Idade Média: expansão econômica e as cruzadas

• Duas fases da Baixa Idade Média
• Processo de expansão econômica e populacional
• Tensão política e econômica
• As Cruzadas

DUAS FASES DA BAIXA IDADE MÉDIA         A Baixa Idade Média de acordo com muitos historiadores, pode ser dividido em duas grandes fases: Processo de expansão (século IX até o XIII) - de diversos setores da vida da Europa Ocidental. Entre as transformações que revelam essa expansão, podemos citar: ampliação das culturas agrícolas, renascimento comercial e urbano e fortalecimento da burguesia. Processo de depressão (século XIV-XV) - na Europa Ocidental, decorrente das crises econômica, política e religiosa. 01

PROCESSO DE EXPANSÃO ECONÔMICA E POPULACIONAL       No século X as invasões de povos bárbaros cessaram, os últimos foram os normandos no norte da França e os eslavos na atual Hungria. Além disso, a Igreja Católica promoveu a Trégua de Deus, que limitou número de dias de combate a 90 por ano, proibiu o combate de sexta a segunda-feira e em dias de festa. Torneios medievais. 02

Nesse momento histórico temos o desenvolvimento agrícola e nas novas técnicas proporcionaram um aumento de produção. Agricultura medieval. 03

As principais inovações da Revolução Agrícola foram: Charrua: máquina de revolver a terra, um arado grande, puxada por bois ou cavalos. Peitoral: instrumento feito de madeira, que permitia a utilização do cavalo para puxar a charrua. Ferradura: peça de ferro moldada, utilizada para proteger o casco do cavalo em terrenos ásperos. Moinho d’Água: equipamento movido a água, usado para moer cereais, etc. Sistema trienal de cultivo e a rotação de culturas. 04

A maior produção no campo resultou em mudanças significativas, melhorando as condições de vida da população, aumentando a expectativa de vida e diminui a mortalidade, assim o resultado foi positivo na Europa Ocidental onde notou-se um aumento populacional significativo entre o ano 1000 até 1300. 05

Também outras atividades foram retomadas com grande ênfase, devido o aumento da produção, ocorre também o crescimento do comércio, mas devido à falta de terras, alguns indivíduos passaram a se dedicar integralmente ao comércio e ao artesanato. Comércio em cidade medieval. 06

Nesse momento surge uma nova classe social, a burguesia - classe que dedicada principalmente ao comércio e que passou a viver fora das dependências dos feudos. Eles viviam inicialmente nos burgos, muito irão crescer e se transformar em importantes cidades. 07

TENSÃO POLÍTICA E ECONÔMICA     Com o crescimento do comércio, as cidades italianas estavam interessadas em abrir rotas na costa do Mar Mediterrâneo, onde os árabes controlavam a grande maioria das principais rotas, além disso o crescimento populacional levou a uma tensão no campo e a nobreza começou a ter novos objetivos: conquistar de territórios bizantinos e do Oriente Médio para criar novos feudos. Rotas medievais. 08

Como resposta a essa situação e devido a todas as transformações que ocorreram na Europa, a partir dos séculos X e XI, a Igreja e a nobreza, detentoras do poder social e político, incentivaram as Cruzadas, que libertariam a Europa e o Oriente do domínio islâmico e dariam conta dos interesses econômicos e políticos da burguesia e da nobreza medieval. Clero, Nobreza e os Servos. 09

AS CRUZADAS       De 1096 a 1270, expedições foram formadas sob o comando da Igreja, a fim de recuperar Jerusalém para os cristãos (que naquele momento se encontrava sob domínio dos turcos seljúcidas) e reunificar o mundo cristão, dividido com a “Cisma do Oriente”. Na época eles chamavam o movimento de expressões como "peregrinação" e "guerra santa". Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém. 10

No Médio Oriente, as cruzadas foram chamadas de "Invasões Francas", já que os povos locais viam esses movimentos armados como invasões e porque a maioria dos cruzados vinha dos territórios do antigo Império Carolíngio e se autodenominavam francos. Mapa com Europa, Oriente Médio e norte da África e as três principais religiões em 1095. 11

O termo Cruzada surgiu porque seus participantes se consideravam soldados de Cristo, distinguidos pela cruz nas suas roupas. Muitos participavam do movimento como uma forma de pagamento, promessa ou uma forma de pedir alguma graça, sendo considerada uma penitência. Soldados de Cristo (Cruzados). 12

