Roma Antiga: império, legado e queda

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  • Religião romana
  • Queda de Roma

    A parte imperial de Roma para muitos historiadores foi a mais importante e representou o seu apogeu, contudo no século V as bases de todo poderio deste Império cambaleavam. O Império Romano acabou por sucumbir em 476, mesmo assim deixou um grande legado até a atualidade.
Roma | Viagem e Turismo
Ruínas do Fórum romano.
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IMPÉRIO ROMANO
    No governo, Júlio César (49-44 a.C.) tomou para si, todos os poderes existentes em Roma, foi cônsul, tribuno, sumo sacerdote e supremo comandante do exército. Além disso promoveu uma reforma administrativa, distribuiu terras a soldados, impulsionou a colonização de províncias, construiu estradas e edifícios públicos.
Ficheiro:Retrato de Julio César (26724093101).jpg
Um busto de Júlio César, possivelmente a única escultura remanescente retratando César que fora esculpida durante sua vida.
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    Mas um grupo de senadores liderados por Bruto e Cássio assassinaram Júlio César acusando-o de pretender se autoproclamar rei, o fato ocorreu em 44 a.C. Na sequencia o poder foi dividido em um triunvirato (Marco Antônio, Otávio e Lépido) e depois de várias lutas políticas e militares, Otávio saiu vitorioso em 27 a.C.
O Assassinato de César por Karl von Piloty (1865)
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    Otávio acumulou vários títulos como o de Augusto que significa “divino”, “majestoso” e o de imperador, tornando-se o primeiro governante absoluto de Roma.
Estátua do Imperador Otávio Augusto do século I.

Vexilo objeto em forma de bandeira utilizada no Império Romano como estandarte, acima a águia romana utilizado como um símbolo na Roma Antiga.
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    Otávio Augusto governou de 27 a.C. até 14 d.C. e realizou reformas como a profissionalização do exército  e o império passou a preocupar-se com a política e o desenvolvimento interno.
O Diário do Universo: Ficha Militar: A Legião Romana
Legião Romana era a maior unidade do exército romano.
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    Nesse momento cessaram grandes conquistas militares e a Roma Antiga viveu a chamada Pax Romana, um momento de estabilidade política e econômica, com o crescimento do comércio ligado a instituição de uma moeda comum, construção de estradas, generalização do direito romano e mudanças sociais como o aumento de escravos libertos que passaram a ser servos.
Ficheiro:Roman Empire Trajan 117AD.png
Extensão máxima no reinado de Trajano, em 117 d.C.

