Grandes Navegações: expansão marítima

  • Portugal – Ceuta, Cabo Bojador, Cabo da Boa Esperança, Calicute (Índia) e o Brasil
  • Espanha – Chegada a América, primeira circum-navegação da Terra
  • Bula Inter Coetera e o Tratado de Tordesilhas

    As Grandes Navegações avançaram no século XV com o pioneirismo português graças a aliança entre o rei D. João I, mestre de Avis e a nascente burguesia mercantil portuguesa. Somente após expulsarem os muçulmanos da Península Ibérica, é que a Espanha voltou-se para as navegações.
A História das Caravelas Portuguesas | ncultura
Caravelas portuguesas
01
 EXPANSÃO MARÍTIMA   
    No ano de 1415, Portugal sob liderança do rei D. João I e do Infante D. Henrique conquistam a cidade islâmica de Ceuta no norte da África.
Ficheiro:Infante D. Henrique na conquista de Ceuta, s.XV.JPG
Infante D. Henrique na Conquista de Ceuta. Painel de Azulejos na Estação São Bento na cidade do Porto.
02
    No ano de 1434, Portugal com o navegador Gil Eanes ultrapassa o Cabo Bojador no litoral norte do continente africano. Até este ponto era conhecido segundo mapas antigos.                         .
Mapa do Saara Ocidental, atualmente ocupado pelo Marrocos, com a marcação do Cabo Bojador.

Ficheiro:Gil eanes.jpg
Navegador português Gil Eanes.
03
    No ano de 1456, Portugal realiza a “Descoberta” das Ilhas de Cabo Verde pelo navegador Diogo Gomes. As ilhas logo passaram a ser ocupadas servindo de base para a produção de cana de açúcar e comércio de escravos. 
Mapa com destaque as Ilhas de Cabo Verde na costa africana.
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   No ano de 1488, Portugal consegue com o navegador Bartolomeu Dias ultrapassar um cabo localizado bem ao sul do continente africano, devido a dificuldade de navegar naquela área ele o chamou de cabo das Tormentas. 
Cabo da Boa Esperança – Wikipédia, a enciclopédia livre
Cabo da Boa Esperança, no sul do continente africano.

Personalidade: Bartolomeu Dias – 0233 – Recanto do Escrito
Navegador português Bartolomeu Dias.
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    Todas as informações e novos achados eram informados ao rei D. João II, e quando ele soube da informação que o cabo seria a posição que levaria a uma possibilidade de contornar a África, o rei passou a chamar o local de Cabo da Boa Esperança, novo que permanece até hoje no local.
Rota da viagem do navegador Bartolomeu Dias.
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    No ano de 1492, a Espanha ganha destaque nas Grandes Navegações quando os "Reis Católicos" patrocinam uma viagem comandada pelo navegador genovês Cristovão Colombo, o plano de Colombo acreditava que a Terra era redonda, assim navegando a Oeste também poderia-se chegar a Índia. 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c2/Portrait_of_a_Man%2C_Said_to_be_Christopher_Columbus.jpg/200px-Portrait_of_a_Man%2C_Said_to_be_Christopher_Columbus.jpg
Cristovão Colombo, comando a expedição que chegou ao Novo Mundo.

