Brasil Colonial (1763-1792): crise do Ciclo do Ouro

  • Crise na região mineradora
  • Marquês de Pombal e as reformas para o Brasil (1756-1776)
  • Viradeira (1777-1792) 

CRISE NA REGIÃO MINERADORA   
    Desde os anos 1750, várias autoridades portuguesas no Brasil relatavam aos seus superiores que a produção de ouro no Brasil estava diminuindo, o que mostrava-se preocupante para a economia portuguesa dependente dos lucros obtidos em suas colônias, especialmente o Brasil.
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Gráfico da evolução e queda da produção de ouro no Brasil Colonial.
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    Também existia naquele período um comércio contrabandista de ouro, vários mineradores buscavam obter mais lucro, não precisando pagar impostos sobre o que produziam. É na região de Minas Gerais que surge a expressão “santo de pau oco” que na verdade existia para esconder no interior de tais esculturas, diamantes e ouro que eram contrabandeados.
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Os vários “santos de pau oco” demostram um conflito entre fé e cobiça.
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    O governo português estabeleceu em 1751 a cobrança de impostos pelo Sistema de Finta, que previa o pagamento de toda região mineradora de 100 arrobas anuais de ouro (1.500 kg). Essa quantidade deveria ser o mínimo arrecadado por meio do Quinto no ano, caso não chegasse a essa quantidade, poderia ser cobrado o imposto de forma cumulativa no próximo ano.
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    Devido ao contrabando e a diminuição da produção de ouro em Minas Gerais, levou aos mineradores não pagarem a quantia exigida. Em 1763, a Coroa portuguesa decretou a Derrama, cobrança de todos impostos atrasados a serem pagos por todos os residentes dentro da região mineradora.
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    Sob comando do governador português das Minas Gerais, Luís Diogo Lobo da Silva realizou-se a derrama, que na verdade podia confiscar bens e objetos de valor dos residentes da região mineradora. Essa prática de cobrança visava atingir a meta estipulada pela Coroa, tal método foi muito mal visto pela população
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Crítica a cobrança abusiva de impostos.
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MARQUÊS DE POMBAL E AS REFORMAS PARA O BRASIL (1756-1777)
    Em 1750 foi coroado um novo rei português D. José I, ele assumiu o governo português com dívidas, oriundas de grandes obras públicas e palácios feitos por seu antecessor.
 D. José I, rei português de 1750 até 1777. Obra de Miguel António do Amaral.
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    Nesse contexto o rei viu as rendas de ouro vindas do Brasil declinarem, para piorar ainda mais ocorreu um terremoto em Lisboa no ano de 1755, que juntamente com os inúmeros incêndios levou a destruição de 2/3 da capital lusitana.
 Alegoria ao terremoto de 1755, obra do pintor português João Glama Ströberle.
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    Para buscar resolver a situação, o rei português nomeou como secretário de Estado, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal. O marquês comandou a reconstrução de Lisboa e realizou reformas administrativas que atingiram o Brasil Colonial, ele ficou no cargo até a morte do rei D. José I em 1777.
Marquês de Pombal.
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    O objetivo do Marquês de Pombal era fortalecer as finanças reais e incentivar o comércio. As principais mudanças para o Brasil foram:
  • Criação de companhias de comércio com monopólio em uma região ou produto. Surgiram a Companhia Geral de Comércio do Estado do Grã-Pará e do Maranhão (1755-1778) e a Companhia Geral de Comércio de Pernambuco e Paraíba (1759-1780). Essas empresas controlavam a venda e a compra de produtos na região, tendo o controle dos preços.
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  • Extinguiu definitivamente as capitanias hereditárias que estavam em mãos de particulares e transformou todas em capitanias reais. Foi em 1673, durante seu governo que ocorreu a transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro.
São Sebastião do Rio de Janeiro, obra de François Froger (1695).
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  • Promulgou o Diretório dos Índios que passava a jurisdição dos aldeamentos indígenas que estavam sob controle de ordem religiosas, para funcionários reais (diretores). Os índios passaram a ser “súditos livres da Coroa”.
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Diretório dos Índios publicada em 1757.
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  • Foi decretada a expulsão da Companhia de Jesus do império português, Pombal acreditava que os jesuítas tinham um poder exagerado e sujeitavam-se pouco a Coroa portuguesa. Os bens dos jesuítas foram confiscados.
Capa do livro Juízo da Verdadeira Causa do Terramoto (1756), obra do jesuíta Gabriel Malagrida, Livro sobre moral e que a catástrofe como sendo um castigo divino.
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  • Foi proibido no Brasil o ensino da língua geral (línguas de base indígena praticadas amplamente em território brasileiro), tornando obrigatório o aprendizado da língua portuguesa.
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Museu da Língua Portuguesa localizado no histórico edifício Estação da Luz, no Rio de Janeiro.