    Durante o Império Romano tiveram destaque vários imperadores e dinastias, abaixo citamos alguns governantes romanos:
  • Tibério: governou de 14 até 37, inicialmente regularizou a economia e protegeu as fronteiras, mas no final do seu mandato esteve recluso depois da morte do seu filho e os chefes da guarda pretoriana passaram a tomar decisões de governo.
  • Nero: governou de 54 até 68, seu governo foi marcado por ajustes políticos e econômicos, mas no seu longo governo passou a envolver-se em atentados e eliminação de pessoas próximas, nota-se um grande desregramento moral e político. Em 64 um incêndio queimou 2/3 de Roma, boatos levaram que o imperador mandou atear fogo na cidade, Nero acusou os cristãos, perseguindo seus seguidores, logo iniciou a reconstrução de Roma. Críticas ao seu governo autoritário levaram a descontentamentos do Exército e do Senado, suicidou para não ser preso no ano de 68.
  • Trajano: governou de 98 até 117, o governo deste imperador foi marcado por respeito as instituições e reorganizar o Estado com apoio do Senado, iniciou várias obras como pontes, estradas, aquedutos, bibliotecas, termas públicas e o Fórum de Trajano em Roma.
  • Adriano: governou de 117 até 138, a ideia pax romana atingiu seu ápice, mandou construir várias muralhas de defesa e realizou várias viagens dentro do Império.
  • Constantino I: governou de 306 até 377, inicialmente teve disputas políticas e militares com outros pretendentes ao cargo de imperador, seu governo foi marcado pelo Édito de Milão (313) que reconheceu o cristianismo como um religião, cessando as perseguições, também desenvolveu a antiga cidade de Bizâncio, que tornou-se Constantinopla, uma importante cidade do Império.
  • Teodósio I: governou de 378 até 395, teve que enfrentar invasões de povos germânicos, como os godos e conflitos civis, em 380 adotou a o cristianismo como religião oficial do Estado (Império Romano), o imperador Teodósio I determinou a divisão do império em 395 entre os seus dois filhos.
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LEGADO ROMANO    
    O Direito romano se aprimorou, com a garantia e direitos aos plebeus, plebiscitos, consultas ao Senado, as constituições imperiais, os éditos, etc. Muitas são fontes básicas e até expressões utilizadas até hoje, para defender os preceitos jurídicos como “o ônus da prova cabe a quem acusa, isto é, compete ao autor da ação jurídica provar suas alegações”.
Frase de Ulpiano sobre honestidade - Prof. Heraldo Moreira
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   Na arquitetura, destacou-se grandiosas obras com arcos, abóbadas e as cúpulas por seu aspecto monumental, sendo construídos vários edifícios públicos ou por necessidade como os aquedutos para levar água fresca para as cidades romanas. Outro destaque são as esculturas na produção de retratos (cabeça e busto) e estátuas equestres buscando representar a realidade mais fiel possível.
File:Pont du Gard BLS.jpg
Ponte do Gard, era parte de um aqueduto de 50 km no sul da França.
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    Na literatura, temos Virgílio autor do poema épico Eneida, além de autores como Horácio, Ovídio, Cícero e o orador e historiador Tito Lívio. Outro destaque é o latim, a língua oficial da Roma Antiga que se difundiu por várias áreas conquistadas pelos romanos e mesclando-se com a língua local formou vários idiomas que conhecemos hoje como o português, espanhol, italiano, francês e romeno.
Uma paz certa é melhor e mais segura do... Tito Livio
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    Com o objetivo de controlar a tensão do povo, criou-se uma política com o objetivo de criar festividades e espetáculos para diminuir as tensões sociais que ficou conhecida como “pão e circo”, o calendário romano chegou a ter 175 dias, com feriados e festividades por ano.
Circus Maximus | Império romano, Roma antiga, História antiga
Representação do Circo Máximo em Roma.
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    Um dos espetáculos mais importantes em Roma foi a luta de gladiadores, que podiam combater entre eles e também contra animais ferozes. Esses homens eram geralmente escravos ou prisioneiros de guerra que eram treinados antes de entrar em combate. 
Tipos de gladiadores | Gladiadores, Historia de roma, Historia romana
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    Os gladiadores eram obrigados a lutar ferozmente até o adversário cair ferido ou morto, muitas vezes, com um dos lutadores feridos a autoridade no camarote oficial ouvia a multidão decidindo se o ferido merecia ou não continuar vivendo, esses espetáculos violentos eram realizados em anfiteatros, o mais famoso era o Coliseu em Roma.
Coliseu em Roma: tudo o que você precisa saber para visitá-lo
Coliseu em Roma construído de 68-79 d.C., obra concluída durante reinado do imperador Tito.
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     Também existia o circo com apresentações e corridas de cavalos atrelados a pequenas carruagens, além do teatro onde assistiam-se peças de tragédias e sátiras. O Circo Máximo em Roma era o local mais conhecido, onde ocorriam essas apresentações. 
Sugestão - Corrida de Bigas | •Acampamento Meio-Sangue• Amino
Corridas de bigas, ocorriam no Circo Máximo.
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RELIGIÃO EM ROMA
    Os romanos eram politeístas e tiveram seu panteão de deuses baseado nas divindades gregas, o chefe geral da religião romana era o sumo pontífice. Os rituais pomposos serviam para dar também uma utilidade política, já que o imperador depois de morto ocupava um lugar entre os deuses.
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Estátua de Júpiter, deus romano do dia, do céu e do trovão e o rei dos deuses na mitologia romana.

Augusto da Via Labicana – Wikipédia, a enciclopédia livre
Imperador Otávio Augusto com as vestes de pontífice máximo. 
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     Os principais deuses romanos foram:
  • Júpiter: principal deus (deus dos deuses), deus do dia, do céu e do trovão
  • Juno: esposa de Júpiter, rainha dos deuses.
  • Minerva: deusa da sabedoria, das artes e do comércio.
  • Marte: deus da guerra e da agricultura.
  • Vênus: deusa do amor e da beleza.
  • Netuno: deus das fontes de água e do mar
  • Plutão: deus dos mortos.
  • Mercúrio: deus do comércio, da venda e do lucro.
  • Baco: deus do vinho e da natureza.
  • Vulcano: deus do fogo, da lava e da metalurgia
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    Mas outra religião ganhou destaque, já que Jesus Cristo nasceu nos domínios do Império Romano, contudo o cristianismo foi duramente perseguido, por exemplo durante o governo do imperador Nero que culpou os cristãos pelo Grande Fogo de Roma no ano de 64.
As tochas de Nero, de Henryk Siemiradzki (1878). Segundo escritos o imperador Nero utilizou cristão como tochas humanas.

