- Governo Costa e Silva (1967-1969)
- Radicalização política e repressão
GOVERNO COSTA E SILVA (1967-1969) Artur da Costa e Silva, militar gaúcho que chegou ao cargo de marechal, apoiou o Golpe Militar de 1964, evento chamado pelos militares de Revolução de 1964. Costa e Silva foi indicado pelas Forças Armadas ao cargo de presidente, tendo seu nome aprovado em eleição indireta pelo Congresso Nacional com 294 votos, enquanto 177 congressistas se abstiveram ou não compareceram. Foi eleito como vice-presidente Pedro Aleixo (ARENA/MG).
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O presidente Costa e Silva pertencia a linha-dura do Exército que era contra a reabertura política, assim aumentou-se a repressão contra opositores ao regime.
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Na área econômica os ministros: Antônio Delfim Netto (Fazenda) e Hélio Brandão (Planejamento) organizam o PED - Plano Estratégico de Desenvolvimento para promover o crescimento econômico, sem aumento da inflação e liberando gradualmente o sistema de crédito, além disso aumentou a atuação do BNDES nas áreas de siderurgia, cimento, indústrias e segurança, facilitado como novos empréstimos junto ao FMI e outras carteiras de crédito internacional.
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Em 1967, é criada da FUNAI – Fundação Nacional do Índio responsável pela política indigenista. São assinados diversos acordos com os EUA, na educação temos uma reforma promovida pelo MEC e USAID (United States Agency for International Development) acabando com as disciplinas de Filosofia e Sociologia, sendo criadas OSPB (Organização Social e Política do Brasil) e EMC (Educação Moral e Cívica). Mesmo na ilegalidade, a UNE promove protestos contra as reformas.
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Em março de 1968, a polícia militar dispara tiros sobre um grupo de estudantes do Rio de Janeiro, o estudante Edson Luís acaba morto, gerando ainda mais protestos. Em Maio de 68, na cidade de Contagem (MG) e depois em junho na cidade de Osasco (SP), trabalhadores fazem uma grande Greve.
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Em protesto à repressão e a morte do estudante, em 26 de junho de 1968 ocorreu a Passeata dos 100 mil no Rio de Janeiro, se opondo ao Regime Militar.
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O XXX Congresso da UNE realizou-se clandestinamente em Ibiúna/SP em outubro de 1968. Descobertos, todos são presos pela polícia e órgãos de repressão, foram em torno de 800 pessoas.
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Os festivais de música também estavam no seu auge, mas acabaram sofrendo restrições. O cantor e compositor Geraldo Vandré que apresentou em 1968 a música vice-campeã do III Festival Internacional da Canção, a letra foi censurada. Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores Caminhando e cantando E seguindo a canção Somos todos iguais Braços dados ou não Nas escolas, nas ruas Campos, construções Caminhando e cantando E seguindo a canção Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer (Trecho da musica de Geraldo Vandré)
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Enquanto isso o deputado federal Márcio Moreira Alves (MDB-GB) fez um discurso contra os militares e responsabilizando-os sobre a violência praticada contra os estudantes e propôs boicote a parada militar de 7 de setembro. Os militares exigem que o deputado fosse processado, a Câmara Federal negou a autorização do processo preservando a imunidade do parlamentar.
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Em dezembro de 1968, foi decretado o AI-5 (Ato Institucional nº 5), além disso o presidente Costa e Silva fechou o Congresso Nacional por tempo indeterminado, sendo emitida uma nova lista de cassação de parlamentares, entre eles Moreira Alves (MDB).
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O AI-5 determinava basicamente:
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Doente o presidente Costa e Silva é afastado do cargo pelo AI-12 de 31/08/1969, quem assume provisoriamente é uma Junta Militar formada pelos ministros militares: Aurélio de Lira Tavares (Exército), Augusto Rademaker (Marinha) e Márcio de Sousa e Melo (Aeronáutica).
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Com o falecimento de Costa e Silva, o vice-presidente Pedro Aleixo foi impedido de tomar posse pela Junta Militar, sendo decretado vaga a presidência e estabelecendo eleições indiretas em 25 de outubro de 1969, o indicado pelos militares foi o linha-dura general Emílio Garrastazu Médici.
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RADICALIZAÇÃO POLÍTICA E REPRESSÃO Com o Regime Militar e a posse de governo linha-dura levou a uma radicalização política, a maioria dos grupos políticos foram formados entre 1966 à 1969 e defendiam a ideologia de extrema-esquerda. Em 1969 foi criado o AI-14 - aplicação de prisão perpétua e pena de morte nos casos de guerra externa, psicológica adversa, revolucionária ou subversiva.
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O principal partido opositor era o PCB – Partido Comunista Brasileiro que era atrelado as orientações soviéticas, o partido estava na clandestinidade sob liderança de Luís Carlos Prestes e atuou mais no meio operário e intelectual, recusando o foquismo (criar focos de revolução) de Che Guevara, assim o chamado “partidão” perdeu vários membros que formaram rapidamente grupos armados contra o Regime Militar. 15 | ||
A partir de dissidentes do PCB formou-se em 1962 o PCdoB – Partido Comunista do Brasil liderados por João Amazonas, o partido aproximou-se a ideologia comunista chinesa (diretriz maoísta) que defendia a formação de guerrilhas no campo para a tomada do poder. 16 | ||
Em 1969, foi lançada a Guerrilha do Araguaia pelo PCdoB em uma região pouco povoada no sul do Pará e no norte do atual estado de Tocantins. Mas os cerca de 80 guerrilheiros entre eles Mauricio Grabois, Osvaldão, etc. Os guerrilheiros não obtiveram sucesso e as Forças Armadas cercaram e eliminaram totalmente a guerrilha até 1974, inclusive sumindo com vários corpos. O que restou do partido teve que sair do Brasil.
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Outros grupos dissidentes do PCB lançaram a chamada guerrilha urbana como:
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Para o financiamento dessas organizações, denominadas como terroristas pelo governo, eram praticados assaltos a banco e até o sequestro de embaixadores como de Charles Burke Elbrick dos EUA que foi trocado por presos políticos. Surgiram órgãos paramilitares de oposição as guerrilhas, como o CCC - Comando de Caça aos Comunistas e o MAC -Movimento Anticomunista. Nesse período estruturou-se um aparato repressivo mais intenso sob a tutela do SNI - Serviço Nacional de Informações.
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A estrutura básica da repressão baseava-se nos DOPS - Departamento de Ordem e Política Social ligados as polícias estaduais, os DOI-Codi - Destacamento de Operações Internas – Centros de Operações de Defesa Interna, era um órgão subordinado ao Exército e utilizava-se de um serviço de inteligência e repressão. No estado de São Paulo ainda existia a OBAN – Operação Bandeirante criada em 1969 financiada por empresas nacionais e estrangeiras em uma ação conjunta da Polícia e do Exército. 20 |
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