- Crise institucional em 1961
- Governo João Goulart sob o sistema parlamentarista (1961-1963)
- Governo João Goulart (1963-1964): com plenos poderes
CRISE INSTITUCIONAL EM 1961 O Congresso Nacional aceitou rapidamente a renúncia de Jânio Quadros, assumiu como presidente interino do Brasil, o presidente da Câmara dos Deputados Ranieri Mazzilli (PSD/SP) até o desenrolar da crise.
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O vice-presidente João Goulart, mais conhecido como Jango estava no momento da renúncia de Jânio, em visita oficial a República Popular da China (comunista), esse movimento fazia parte da nova política externa do governo, a chamada PEI – Política Externa Independente.
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Vários militares e políticos são contrários a posse de João Goulart, como o ministro da Guerra Odílio Denys (1960-1961) e os udenistas liderados pelo governador da Guanabara Carlos Lacerda. Os empresários nacionais e estrangeiros com investimentos no Brasil em sua maioria tinham medo de reformas propostas por Jango.
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Contudo também era forte o movimento pela posse de Goulart, como movimentos sindicalistas, o PTB, e a maioria do Congresso Nacional que era legalista, buscando respeitar a Constituição. Diante da situação o governador gaúcho Leonel Brizola (PTB) iniciou a Campanha da Legalidade com objetivo de defender a posse de João Goulart.
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A Campanha da Legalidade formada no Rio Grande do Sul ganhou apoio das milícias populares, Brigada Militar e do III Exército sediando no estado sob comando do general Machado Lopes. A sede do governo gaúcho, o Palácio Piratini esteve sob ameaça de bombardeio da Força Aérea.
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A Rádio Guaíba foi requisitada para transmitir os discursos de Leonel Brizola, sendo conhecida como Rádio da Legalidade e foi retransmitida em outros estados que passaram a apoiar o movimento, como no estado de Goiás.
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A saída para crise foi a negociação política, sendo aprovado no Congresso Nacional, a Emenda nº 4 que instituía o sistema parlamentarista no Brasil, assim no dia 07 de setembro de 1961 tomava posse como presidente João Goulart, com os poderes limitados (chefe de Estado), a chefia do governo passaria para as mãos do primeiro-ministro indicado pelo Congresso.
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GOVERNO JOÃO GOULART SOB O SISTEMA PARLAMENTARISTA (1961-1963) João Goulart, gaúcho era um herdeiro político direto do varguismo, no ministério do Trabalho ganhou grande destaque, mas também uma forte oposição. Foi eleito duas vezes vice-presidente, a primeira em 1955 e a segunda em 1960, era próximo a política trabalhista de Vargas, criticado pela oposição, sendo associado ao socialismo e ao comunismo.
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Como Goulart ficou no cargo somente como chefe de Estado, coube ao primeiro-ministro a chefia do Governo, assim tomou posse para o cargo Tancredo Neves (PSD/MG) apoiado por uma coalizão de multipartidária (PSD, PTB, UDN, PDC e PSP).
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Apesar de diversas críticas ao sistema parlamentarista, foi aprovado nesse momento a criação da Eletrobras - Centrais Elétricas Brasileiras em 1962, uma empresa estatal que ficou responsável por promover estudos, projetos para construção, operação de centrais geradoras e linhas de transmissão de energia elétrica.
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A oposição ao sistema parlamentar se organizou e com a saída de Tancredo Neves, tomando posse como o primeiro-ministro Francisco de Paula Brochado da Rocha (PSD/RS) de julho à novembro de 1962 e Hermes Lima (PTB/BA) de novembro de 1962 até janeiro de 1963. O objetivo era antecipar o plebiscito sobre o sistema de governo planejado para o ano de 1965, mas sob pressão foi antecipado para 1963.
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Em janeiro de 1963 ocorreu o Plebiscito sobre o parlamentarismo, a maioria dos grupos políticos apoiou a volta ao presidencialismo. O resultado da votação seguiu as estimativas, presidencialismo recebeu 85% dos votos contra o parlamentarismo que recebeu 15%, assim João Goulart passava a ser presidente do Brasil com plenos poderes.
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GOVERNO JOÃO GOULART (1963-1964): COM PLENOS PODERES Nas eleições parlamentares de 1962, o PTB, partido do presidente Jango passou a ser a segunda maior força política na Câmara dos Deputados, assim João Goulart lançou novos planos econômicos e sociais.
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Enquanto ocorria uma disputa política, a economia brasileira sofria com a alta inflacionária chegado a 81% ao ano em 1963. Assim o governo Goulart lançou o Plano Trienal idealizado pelo ministro do Planejamento Celso Furtado, com objetivo de conter a inflação, melhorar a distribuição de renda, reduzir a dívida externa, encampar refinarias de petróleo particulares e crescimento econômico sem sacrificar apenas o trabalhador, mas o plano não obteve apoio e não conseguiu prosperar.
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É aprovada no Congresso Nacional, a Lei de Remessa de Lucros (1962) que procurou controlar o capital estrangeiro, limitando o envio dos lucros obtidos no Brasil ao exterior. No plano político estoura a Revolta dos Sargentos (1963) devido a proibição de militares de baixa patente concorrer a cargos no legislativo, a revolta foi rapidamente controlada.
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Em 1962-1964 a base de apoio do governo de Goulart consistia em uma frágil maioria no Congresso (PTB-PSD), a recém criada CGT – Comando Geral dos Trabalhadores a primeira grande central sindical brasileira, a UNE – União Nacional dos Estudantes e as Ligas Camponesas um movimento rural forte no nordeste que defendia a reforma agrária liderado pelo deputado Francisco Julião (PSB/PE), que gerou pânico entre os latifundiários.
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A oposição formal ao governo era formada no Congresso pela UDN e parcela do PSD, setores das Forças Armadas e organizações como o IBAD - Instituto Brasileiro de Ação Democrática que era anticomunista financiando propagandas e candidatos de oposição ao governo Goulart e o IPES - Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais fundado em 1961 por empresários de São Paulo e Rio de Janeiro.
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Apesar da tensão João Goulart avança ainda mais propondo as Reformas de Base, anunciadas no Comício da Central do Brasil onde reuniram-se 300 mil pessoas na cidade do Rio de Janeiro/RJ no dia 13/03/1964. Propôs a reforma agrária, reforma urbana, reforma educacional, reforma eleitoral (voto aos analfabetos) e uma reforma tributária.
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Depois do comício de Goulart na Central do Brasil (dia 13/03), a oposição se organizou e no dia 19/03/1964 quando ocorreram manifestações contra o governo, a chamada Marcha da Família com Deus pela Liberdade que reuniu quinhentas mil pessoas em São Paulo/SP.
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Depois de um mês de manifestações e radicalidade intensa dos dois grupos, é deflagrado o Golpe Civil-Militar na noite do dia 31 de março de 1964 e ao amanhecer do dia 01 de abril tropas estavam tomando posições na cidade do Rio de Janeiro e em Brasília/DF.
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