanhol Juan Bautista Maino. 
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