    No ano de 313 d.C. o imperador Constantino I depois de uma visão passou a utilizar o monograma cristão e converteu ao cristianismo lançando o Edito de Milão liberando o culto do cristianismo no império. 
A batalha da Ponte Mílvia por Pieter Lastman (1613). O imperador Constantino I segundo historiadores da época visualizou durante esses conflitos, acima do Sol as letras gregas X e P que são as iniciais da palavra Cristo naquele idioma, o imperador passou a utiliza-la como seu estandarte.

Cristograma Chi-Rho com as letras gregas X e P que são as iniciais da palavra grega "ΧΡΙΣΤΟΣ" (que quer dizer Cristo).

    Em 380 d.C. o cristianismo passa a ser a religião oficial do Império Romano, quando o imperador Teodósio I decretou o  Édito de Tessalônica, contudo conflitos religiosos foram constantes entre cristão e pagãos (que não eram católicos), e até conflitos entre o imperador e bispos da Igreja Católica.
Santo Ambrósio barra Teodósio na Catedral de Milão, obra de Anthony van Dyck (1619).


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  O mais antigo painel iconográfico do Cristo datado do século VI.
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QUEDA DE ROMA
    O Império Romano tinha sua economia baseada na mão de obra escrava e sem novas conquistas territoriais e subjugação de povos, a quantidade de novos escravos foi diminuindo levando a um custo mais alto para adquirir novos escravos, diante disso vários povos germânicos foram aceitos pacificamente para trabalhar em regiões do Império, como a Gália.
Ficheiro:Mosaique echansons Bardo.jpg
Mosaico romano da cidade de Duga no norte da África onde dois escravos carregam jarras de vinho.
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    Contudo, outros povos germânicos que eram guerreiros começaram a pressionar as fronteiras, os romanos os chamavam de “bárbaros”, porque eles não se subjugavam e não usavam sua língua e costumes. Outro fator de enfraquecimento, foi a disputa crescente entre os principais generais romanos pelo poder, o que acabava enfraquecendo o Império.

Aventuras na História · 10 fatos sobre Átila, o Huno
Átila, líder do povo huno devastando a cidade de Aquileia, Itália, 452 dC - Ilustração de Tancredi Scarpelli (1866-1937) em "Storia d'Italia".
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    Depois da morte do imperador Teodósio I em 395 d.C. o Império Romano foi dividido entre dois de seus filhos e herdeiros, o Império Romano do Ocidente com capital em Roma governada pelo imperador Flávio Honório e o Império Romano do Oriente com capital em Constantinopla e governado pelo imperador Arcádio.
Mapa da divisão do Império Romano no ano de 395.

O Império Romano do Ocidente mostra-se cada vez mais frágil a ataques dos diversos povos bárbaros (povos germânicos), em 410 d.C. ocorreu o conhecido Saque de Roma, liderados por Alarico os visigodos ocuparam durante um período a cidade, o imperador romano se refugiou em uma cidade do interior. 
O saque de Roma em 410 pelos vândalos, obra de Joseph-Noël Sylvestre (1890).

    Em 455 foi a vez o rei vândalo Genserico liderar um conflito contra Petrónio Máximo, o imperador romano que usurpou o poder, o resultado foi um novo saque de Roma naquele ano.
Saque de Roma em 455, obra de Karl Pavlovitch Briullov (1833-1836).
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    Ocorreram numerosos ataques, dos vários povos como saxões, francos, alamanos, hunos e godos. Em 476 d.C. Odoacro, chefe do povo hérulo conquistou Roma e depôs o último imperador romano Rômulo Augusto.
Arquivo: Romulus Augustulus and Odoacer.jpg
Rômulo Augusto renuncia a coroa de imperador romano em favor a Odoacro, o rei da Itália (a direita).

Moeda com a efígie do imperador Rômulo Augusto, ele foi o último imperador romano de outubro de 475 até setembro de 476.

Odoacro, líder hérulo e rei da Itália de 476 até 493. 

    Com a queda de Roma, o território do antigo Império Romano do Ocidente dividiu-se entre os diversos povos germânicos, enquanto a parte oriental do Império permaneceu como um estado unitário.
Mapa da Europa, norte da África e Oriente Médio no ano de 476.
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