Como a esquadra de Cristóvão Colombo retornou a Europa, já que os ...
Rota da primeira viagem de Cristovão Colombo.
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    Assim em com três embarcações: Santa Maria, Pinta e Ninã; Colombo chegou em outubro de 1492 a ilha de San Salvador na Bahamas (América Central) entrando em contato com as tribos locais, que logo foram chamados de índios. 
Ficheiro:Desembarco de Colón de Dióscoro Puebla.jpg
Primeiro desembarque de Colombo na América, obra de Dióscoro Puebla.
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    De volta a Espanha, Colombo logo se reuniu com casal de reis espanhóis Fernando de Aragão e Isabel de Castela onde explicou tudo sobre a viagem, mas a princípio grandes riquezas não foram encontradas, contudo era questão de tempo para serem encontrados vestígios de ouro e prata. 
Ficheiro:Emanuel Gottlieb Leutze - Columbus Before the Queen.JPG
Colombo Diante dos Reis Católicos Fernando e Isabel, obra de Emanuel Leutze.
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    Em 1493 a Espanha visando garantir a posse das terras recém descobertas do Novo Mundo, busca apoio do papa Alexandre VI que determina a Bula Inter Coetera decretado as ilhas de Cabo Verde o marco da divisão das novas terras descobertas, assim um linha imaginária passaria a 100 léguas a oeste de Cabo Verde. A direita da linha ficava as terras portuguesas (África, Índia, etc.) e do lado esquerdo as terras espanholas (todo Novo Mundo - América).
Mapa dividindo o mundo ocidental entre Portugal e Espanha pela Bula Inter Coetera.
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    Portugal não aceita a proposta da Bula Inter Coetera, assim em 1494 ocorre negociações entre lusitanos e espanhóis, o que leva a assinatura do Tratado de Tordesilhas, que também tem como marco as ilhas de Cabo Verde, mas com uma linha imaginária de 370 léguas a oeste de Cabo Verde. Nesse sentido os portugueses continuaram com a posse de territórios da África, Índia e parte do que seria o Brasil (somente ocupado oficialmente em 1500) e os espanhóis ficaram com quase todo o Novo Mundo (atualmente chamada de América).
Mapa indicando o Tratado de Tordesilhas (1494) e a Bula Inter Coetera (1493).
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    Em 1497 outra viagem importante iniciava-se, quando Portugal lançou uma frota sob comando de Vasco da Gama, a viagem de descoberta da rota marítima de Lisboa até a Índia. O objetivo era controlar o comércio lucrativo das especiarias (cravo, canela, pimenta, artigos de luxo, etc).
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8d/Vasco_da_Gama_-_1838.png/220px-Vasco_da_Gama_-_1838.png
Navegador português Vasco da Gama.

Variedades de pimenta do reino

Noz-moscada

Cravo-da-índia

Gengibre

Canela
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    Fazendo várias escalas no continente africano, a esquadra de Vasco da Gama buscou se afastar dos ataques de navegadores e povos muçulmanos, conseguindo alcançar a cidade de Calicute na Índia em maio de 1498 entrando em contato com o governante indiano e comercializando alguns produtos. Apesar de algumas perdas, quando retornaram a Portugal com os produtos indianos, o lucro da viagem chegou a 600%, o que levou a organização de uma segunda viagem a Índia.
Vasco da Gama desembarcando em Calicute, Índia, obra de Ernesto Casanova. A viagem de a Índia rendeu 600% de lucro.
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    Em 1500, Portugal lançou ao mar uma poderosa frota, assim iniciava a segunda viagem rumo a Índia, era composta por catorze navios e comandada pelo fidalgo Pedro Álvares Cabral com objetivo de estabelecer relações comercias duradouras com o governante de Calicute na Índia.
COMO ERA A VIDA NA ARMADA DE PEDRO ÁLVARES CABRAL? | TOK de HISTÓRIA
Esquadra portuguesa

A viagem de Pedro Álvares Cabral - ArcGIS StoryMaps
Pedro Álvares Cabral, fidalgo e navegador português.
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    Mas a partir de Cabo Verde, ocorre uma mudança de rota, muitos dizem que foi o acaso devido aos ventos que levaram ao um desvio da rota, mas o mais aceito entre os estudiosos do tema, sendo assim o mais provável, é que os portugueses já tinham algum conhecimento sobre a região e de forma proposital mudaram a rota com o objetivo de tomar de forma oficial o território que hoje é o Brasil, assim a esquadra de Cabral avistou o Monte Pascoal em 22 de abril de 1500, esse fato histórico passou a ser chamado de "Descobrimento" do Brasil.
Vista do Monte Pascoal em Porto Seguro, Bahia.

    Contudo hoje se questiona a utilização desse termo já que haviam habitantes no Brasil, assim muitos livros já trazem expressões como ocupação do Brasil, o início da exploração do Brasil ou simplesmente a chegada dos portugueses ao Brasil.
Postagem do sobre o 22 de abril do Museu do Ipiranga.
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  Na sequência ocorre o desembarque e os primeiros contatos com as tribos indígenas em Porto Seguro/Bahia, o contato foi amistoso e revelou aos portugueses que a terra era boa com muita água, contundo não tinha nem ouro ou prata. 
Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500, obra de Oscar Pereira da Silva.
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    Toda a viagem da esquadra de Cabral e a chegada ao Brasil ficou registrada na Carta de Pero Vaz de Caminha, ele era o escrivão e responsável pelo registro de todos os acontecimento durante a viagem, assim Pero Vaz de Caminha relatou tudo desde os costumes indígenas até o clima, plantas, etc.
Ficheiro:Carta-caminha.png
Carta de Pero Vaz de Caminha está guardada em Lisboa.
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     Ainda sobre a posse portuguesa, foi erguida uma cruz e no dia 26 de abril sob orientação do Frei Henrique de Coimbra foi rezada a primeira missa no Brasil, sendo relevante a visão europeia de civilização e de uma das missões das Grandes Navegações que era "salvar almas".
Ficheiro:Meirelles-primeiramissa2.jpg
Primeira Missa no Brasil, quadro de Victor Meirelles.
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    No dia 2 de maio de 1500 a frota comandada por Cabral continuou sua rota até a Índia e uma embarcação voltou a Portugal para levar a carta ao rei D. Manuel I.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a4/Brazil_16thc_tupinamba.gif/170px-Brazil_16thc_tupinamba.gif
Índios tupinambás
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    Outro fato importante ocorreu de 1519 até 1522, quando a Espanha patrocinou a primeira circum-navegação em torno do Planeta Terra, esse feito comprovaria a tese que o nosso planeta seria "redondo", a empreitada esteve sob comando do experiente navegador Fernão de Magalhães e após a morte deste nas Filipinas, o comando passou a Juan Sebastian Elcano. 
Fernão de Magalhães, navegador português que se destacou a serviço da Espanha.

