Povos Africanos: Sudão central

  • Os hauçás
  • Os iorubás
  • Escravidão na África

    Até o século XVI as cidades do Sudão central não se constituíram como um império ou reino propriamente dito, eles foram vassalos de reinos poderosos que existiram ao norte ou se estabeleceram como cidades-Estado autônomas.
Reinos africanos - Aula de História para o Enem e vestibulares
Em destaque as cidades hauçás e iorubás.
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 OS HAUÇÁS   
    A população hauçá originou-se da integração de vários grupos étnicos africanos que eram localizados entre o rio Níger e o lago Chade, região de passagem para várias rotas comerciais.
Populações africanas as margens do rio Niger.
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    As cidades da região buscavam se organizar de maneira fortificada para defender-se de saques e pilhagem, a população camponesa que formava a maior parte da população vivia próximo a esses centros e em muitas oportunidades buscavam refúgio nas cidades-fortaleza.
Medieval Kanem-Bornu Islamic Caliphate of the Sahel.Northern Nigeria.Hausa  Durban FESTIVAL hAWAN sALLAH. | Africa, African, Horses
Festival nigeriano representando os guerreiros medievais haussas.
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    Pouco a pouco fortaleceu o poder a vários soberanos na região, as trocas comercias e atividades artesanais (tecidos, calçados e artigos de metal) movimentando a economia.
Homem hauçá com vestimentas típicas, nota-se o  turbante chamado de alasho e a roupa denominada babban riga, vestimenta que também recebe outras nomenclaturas por outros povos.
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    No século XIV a região recebe influência da religião islâmica, assim os povos hauçás se converteram ao islamismo e escrita árabe se difundiu na região. 
Gobarau minaret, Katsina. | Afrique
Minarete Gobarau, em Katsina na atual Nigéria, construída no século XIV e XV.
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    Existiram sete principais cidades hauçás, a mais conhecida foi Cano. A guerra era uma prática comum e com a chegada dos europeus a região os hauçás se envolveram no tráfico atlântico de escravos.
183 anos da Revolta dos Malês | Revista Movimento
No final do século XVIII vários hauçás foram trazidos para o Brasil como escravos, eles organizaram a Revolta do Malês na Bahia em 1835, mas foram derrotados.
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OS IORUBÁS  
    Um pouco mais a oeste da atual Nigéria encontravam-se a maior parte dos povos de língua iorubá, apesar de terem a mesma língua e várias afinidades culturais formaram sociedades independentes.
Agogô, um instrumento musical formado por um único ou múltiplos sinos originado da música iorubá.
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    As origens desse povo remontam a suas traduções orais, tem como antepassado Olodumaré, cujos descendentes reinaram sobre sete cidades, sendo as mais importantes: Benin, Ilé Ifé e Oyo.
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     Apesar de não ter uma unidade política, os iorubás tinham um centro espiritual, a cidade de Ilé Ifé era governada por um oni (grande sacerdote), que tinha a sua volta um conselho de Estado que governava por um tempo determinado. 
Cabeça de bronze de Ifé, referente ao século XIV aproximadamente, a cabeça estuda-se que foi de uma rainha de Ilé Ifé.
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    Desse modo os chefes tribais, na verdade em um conselho de anciãos eram responsáveis pela defesa da cidade e pela preservação dos costumes.
Os Iorubás -Contexto geográfico, origem, organização social e política –  Babá Ojeleke Ayinla
Povo africano em momento de confraternização.
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    O reino do Benim que foi criado em torno do século XII tinha um líder com poder absoluto conhecido como obá, ele era observado de perto pelo conselho de notáveis (anciãos). O obá também era o grande sacerdote e comandava os rituais que podiam incluir sacrifícios humanos, normalmente escravos.
Placa de bronze do antigo Reino do Benim.
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    As descobertas arqueológicas revelaram um grande desenvolvimento artístico com trabalhos em bronze, terracota, marfim, ferro e madeira. A principal fonte de riqueza do povo iorubá, era o comércio.
Bronze Leopard Sculpture by the Benin Tribe | 1stdibs.com | Sculpture,  Bronze, Benin
Escultura de Leopardo da região do Benim.
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    Muitos homens e mulheres haussás (hauçás) e iorubás foram trazidos para o Brasil como escravos entre os séculos XVI e XIX. Isso se deve a disputa local entre o reino de Daomé e os povos de língua iorubá que saíram em desvantagem e foram vendidos como escravos.
Navio negreiro, obra de Johann Moritz Rugendas.
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     No Brasil temos exemplo do sincretismo religioso, onde a influência africana é grande, em especial do povo iorubá e o candomblé.
Tombamento da Casa Branca completa 30 anos
Casa Branca do Engenho Velho, templo de candomblé localizado em Salvador na Bahia.
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    Os orixás são as principais entidades e se relacionam com a noção de família que engloba vivos e mortos, basicamente é um antepassado divinizado que estabeleceu algum controle sobre algum fenômeno da natureza como trovão, vento, mar, rio, etc. 
Iemenjá em uma galeria de arte na Nigéria.
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    Abaixo alguns orixás de origem iorubá:
  • Olodumaré: deus - ser supremo, criador dos orixás e do homem, do universo.
  • Iemanjá: deusa relacionada a fertilidade, maternidade, a água, rios e pescadores.
  • Oxum: deusa da beleza, fertilidade, riqueza espiritual e material.
Estátua Orixá Oxum do Ouro com Filá 28cm no Elo7 | Cima Artes Orixás  (124022F)
Estátua de Oxum
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ESCRAVIDÃO NA ÁFRICA  
    A escravidão existiu em praticamente todas as sociedades africanas, nas pequenas sociedades agrícolas e pastoris ocorria a chamada escravidão de linhagem, muitos ainda se tornavam escravos por não conseguir pagar suas dívidas ou castigo por algum crime.
O leilão de escravos vindos da África | Museu de Imagens
Africanos aprisionados e escravizados.
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    A maioria das sociedades escravistas era já organizada mais ou menos em reinos como uma estrutura hierarquizada. Os escravos trabalhavam nas lavouras, mineração, no exército e até no trabalho doméstico.
Africanos escravizados sendo transportados.
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    Os povos e reinos islamizados do norte da África buscavam cativos nos reinos africanos do sul do deserto do Saara, pelas leis islâmicas, um muçulmano não poderia ser escravo de outro muçulmano, assim era necessário adquirir escravos de povos que não eram islâmicos.
Principais redes de tráfico árabe de escravos em África na Idade Média.
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    A escravidão masculina se expandiu e milhares de escravos foram levados anualmente em caravanas, mas os muçulmanos também adquiriam escravas femininas para transforma-las em concubinas, além disso existia os eunucos que era um homens castrados, cuja uma das suas funções era tomar conta de um harém e por serem poucos, tinham um alto valor para aquisição.
Eunuco do sultão Abdulamide II do Império Otomano em frente ao Palácio Imperial (1912).
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