Brasil Colonial (1720-1763): auge da exploração e a sociedade mineradora

  • Exploração de ouro nas minas
  • Sociedade Mineradora
  • Consequências para o Brasil Colonial
  • Arte barroca no Brasil

EXPLORAÇÃO DE OURO NAS MINAS    
    Nas minas de ouro existiam vários serviços dependendo da forma de exploração, no caso de uma lavra tinhamos:
  • Minerador (dono da mina): geralmente português ou luso-brasileiro, já possuidor de grandes posses, tendo pelo menos mais de 10 escravos.
  • Feitor: normalmente eram trabalhadores livres, fiscalizavam e vigiavam o trabalho dos escravos.
Jornal do Ouro: Como fabricar uma pepita de ouro em casa
01
  • Cabia aos escravos africanos jornadas de trabalhos penosos, recebendo muitas vezes alimentação insuficiente. Devido as precárias condições de trabalho e de vida, a saúde dos escravos que trabalham nas minas, em especial nas galerias, se esgotava em poucos anos de trabalho.
    extracao t
    O processo de extração e lavagem do ouro no Rio das Velhas. Gravura do século XVIII, autor desconhecido.
02
     A exploração de ouro que ocorria nas chamadas galerias, eram escavações no interior dos morros e conforme o trabalho dos escravos fosse avançando os túneis eram escorados com estacas de madeira. Esse tipo de mineração era perigosa devido a possíveis desabamentos.
Pin em Oh,Minas Gerais
Corredor da Mina de Chico Rei em Ouro Preto. O escravo Chico Rei alforriado, comprou a mina a ajudou outros escravos comprar a liberdade.
03
    Mas também existia as escavações feitas nas encostas das montanhas, chamadas de grupiara, nesse tipo de exploração os escravos escavavam nas encostas do morro com um almocafre (enxada pontiaguda).
Novo Milênio: Histórias e Lendas de Santos: Belmonte e o tempo dos  bandeirantes-4
Almocafre (mucafo) – Museus Ibram Goiás
Almocafre
04
    Quando existia água nesses morros a escavação era feita de modo que a água com minério e terra era canalizada para descer pela encosta do morro até um tanque de coleta (mundéu), esse tanque era forrado de couro de boi com objetivo de reter o ouro e deixar a água escorrer. 
A mineração sob o olhar de Rugendas - leitura de imagem
Mineração de ouro por lavagem perto do morro do Itacolomi, obra de Johann Moritz Rugendas.
05
    Por fim, a forma mais comum nos primeiros anos da exploração de ouro era a chamada de ouro de aluvião, essa exploração não exigia grandes investimentos já que o ouro era retirado nas margens e do leito dos rios. O escravo ou garimpeiro independente utilizava uma bateia que era uma vasilha redonda e afunilada para separar o ouro da areia e do cascalho.
Fortuna Detectores de Metais Bateia em Aço Galvanizado para Garimpo - 500 -  50cm
Bateia
06
    Contudo a arrecadação de imposto (Quinto) sempre gerou grande tensão entre mineradores e a Intendência das Minas, assim o governo português estabeleceu em 1735 a Capitação onde todo minerador deveria pagar 17 gramas de ouro por cabeça de escravo que estivesse trabalhando na mineração, além de taxar os mineradores, passou-se a cobrar estabelecimentos comerciais e as pequenas manufaturas.
Sabará - Antiga Real Intendência do Ouro -ipatrimônio
Antiga Real Intendência do Ouro em Sabará/MG.
07
    Em 1751 foi adotado novamente, o chamado de Sistema de Finta sendo que toda região mineradora deveria pagar um montante de 100 arrobas anuais de ouro (1.500 Kg).
UNIDADE II CAPÍTULO IX. UNIDADE II CAPÍTULO IX. - ppt carregar
08
SOCIEDADE MINERADORA
    A sociedade mineradora era diferente do que se apresentava no restante do Brasil Colonial até aquele momento, porque a vida urbana passou a ter grande destaque com a formação de grandes cidades em Minas Gerais: Vila Rica (Ouro Preto), Congonhas do Campo, Mariana, Sabará e São João del Rei.
O poeta de Vila Rica - ISTOÉ Independente
Vila Rica, atual Ouro Preto/MG.
09
    Apesar de continuar sendo uma sociedade patriarcal, ela permitia em certa medida uma mobilidade social. No topo da pirâmide social estavam os grandes proprietários de lavras (ouro), os contratadores (diamantes), os altos funcionários do governo de Minas, os grandes comerciantes e os representantes da Coroa Portuguesa, que além do poder político auferiam participações na arrecadação realizada.
Debret - Um funcionário a passeio com sua família (1834 -39)(Retratos na  Missão Artśitica Francesa) | Debret, Dandara dos palmares, Ilustrações
Um passeio com a família, obra de Jean-Baptiste Debret.
10