Por volta do ano 1000, aumentou muito a peregrinação de cristãos para Jerusalém, pois corria a crença de que, o fim dos tempos estava próximo, contudo em 1076 os turco-otomanos tomaram a cidade de Jerusalém e passaram a proibir peregrinação de cristãos para a cidade, além disso o imperador bizantino apesar das diferenças solicitou ajuda ao Papa Urbano II devido as ameaças militares muçulmanas. Pedra da Unção, em Jerusalém local onde segundo a tradição, o corpo de Jesus teria sido depositado após a crucificação no Santo Sepulcro. 13

O Papa Urbano II organizou o Concílio de Clermont na França em 1095, no qual conclamou toda a população Ocidental a libertar Jerusalém e lutar pela fé cristã. O Papa concedeu a indulgência plena aos que fossem ao Oriente para defender os peregrinos, passando a pregar e prometer a salvação a todos os que morressem em combate contra os pagãos. Papa Urbano II em Clermont-Ferrand. 14

O espírito religioso medieval foi um fator fundamental para a articulação do movimento cruzadista (fator estimulador-mental).  Cruz de Lotário do século X. 15

No total ocorreram oito cruzadas, vamos destacar as principais: Primeira Cruzada (1095-1099): Essa cruzada se desdobrou em duas expedições A Cruzada dos Mendigos e a Cruzada dos Senhores. Obtiveram sucesso, conquistaram a Terra Santa e outras áreas do Oriente Médio. Miniatura do Cerco de Jerusalém (1099). Godofredo de Bulhão está usando uma torre de cerco para assaltar as muralhas de Jerusalém. 16

Segunda Cruzada (1147-1149): Foi estimulada por São Bernardo. O fracasso só não pôde ser considerado pleno, porque Lisboa acabou sendo conquistada pelos soldados cruzados que saíram de Flandres e da Inglaterra em direção à Palestina. Mas o sultão islâmico Saladino conquistou Jerusalém. Fortaleza dos Cavaleiros da Ordem dos Hospitalários na Síria. 17

Terceira Cruzada (1189-1192): a Cruzada dos Reis, incentivada pelo Papa Gregório VIII, que obteve o apoio de Ricardo Coração de Leão, rei da Inglaterra; do imperador germânico Frederico Barbarossa e de Filipe Augusto, rei de França. Não conseguiram reconquistar Jerusalém, mas no final os cristãos puderam peregrinar com segurança devido a um acordo com os islâmicos. Batalha de Hattin, vitória decisiva do exército muçulmano. 18

Um importante impacto das Cruzadas foi a criação de ordens militares e religiosas como a dos Ordem dos Templários encarregados de defender as propriedades e as terras dos nobres católicos no Oriente e a Ordem dos Hospitalários (Malta) encarregados de acomodar os peregrinos cristãos em Jerusalém, ao longo das Cruzadas as ordens religiosas foram essenciais durante as Cruzadas no combate aos muçulmanos e também se fortaleceram economicamente. Membros da ordens militares e religiosas, a esquerda Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém, ao lado a Ordem de Malta ou Cavaleiros Hospitalários, ao centro a Ordem dos Templários e a direita a Ordem Teutónica. 19

Entre as consequências das Cruzadas podemos destacar: Em relação aos objetivos foram um fracasso, seu custo foi muito caro em vidas e em bens. Não conquistaram de modo permanente a Terra Santa e não seguraram o avanço islâmico na região. Fator positivo foi o renascimento do comércio na Europa com a reabertura do mar Mediterrâneo. Fortalecimento do poder real em virtude do empobrecimento dos senhores feudais, muitos envolvidos com as Cruzadas. 20

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Idade Média: aspectos culturais, religiosos, filosóficos e arquitetônicos

• Cultura e religião medieval
• Filosofia medieval
• Arquitetura medieval
• Heresias

A Idade Média foi marcada por dois períodos, sendo que ambos tem grande influência cultural da Igreja Católica que era a dominante no pensamento filosófico e também na maior parte das grandes construções, sendo o expoente da arquitetura medieval. Vitrais com José, Maria e Jesus Cristo. 01

CULTURA E RELIGIÃO MEDIEVAL     A cultura feudal foi caracterizada por uma visão do homem voltada para Deus e para a vida após a morte. A Igreja conseguiu sobreviver às invasões germânicas e logo depois iniciou o processo da conversão dos bárbaros. A Última Ceia, obra de Joan de Joanes (1562). 02

Com a conversão dos povos germânicos, o grande destaque foi rei Clóvis (Reino Franco), a Igreja transformou-se na mais poderosa e influente instituição do sistema feudal, sendo a principal divulgadora da cultura teocêntrica. Clóvis, rei dos francos, o primeiro importante rei a se converter a Igreja Católica. 03

