Império Romano do Oriente (395-1453): do apogeu até a queda de Constantinopla

  • Divisão do Império Romano
  • Império Bizantino: do auge à decadência
  • Queda do Império Bizantino 

DIVISÃO DO IMPÉRIO ROMANO    
Império Romano: resumo, imperadores, divisão e queda - Toda Matéria
    Depois da morte do imperador Teodósio em 395 d.C., a divisão entre seus dois herdeiros a criação de dois  impérios, no oeste o Império Romano do Ocidente com capital em Roma e a leste o Império Romano do Oriente com capital em Constantinopla. A parte Ocidental entrou em crise e foi extinta em 476, mas o lado Oriental permaneceu por quase mil anos, somente sucumbiu em 1453. 
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IMPÉRIO BIZANTINO: DO AUGE À DECADÊNCIA
   A cidade de Bizâncio foi fundada por colonos gregos, contudo a cidade ganha destaque após sua refundação por volta de 324 a.C. durante o domínio romano sob comando do imperador Constantino I. Logo a cidade passa a ser chamada de Constantinopla, uma homenagem ao imperador romano. A posição estratégia da cidade entre a Europa e a Ásia levou a um crescimento expressivo, em pouco tempo e tornou-se a capital do Império Romano do Oriente (Império Bizantino).
Mosaico do século X, representando o imperador Constantino segurando a cidade de Constantinopla, na Basílica de Santa Sofia, Istambul, Turquia.
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    Enquanto o Império Romano do Ocidente e sua capital Roma, sofreram diversos ataques de povos germânicos, o lado oriental, com os imperadores sediados em Constantinopla enfrentaram disputas internas com as trocas de dinastias e mantinham relações tensas com os reinos germânicos recém formados.
Constantinopla, capital do mundo
Mapa da região com destaque a cidade de Constantinopla (atual Istambul).
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     O apogeu do Império Bizantino chegou no século VI, durante o reinado de Justiniano (527-565), ele buscou restaurar a autoridade do imperador romano em regiões controladas pelo antigo Império Romano, sua política expansionistas levou a conquista de territórios no norte da África, Península Itálica e Península Ibérica.
Mosaico na igreja Santa Sofia, tendo ao centro a Virgem Maria e o menino Jesus e a esquerda o imperador Justiniano I, tendo em mãos a basílica.
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    Mas o imperador Justiniano também teve que enfrentar uma revolta interna, logo no início do seu governo, a Revolta de Nika em 532, a revolta começou com conflitos no Hipódromo de Constantinopla, mas acabou ganhando cunho políticos e social, os revoltosos tomaram quase toda cidade, o imperador chamou um de seus principais generais que conseguiu conter a revolta, massacrando com os insurretos. 
Belisário, líder militar do exército bizantino, fiel ao imperador derrotou a Revolta de Nika e aprisionou dois reis germânicos.
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    A esposa de Justiniano, a imperatriz Teodora é lembrada pela sua atividade no governo, buscando promover políticas públicas relacionadas as condições de vida das mulheres, como a garantia de herdar bens e propriedades em caso de divórcio.
Imperatriz Teodora e seus assistentes, mosaico na Basílica de São Vital em Ravena, centro-norte da atual Itália.
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    A principal campanha militar bizantina nesse período foi a  Guerra Gótica (535–554) com objetivo de conquistar a Península Itálica e tornada uma província do Império Romano do Oriente. O Reino Ostrogodo sofreu grandes derrotas, e no  fim o imperador Justiniano  conseguiu dominar regiões da atual Itália, mas seu poder continuava instável naquela região.
Península Itália, por volta do século VII, áreas em marrom e rosa sob controle bizantino, mas eles serão expulsos pelos lombardos no século VIII.
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    Na parte administrativa, o Império Bizantino, restabeleceu quadros administrativos romanos revisando o Direito Romano, assim surgiu o Código de Direito Civil, sendo a parte mais destacada o Código Justiniano onde se afirmava o poder ilimitado do imperador, submissão dos colonos e dos escravos aos seus senhores.
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    Economicamente o império dependia da agricultura e do comércio, que geravam grande riqueza para Constantinopla. No governo de Justiniano, os bizantinos chegaram a dominar a maior parte das rotas comerciais do Mar Mediterrâneo.
Império Bizantino em 550. A parte mais clara representa as conquistas de Justiniano.
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    Na arquitetura temos a realização de obras militares (fortalezas e castelos) e também de cunho artísticos e religioso, o maior destaque foi o início da Basílica de Santa Sofia em 532.
Santa Sofia foi sede do Patriarcado de Constantinopla, depois da conquista turca passou a ser uma mesquita islâmica de 1453-1931 e 2020-atual
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    A arte bizantina se desenvolveu com a produção de objetos como joias, esculturas e decorações de paredes e altares com diversas técnicas de mosaico e de pintura. 
Idade Média – Joias de Época
Joia bizantina do século X, em formato de cruz, geralmente utilizado por pessoas da nobreza ou do clero cristão oriental.
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    Em 565 ocorre a morte do imperador Justiniano, nos anos seguintes vários territórios foram perdidos para outros povos, a Península Itálica foi conquistada pelos francos e lombardos. No Oriente os persas na época do Império Sassânida (224-651) também conquistaram as regiões da Síria, Palestina e Egito, assim reduziu-se consideravelmente o território do império.
O Strategikon de Kekaumenos - Sugestão de Leitura - VOC | Império  bizantino, Império romano, Bizantino
Mapa do Império Bizantino entre os anos 1000-1100.
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    Na religião, o cristianismo oriental institucionalizado pela Igreja de Constantinopla que estava submetida ao imperador bizantino, mantendo autonomia e separação total em relação ao Papa de Roma. Um exemplo de diferenciação ocorreu entre os séculos VIII e IX quando a representação e o culto de imagens da Virgem, de Jesus, dos anjos e santos foram proibidas no Império Bizantino, essa rejeição de imagens religiosas é chamada de iconoclastia. 
Bartolomeu I, atual patriarca da Igreja de Constantinopla (Igreja Ortodoxa).
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    Assim a união entre Estado e Igreja ficou conhecida como Cesaropapismo que significa a política imperial bizantina de querer conciliar o poder político e poder religioso. Assim no Império Bizantino, política e religião são entidades indissolúveis em que o sagrado é parte do temporal, de que o Imperador: chefe de Estado e chefe da Igreja.
Chi Rho - monograma cristão e bizantino, muito utilizado pelos imperadores. É formado pela sobreposição das duas primeiras letras (iniciais) chi e rho (ΧΡ) da palavra grega "ΧΡΙΣΤΟΣ" (que quer dizer Cristo).
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    Apesar de separadas por séculos, somente ocorre em 1054 o Cisma do Oriente, que causou oficialmente a ruptura da Igreja Cristã, separando-a em duas: Igreja Católica Apostólica Romana e Igreja Católica Apostólica Ortodoxa, quando os líderes da Igreja de Constantinopla e da Igreja de Roma se excomungaram mutuamente, perseguindo quem professava a outra fé.
Mosaico de Jesus Cristo na Basílica de Santa Sofia.
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    No século VIII, durante a dinastia Heráclida, a administração foi reestruturada com base nas prioridades militares. Passou até o século XI a conceção de terras a particulares em troca da prestação de serviço militar.
  Soldo mostrando o imperador Heráclio (c. 35-38 anos de idade). Feito pela casa de moeda de Constantinopla.
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QUEDA DO IMPÉRIO BIZANTINO
    Desde o século IX, disputas políticas internas e conflitos com vários povos enfraqueceram o império. No século XI chegou ao poder o imperador Aleixo I da Dinastia Comneno, o Império Bizantino já não tinha o mesmo esplendor e sofria constantes ataques de vários povos guerreiros.
Imperador Aleixo I Comnemo recebendo Pedro, o Emerita na Primeira Cruzada.
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    Nesse momento o imperador Aleixo I pede auxilio da cristandade ocidental, sendo um dos motivos para a organização de Cruzadas, a Primeira Cruzada passou por Constantinopla. Já no século XIII, ocorre um golpe de Estado em Constantinopla, o imperador deposto pede ajuda a Quarta Cruzada que toma a cidade de Constantinopla em 1204 e forma um novo império, coroando um imperador cristão católico, contudo as disputas políticas levaram a divisão e o enfraquecimento ainda maior da região.
Nota-se ao centro o Império Latino de Constantinopla governado por imperadores católicos de origem francesa, mais a esquerda o Império de Niceia onde a nobreza bizantina se agrupou sob comando da dinastia Paleóloga.
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     Em 1261, a antiga nobreza bizantina comandada pela dinastia paleóloga reconquista a cidade de Constantinopla e refunda o Império Bizantino, sob comando do imperador Miguel VIII Paleólogo, mas com constantes conflitos contra os latinos e muçulmanos, levou o imperador a aumentar os impostos contra os camponeses o que gerou descontentamentos e revoltas.
Miguel VIII Paleólogo, imperador de 1259 até 1281.