    Abaixo estavam as camadas médias: formadas por artesãos (carpinteiros, alfaiates, ourives), profissionais liberais (advogados, médicos), padres, garimpeiros, donos de vendas, roceiros e alguns artistas (entalhadores, músicos, pintores).
Festa da Rainha, manifestação cultural das camadas mais populares da sociedade mineradora. Litografia de Johann Baptist von Spix.
11
    Existiam os homens livres pobres: a grande maioria eram mestiços e negros alforriados ou forros, eles não tinham posição social definida. Muitos eram chamados pelas autoridades de vadios, pois perambulavam pelos arraiais pedindo esmola, comida, etc. Quando se precisava de pessoas para serviços pesados ou perigosos, esses homens eram procurados. Construíam ruas, estradas, presídios, faziam a segurança pessoal de ricos, etc.
Arraial de Bom Jesus de Matosinhos, próximo a São João del Rey, obra de Johann M. Rugendas.
12
     Na base da sociedade estavam os escravos africanos que faziam todo tipo de serviço braçal, em especial o trabalho nas minas. Alguns escravos que encontravam uma grande pepita de ouro, podiam ser recompensados e podiam até comprar sua alforria. Os escravos chegaram a representar 50% da população que vivia na região mineradora. 
Ciclo do Ouro, obra de Rodolfo Amoedo.
13
CONSEQUÊNCIAS PARA O BRASIL COLONIAL
    O Brasil Colônia no século XVIII teve um aumento populacional significativo, a diversificação da sociedade, migrações internas, a urbanização do interior da colônia e o fortalecimento do poder administrativo português sobre a colônia.
Aumento do tráfico negreiro no século XVIII.
14
    Outro fator é o desenvolvimento do comércio interno, incentivado principalmente para o abastecimento da região mineradora. Assim foram abertos caminhos, o mais antigo foi aberto pelos bandeirantes de São Paulo para as Minas Gerais (Caminho Velho das Gerais) e no ano de 1707 foi aberto o chamado Caminho Novo das Gerais que ligava Minas Gerais até a cidade do Rio de Janeiro.
Subida da Serra da Estrela pela Estrada Real, com a Pedra da Mandioca — Foto: Copyright Kapa Editoral
Subida da Serra da Estrela pela Estrada Real, com a Pedra da Mandioca. (Caminho do Proença).
15
    Os tropeiros eram os condutores de tropas ou comitivas de muares e cavalos entre as regiões de produção e os centros consumidores no Brasil (região sudeste). O Rio Grande do Sul vai se destacar a partir do século XVIII no fornecimento de gado bovino, cavalos, mulas para transporte, além do charque (carne-seca). As monções como já estudamos também continuavam suas expedições comerciais para o interior.
Peões Tropeiros – Museu Afroparanaense
Carvão, obra de Jean-Baptiste Debret. Tropeiros transportando carvão.
16
    Outra consequência de destaque foi o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste para a região Sudeste do Brasil, tanto que em 1763 a capital do Brasil Colonial para a ser a cidade do Rio de Janeiro, a cidade ganhou importância crucial, porque seu porto escoava-se a produção aurífera brasileira e por onde chegava a maior parte das mercadorias vindas da Europa.
Vista da Lagoa do Boqueirão e do Aqueduto de Santa Teresa, obra de Leandro Joaquim (1790).
17
ARTE BARROCA NO BRASIL
    O barroco é um estilo artístico que surgiu na Europa no final do século XVI. No Brasil Colonial o estilo desenvolveu-se em Minas Gerais, já que a capitania se tornou um dos mais importantes centros econômicos e urbanos daquela época. O barroco mineiro é considerado a primeira expressão artística brasileira nas artes, literatura, etc.
Fachada da Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto/MG.
18
    O maior representante do barroco no Brasil foi o artista Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, ele nasceu em Vila Rica (Ouro Preto) por volta de 1730 e dedicou-se a elaboração de esculturas e a decoração de Igrejas na região das minas.
A Última Ceia, obra de Aleijadinho na Igreja de Congonhas/MG.
19
    Aos 40 anos de idade, Aleijadinho teve uma doença que dificultou seu trabalho, mesmo assim com auxílio de seus aprendizes ele concluiu a produção das esculturas, Os Doze Profetas, localizados na Igreja de Bom Jesus de Matosinhos na cidade de Congonhas/MG.
Igreja de Bom Jesus e os Doze Apóstolos.
20
historiaemquadrinhos

Vídeos - CLIQUE AQUI
Esquema resumido - CLIQUE AQUI