A cultura teocêntrica é a doutrina em que defende Deus como o centro de tudo, assim todas as relações típicas do feudalismo foram justificadas e legitimadas pelo teocentrismo.  O Pai, o Filho e o Espírito Santo na pintura O batismo de Cristo, de Francesco Albani (1578–1660). Jesus cura um leproso, mosaico medieval na Catedral de Monreale na Itália. 04

As artes, a ciência, letras e a filosofia eram determinadas pela visão da Igreja sobre o mundo, além disso a moral religiosa condenava o comércio, o lucro e a usura (empréstimo com cobrança de juros). Em quase toda Europa Medieval o cristianismo católico era predominante e dominava todo o cenário ideológico.  Cristo na Estrada para o Calvário, obra de Andreia di Bartolo (1415-1420). 05

Na Europa Ocidental, as poucas regiões fora do domínio cristão, foram o emirado com sede em Córdoba que chegou a controlar a maior parte da Península Ibérica, os árabes chamavam essa região de Al-Andalus, seus habitantes eram conhecidos como mouros e a religião dominante era o islamismo. Símbolo mais conhecido do Islamismo: Lua Crescente com uma Estrela. 06

Outro caso particular dizia respeito aos judeus espalhados pela Europa, praticantes do judaísmo, em vários locais eles eram ser  hostilizados, por exemplo após a expulsão dos islâmicos da Península Ibérica muitos judeus acabaram por converter-se ao cristianismo, eram chamados de cristãos-novos. Menorá, é um dos símbolos do judaísmo, ele é um candelabro de sete braços. 07

A Igreja Católica passou a ser herdeira e transmissora do conhecimento greco-romano, mas seguindo sua própria interpretação. As afirmações científicas ou filosóficas eram baseadas na interpretação da Bíblia escrita em latim que era a língua oficial da igreja.  Bíblia manuscrita em latim de 1407 quando foi escrita na Bélgica, exposta na Abadia de Malmesbury, Grã-Bretanha. 08

Na literatura, as Novelas de Cavalaria retratam heróis fantásticos e feitos heroicos: El Cid, Tristão e Isolda e a história do Rei Artur. Rei Arthur, rei lendário da Inglaterra. 09

FILOSOFIA MEDIEVAL      Na Alta Idade Média a doutrina filosófica medieval baseou-se na obra de Santo Agostinho, principal autor da filosofia patrística. Essa corrente filosófica considera Deus, o único ser racional e superior e os humanos irracionais e dependentes da sua existência. Santo Agostinho, bispo e doutor da Igreja. O coração em chamas significa - um coração em chamas para Deus. 10

Diante do pecado original, o homem se encontra em um estado de perdição e somente a fé poderá salva-lo, sendo assim, para Santo Agostinho a salvação pela fé é o mais importante dogma de sua obra.  Santo Agostinho ensinando em Roma, obra de Benozzo Gozzolli. 11

Já na Baixa Idade Média a doutrina filosofia medieval passa a basear-se na Escolástica que teve vários pensadores, o mais importante e conhecido foi o monge dominicano Tomás de Aquino (1225-1274), de origem italiana ele foi canonizado pela Igreja Católica pela sua importância diante do intenso debate entre fé e razão. 12

Tomás de Aquino entendia que diante do debate entre fé e razão, concebeu a filosofia como "serva da Teologia”. Na corrente de pensamento de Aquino ele conclui que o Estado conduz o ser humano até um determinado ponto, quando é necessário o poder da Igreja que é sem dúvida superior ao poder do Estado. 13

ARQUITETURA MEDIEVAL        Na arquitetura o destaque fica para o estilo românico nos séculos XI e XII, refletindo a instabilidade e o medo do período. Apresentando com a utilização do arco romano simples e paredes grossas de caráter sólido com poucas aberturas, usado em castelos e igrejas. Abadia da Santíssima Trindade em Lessay, França em estilo românico.  14

Logo depois temos a ascensão de um novo estilo arquitetônico, o estilo gótico, nos séculos XII e XIV com mudanças sociais, políticas e econômicas, além disso ocorre inicialmente um crescimento comercial que ajuda a alavancar a construção de castelos e grandiosas catedrais nesse novo estilo arquitetônico mais elaborado e monumental. Catedral de Milão em estilo gótico. 15

A construção dessas enormes Igrejas foi financiada pelos bispos e cardeais (Igreja Católica), mas também por leigos como reis, nobres e comerciantes. Catedral de Tours, na França em estilo gótico. 16