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    Considerado um déspota esclarecido, Marquês de Pombal era adepto das ideias Iluministas e conduziu várias reformas em Portugal buscando secularizar a sociedade portuguesa, removendo a forte influência do poder eclesiástico e da religião nos negócios do Estado. Muitas vezes, as reformas pombalinas causaram vários descontentamentos e foram implementadas com determinação e violência contra a oposição. O rei D. José I chegou a sofrer um atentado, mas sobreviveu e os envolvidos foram executados.
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Execução durante o Processo dos Távoras.
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   Um exemplo foi a reforma do ensino, já que vários colégios no Brasil Colonial foram fundados por jesuítas e passaram a ser administrados de forma secular. Até mesmo a Universidade de Coimbra que servia como o maior centro universitário de Portugal sofreu alterações em seu currículo visando priorizar as Ciências Naturais, a Filosofia e a Matemática.
Universidade de Coimbra, fundada em 1290, uma das mais antigas da Europa, e onde vários membros da elite colonial brasileira estudavam.
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VIRADEIRA (1777-1792)
    Em 1777, com a morte do rei D. José I, assume o trono português sua filha, a rainha D. Maria I, que demite Marquês de Pombal. A expectativa dos portugueses com a nova rainha, é que virasse ao avesso a política de Pombal, por isso sua política ficou conhecida como Viradeira.
D. Maria I, rainha portuguesa de 1777 até 1816, obra de Giuseppe Troni.
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    O novo governo português liberou cerca de 800 pessoas que estavam presas por motivos políticos e possibilitou o retorno de outros exilados.
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    Aos poucos, as companhias de comércio criadas para o Brasil foram extintas e favoreceu a participação de cada vez mais comerciantes independentes. Enquanto isso, em 1785 foi proibido na colônia brasileira a atividade de ourives e a instalação de manufaturas, apenas tiveram a exceção os tecidos grosseiros de algodão destinados aos mais pobres ou escravos.
Par de Brincos e Alfinetes de peito.
Brincos e pendentes da ourivesaria portuguesa do século XVIII. Museu Nacional de Soares dos Res, cidade do Porto.
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    A rainha D. Maria I ainda teve que enfrentar as revoltas emancipacionistas no Brasil, como a Inconfidência Mineira em 1789 (estudaremos na próxima aula), que foi severamente reprimida.
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Escultura de Tiradentes, na Praça Tiradentes em Ouro Preto.
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    Mas a rainha ficou seriamente abalada pela morte de seu marido, o rei consorte D. Pedro III em 1786 e seu primeiro filho D. José que faleceu aos 27 anos. Em 1792 a rainha foi declarada incapacitada e apesar de manter-se no cargo, o governo de Portugal passou a ser exercido de fato, por seu outro filho D. João, Duque de Bragança, elevado a príncipe regente (depois rei D. João VI).
D. João, Príncipe Regente de Portugal, obra de Domingos Sequeira.
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