A águia bicéfala, o símbolo da dinastia paleóloga que comandou o Império Bizantino.

    A partir do século XIII, forma-se o Império Turco Otomano, um império muçulmano sunita, que logo tornou-se no principal rival dos bizantinos.
Osmã I, primeiro sultão otomano, governou de 1299 até 1323.
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     Em 1453, ocorreu mais um Cerco de Constantinopla, quando tropas turco otomanas lideradas pelo sultão Maomé II, o Conquistador com em torno de 60 mil combatentes cercaram a cidade por terra e por mar, os bizantinos reuniram em torno de 10 mil defensores. No final a cidade foi tomada pelos turcos otomanos e renomeada de Istambul, essa cidade passou a ser a capital do poderoso Império Turco Otomano até o ano de 1922.
Constantino XI Paleólogo, último imperador bizantino de 1449 até sua morte em 1453.

Maomé II entrando em Constantinopla com seu exército, obra de Fausto Zonaro.


O Sultão Maomé II, o Conquistador, obra de Gentile Bellini (1480).

    Esse evento histórico, a queda de Constantinopla, marcou mais tarde para a historiografia tradicional o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna, sendo que esse fato ocorreu concomitantemente a outros eventos importantes do século XV como o Renascimento e as Grandes Navegações. Outro aspecto importante é que as rotas comerciais do Mar Mediterrâneo passaram quase totalmente para o controle muçulmano, o que levou a busca de novas rotas e as expedições marítimas fizeram esse papel. 
Evolução do Império Otomano de 1300 até 1520.

    Na parte religiosa, apesar  de transformarem a Basílica de Santa Sofia em uma mesquita islâmica, a religião ortodoxa pode continuar existindo, assim o Patriarcado de Constantinopla existe até hoje sendo um dos mais importantes da Igreja Ortodoxa.
Catedral de São Jorge, localizada em Istambul e sede do Patriarcado de Constantinopla desde o século XVII.
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