HERESIAS        Apesar de todo o poder da Igreja, nem todas as pessoas seguiam rigidamente suas regras, muitas comunidades desenvolveram suas próprias crenças, como por exemplo: a adoração de animais, adivinhações com cartas ou até mesmo o encantamento para promover o amor entre pessoas levou muitas pessoas a serem perseguidas acusadas de heréticas ou hereges. Condenação máxima, a fogueira de um herege. 17

Muitas vezes as heresias ocorriam por interpretações divergentes sobre questões religiosas dentro do próprio cristianismo católico discordando da “interpretação oficial” da Igreja Católica, a partir do século IX surgiram ainda mais heresias. Parte do painel da Igreja de São João Batista, obra por volta de 1490, na comuna de Buhl, França. Cristo na Cruz, obra de Carl Bloch (1870). 18

Entre as principais heresias foram os cátaros também conhecido como albigenses, por expandiram-se na região francesa de Albi, eles acreditavam em dois deuses: do bem e outro do mal, Jesus Cristo foi enviado pelo Deus do bem para libertar as almas humanas. Expulsão dos cátaros de Carcassonne (França) em 1209. 19

Outras heresias, como os valdenses em regiões da França, os paritanos na Itália e os bogomilismo na região dos Balcãs (Bulgária), estes três movimentos acreditavam que o cristianismo somente existia apenas na pobreza e na vida simples, questionando a riqueza da Igreja de Roma. Em 1231 foi criado o Tribunal do Santo Ofício, esse tribunal ficou conhecido como Inquisição, ele atuava para descobrir e julgar pessoas que eram acusadas de heresia. Pedro Valdo, um rico comerciante que doou seus bens e líder religioso dos valdenses, que posteriormente se integraram ao calvinismo. 20

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Idade Média: feudalismo e sociedade

• Origem do Feudalismo 
• O que era um feudo?
• Política e o feudalismo
• Economia feudal
• Sociedade feudal
• Tributos e obrigações feudais

O feudalismo é um conjunto de práticas econômicas, sociais e políticas, baseado nos vínculos de lealdade, no qual uma classe de guerreiros especializados – os senhores – subordinados uns aos outros por uma hierarquia de vínculos de dependência, domina uma massa camponeses (servos) que trabalha na terra e lhes fornece os produtos para viver. Iluminura apresentando os camponeses. 01

ORIGEM DO FEUDALISMO        Entre o século V e X a Europa sofre várias transformações devido a vários fatores, os principais são: Herança romana - O caráter sagrado da monarquia, o sistema do colonato onde o trabalhador é obrigado a entregar parte de sua colheita em troca da utilização de uma parcela de terra. 02

Herança germânica - O comitatus e o beneficium, que era o juramento de fidelidade a um chefe militar em troca de riquezas e terras conquistadas. Além disso, o Direito consuetudinário baseado nos costumes, ou seja, na tradição. 03

Influência do cristianismo - Fator decisivo na formação do Ocidente medieval, pois proporcionou a ligação entre romanos e germânicos, dando unidade à civilização medieval. Mitra do Papa. 04

As novas invasões do século X favoreceram a ruralização, já que pessoas com menos recursos, procuraram ajuda de nobres em troca de proteção e terras para trabalhar, assim passaram a ser submetidos, a um regime de servidão. A economia retraiu com o quase abandono das atividades comerciais e a agricultura passou a ser praticamente de subsistência.  Camponeses medievais. 05

O QUE ERA UM FEUDO?     A palavra feudo é de origem germânica, relativa ao direito que alguém possui sobre um bem, geralmente uma área de terra. Compreendia uma ou mais aldeias que eram normalmente tinham vários locais como o castelo, a igreja, casa paroquial, celeiros, fornos, açudes, pontes, pastagens e o mercado, onde nos finais de semana ocorriam às feiras. Feudo medieval. 06

O feudo era dividido em três partes distintas: Manso senhorial: terras cuja produção pertenciam ao senhor feudal. Manso Servil: era os lotes que cabiam aos servos por meio de laços de vassalagem, os lotes de terra também eram chamados de tenências. Manso comunal: terras de uso comum, pastagem, bosques e florestas. Áreas de um feudo. 07

POLÍTICA E O FEUDALISMO     O poder político passou a ser dividido com os senhores feudais, que governavam exercendo autoridade administrativa, judicial, militar, cobrança de impostos e taxas em seus territórios. A organização dos feudos baseou-se em duas tradições: a germânica, o comitatus (fidelidade e honra) e a de origem romana, o colonato (proteção e trabalho). 08

