- Hermes da Fonseca: a política de salvações
- Revolta da Chibata, Revolta de Juazeiro e Guerra do Contestado
- Wenceslau Brás: cenário mundial tenso
- Greve Operária de 1917
No terceiro período trabalhado sobre a República Oligárquica, temos uma pequena ruptura dos governos divididos entre São Paulo e Minas Gerais, já que Hermes da Fonseca foi eleito fora dessa lógica, contudo essas oligarquias continuaram influentes, tanto que voltaram ao poder com Venceslau Brás que teve que enfrentar o cenário conturbado da Primeira Guerra Mundial
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HERMES DA FONSECA: A POLÍTICA DE SALVAÇÕES O presidente Hermes da Fonseca era um militar de carreira, seu pai Hermes Ernesto da Fonseca e seu tio Deodoro da Fonseca eram marechais do Exército brasileiro, patente que Hermes também alcançou. Hermes da Fonseca era do PRC – Partido Republicano Conservador sendo eleito em 1910 fora da lógica da política do café-com-leite, teve que enfrentar e venceu a oposição na chamada Campanha Civilista liderada por Ruy Barbosa.
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No governo Hermes da Fonseca foi instituído a Lei de Serviço Militar obrigatório e também foi usada a faixa presidencial pela primeira vez. O novo governo federal instituiu a “política de salvações” (salvacionismo) onde governos estaduais opositores eram destituídos do poder, se necessário utilizando a força, com intervenções federais em Pernambuco, Bahia, Ceará e Alagoas.
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Em novembro de 1910, explodiu a Revolta da Chibata, o estopim para o para a revolta foi a punição a um marinheiro a 250 chibatadas por ter ferido um outro marinheiro dentro do encouraçado Minas Gerais. Os marinheiros revoltosos foram liderados pelo “almirante negro” João Cândido, que pediram o fim dos castigos físicos, melhores condições de trabalho, melhoria na alimentação, melhores soldos e anistia para os participantes da revolta.
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O movimento causou grande confusão, o comandante e três oficiais do encouraçado Minas Gerais foram mortos, logo a revolta ganhou apoio de mais dois encouraçados da Marinha, se o governo federal não aceitasse as reivindicações dos revoltosos, a capital Rio de Janeiro seria bombardeada, por fim o governo Hermes da Fonseca aceitou as reivindicações.
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Assim os marinheiros depuseram as armas, contudo dois dias após, o governo Hermes da Fonseca decretou estado de sítio e vários marinheiros considerados indisciplinados foram presos e outros foram enviados para a Amazônia. João Cândido foi processado e chegou a ser colocado em um hospício, no final foi absolvido, mas foi expulso da Marinha. Apesar de tudo o movimento surtiu efeito e os maus tratos como as chibatadas deixaram de ser utilizadas.
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Outro conflito vai ocorrer em 1913-1914, quando o governo federal intervem politicamente no governo estadual do Ceará, retirando do governo a família Acioly que estava a anos no poder, conduzindo no cargo um aliado de Hermes da Fonseca.
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Sob a liderança de padre Cícero, chefe político e religioso da cidade de Juazeiro do Norte/CE estoura um motim conhecido como Revolta de Juazeiro. O padre Cícero formou um “exército” com seus fiéis para a retomada do poder, a revolta foi violenta e o governo federal anulou a intervenção, reconduzindo aliados de Nogueira Acioly ao cargo de governador do Ceará, para apaziguar os ânimos na região.
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Surge também um grande conflito messiânico no sul do Brasil em 1912, mais precisamente no oeste catarinenses e paranaense, uma região chamada de contestada devido a disputa territorial entre estados de Santa Catarina e Paraná. O movimento ficou conhecido como a Guerra do Contestado (1912-1916).
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Os motivos que levaram a guerra na região do Contestado foram: a construção de um estrada de ferro que passava pela região ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul e a forma de pagamento foi uma extensa faixa de terra de 30 km ao redor da ferrovia, muitos camponeses pobres já ocupavam a área e acabaram expulsos pelos madeireiros e pelas empresas de colonização.
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Além dos camponeses pobres expulsos, juntaram-se a eles trabalhadores de vários estados que ficaram desempregados após a conclusão da estrada de ferro em 1910, foi nesse contexto todo que surgiu um líder religioso, o monge José Maria que pregava a criação de um mundo novo, regido pelas leis de Deus, onde todos viveriam em paz, com prosperidade, justiça e com terras para trabalhar.
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O monge José Maria começou a receber muitos fiéis e formou um povoado chamado de “Quadrado Santo”, logo organizando uma resistência armada contra os coronéis e o exército, o conflito também foi chamado de “Guerra Santa”.
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Formaram-se mais alguns povoados sob comando de José Maria, que nessa altura tinha proclamou a chamada de “monarquia celestial” e organizou um governo próprio com normas igualitárias e não obedecendo às autoridades republicanas.
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O líder José Maria foi morto na Batalha de Irani, mas o conflito durou quatro anos até que o exército bem armado e com mais de 7 mil homens derrotaram todos os povoados da “monarquia celeste” em 1916, prendendo Adeodato, o último líder rebelde do Contestado. O saldo final foi um massacre contra a população pobre da região abrindo caminho para a colonização.
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VENCESLAU BRÁS: CENÁRIO MUNDIAL TENSO O presidente Venceslau Brás pertencia ao PRM – Partido Republicano Mineiro e recebeu apoio do PRP, assim representou a volta da política do café-com-leite, governado o Brasil de 1914 até 1918. As elites se reconciliaram-se no Pacto de Ouro Fino onde decidiam apoiar-se politicamente defendendo a alternância no poder federal entre paulistas e mineiros.
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No plano interno Wenceslau Brás conseguiu derrotar a revolta em Canudos em 1916, mas no plano econômico teve que tomar medidas austeras motivado pela baixa das exportações de café, devido a Primeira Guerra Mundial (Grande Guerra).
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Com a dificuldade de importar produtos, no Brasil desenvolve-se o segundo surto industrializador, porque muito capital nacional voltou-se para a construção de novas fábricas já que os produtos importados passaram a ser difíceis de adquirir, iniciando a substituição das importações por produtos nacionais, os principais destaques foram a indústria têxtil e de alimentos.
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Mas o Brasil também foi atacado em 1917, quando vários navios mercantes brasileiros foram torpedeados pela Alemanha, como resultado o Brasil declarou guerra aos alemães se colocando ao lado da Tríplice Entente (EUA, Reino Unido e França) e enviou a Europa alguns médicos e aviadores, além de patrulhar o Oceano Atlântico com embarcações. No final da guerra o Brasil sofreu com um grande surto de Gripe Espanhola.
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A industrialização foi acompanhada de um novo perfil social, o operário fabril, que trabalhava em péssimas condições, era amplamente explorado pelos patrões devido a falta de uma legislação trabalhista, por exemplo crianças menores de idade trabalhavam em serviços perigosos, etc, assim em explodiu a Greve Operária de 1917 que iniciou em São Paulo e obteve adesões nos principais estados do Brasil.
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O movimento operário era bastante influenciado pelas ideais do anarquismo, trazidas pelos imigrantes europeus, principalmente italianos, a morte de um manifestante incendiou ainda mais a greve geral que aos poucos foi contida pela polícia e os patrões que aceitaram aumentar 20% dos salários. Um dos maiores articuladores da greve foi o anarquista Edgard Leuenroth que acabou preso em 1917.
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