A base das relações de poder era os laços de vassalagem: o feudo era cedido por um poderoso senhor a um nobre em troca de obrigações e serviços, quem concedia a terra era o suserano e quem a recebia era o vassalo.  O vassalo, por sua vez, podia ceder parte das terras recebidas a outro nobre, passando a ser, ao mesmo tempo, vassalo do primeiro senhor e suserano do segundo. Na base do sistema ficavam os servos. Suserano e vassalo. 09

A cerimônia tinha dois momentos: Homenagem: O vassalo ao receber a terra, jurava fidelidade a seu senhor, se ajoelhava diante do suserano e prometia ser-lhe leal e servi-lo na guerra. Investidura: O suserano entrega ao vassalo um objeto simbólico representando a posse da terra.     A quebra dos laços de fidelidade com o suserano era denominada felonia, considerada uma falta gravíssima que poderia ter como consequência o isolamento de quem o praticasse. 10

ECONOMIA FEUDAL       O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder, lembrado que economia feudal se baseavam em uma agricultura, que utilizava um sistema de rotação de culturas. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares, plantavam-se cereais (cevada, trigo, centeio e aveia), cultivavam-se também favas, ervilhas e uvas.  Servos na agricultura. 11

Nos campos criavam-se carneiros que forneciam a lã; os bovinos forneciam carne, leite e eram utilizados para puxar carroças e arados, os cavalos que eram utilizados na guerra e no transporte. Além disso, o artesanato era praticado e no comércio se destacava as trocas comerciais por mercadorias e produtos, ou seja, um comércio in-natura. Cevada 12

SOCIEDADE MEDIEVAL         A sociedade medieval era: hierárquica contendo ordens e estratos sociais bem definidos e estática porque tínhamos pouca ou nenhuma mobilidade social.  Pirâmide social medieval. 13

No topo dessa pirâmide social estava o clero (os que oram) membros da Igreja Católica que exercia grande influência sobre os reis e a nobreza feudal, com o tempo a Igreja também acumulou terras e conhecimento, este último um privilégio naquela época. No topo da hierarquia estava o Papa seguindo pelos cardeais, arcebispos, bispos e na base sacerdotes e monges.  Monges católicos. 14

O segundo grupo é formado pela nobreza (os que guerreiam), eles tinham o controle sobre os feudos e do cenário político. Os grandes proprietários formavam a alta nobreza (reis, príncipes, arquiduques, duques, marqueses e condes). Abaixo tínhamos a pequena nobreza, sendo composta pelos viscondes, barões e cavaleiros esses últimos eram os mais expressivos representantes das forças militares visando a proteção das propriedades.  Cavaleiros medievais. 15

Mas a maior parte da população pertencia ao terceiro grupo formado pelos camponeses (servos), eles eram responsáveis pelo trabalho nas terras e pela produção agrícola, a grande maioria trabalhava em regime de servidão e se submetiam às exigências de um senhor feudal.  Servos medievais 16

Em menor número ainda existiam os vilões e escravos, os primeiros eram indivíduos livres que ofereciam sua força de trabalho temporariamente a um senhor feudal e os escravos eram bastante escassos nessa época e geralmente ficavam responsáveis pela realização de trabalhos domésticos. Servos 17

TRIBUTOS E OBRIGAÇÕES FEUDAIS          São tributos feudais que os servos deveriam pagar aos seus senhores feudais: Corveia: trabalho compulsório nas terras do senhor (manso senhorial) durante alguns dias da semana internas levaram ao cisma em 926 a.C. quando formaram-se dois reinos: Talha: parte da produção agrícola do manso servil, que deveria ser entregue ao senhor feudal. Banalidade: tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens do feudo, como o moinho, o forno, o celeiro e até pontes. Capitação: imposto pago por cada membro da família (por cabeça). 18

Tostão de Pedro ou dízimo: 10% da produção do manso servil era pago à Igreja, utilizado para a manutenção da capela local. Formariage: quando o nobre resolvia se casar, todo servo era obrigado a pagar uma taxa para ajudar no casamento, era também válida para quando um parente do nobre iria casar. Mão Morta: em caso de falecimento do pai (chefe da família), era necessário pagar uma taxa para permanecer no feudo em que a família já estava. 19

Justificativa do clero diante da sociedade medieval é representada por esse parágrafo de um bispo católico V. H. Green: “O próprio Deus quis que entre os homens, alguns fossem senhores e outros servos, de modo que os senhores venerem e amem a Deus, e que os servos amem e venerem a seu senhor, seguindo a palavra do apóstolo: Servos, obedecei a vossos senhores temporais com temor e apreensão; senhores, tratai vossos servos de acordo com a justiça e a equidade”. Sociedade medieval 20

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