Juan Sebastián Elcano, navegador e explorador espanhol.

    Partiram em dezembro de 1519, logo atravessaram o Oceano Atlântico, passaram pelo sul da América (atual Estreito de Magalhães) e atravessaram o Oceano Pacífico, chegando a várias ilhas onde hoje temos as Filipinas, entraram em contato com vários povos, inclusive em confronto, quando Fernão de Magalhães acabou morto durante uma batalha em Cebu nas Filipinas, assim o comando passa ao navegador Juan Sebastián Elcano que consegue junto a sua tripulação chegar ao porto espanhol de Sanlúcar de Barrameda em dezembro de 1522.
Rota da primeira circum-navegação (1519-1522).
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Grandes Navegações: pioneirismo ibérico (Portugal e Espanha)

  • Guerra de Reconquista (718-1492)
  • Formação e independência de Portugal
  • Formação da Espanha
  • Motivos e tecnologias utilizadas nas Grandes Navegações

GUERRA DE RECONQUISTA (718 – 1492)   
    Para que os primeiros passos da Expansão Marítima pudessem ocorrer foi necessário primeiramente o surgimento e a consolidação do Estado-nação moderno, deixando de forma lenta e gradual a Idade Média. Na Península Ibérica tínhamos uma situação diferenciada já que quase toda região era ocupada pelos muçulmanos (mouros) no sé.
Mapa da Península Ibérica em 750.
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     Desde 718 os cristãos na Península Ibérica confrontavam os muçulmanos, com objetivo de expulsar os islâmicos, essa é chamada Guerra de Reconquista que ocorre até o ano de 1492. Inicialmente o Reino das Astúrias era o único reino cristão combatendo os "infiéis", mas logo ocorrem cisões e independências e por volta de 824 surge o Reino de Navarra, em 850 o Reino de Castela, em 910 o Reino de Leão e 1035 o Reino de Aragão, além de existir entidade com grande independência como o Condado de Barcelona e o Condado Portucalense.
Monumento a Pelágio em Cangas de Onís, Astúrias. Pelágio foi o fundador e primeiro rei das Astúrias.
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    Um grande impulso contra os muçulmanos, ocorre quando é lançada pela Igreja Católica com apoio da nobreza, um movimento político, econômico e religioso chamado de Cruzadas (1096-1272), a “guerra santa” lançada pelos cristão não era somente a conquista de Jerusalém (Terra Santa), mas também a expulsão dos muçulmanos de outros territórios desejados por reinos cristãos. Assim vários membros de Ordens Religiosas como a Ordem dos Templários ajudaram na formação de Portugal e Espanha.
Código da Cavalaria Medieval | Eras Históricas Amino Amino
Guerreiro da Ordem dos Templários.
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FORMAÇÃO E INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL    
    Vários franceses foram lutar contra os muçulmanos, Henrique de Borgonha foi um deles e se destacou nas batalhas de reconquista, diante disso ele casou como Teresa, filha do rei Afonso VI do Reino de Leão e recebeu um território e um título nobiliárquico, o Condado Portucalense em 1096. 
Henrique de Borgonha recebe a investidura do Condado Portucalense, em 1096, das mãos de Afonso VI de Leão e Castela, obra de Claudius Jacquand.
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    Diante dos constantes conflitos com os mouros, Henrique de Borgonha governou o condado com grande independência. Em 1112, toma posse seu filho D. Afonso Henriques que continua a Guerra de Reconquista. Entre tréguas e guerras negociou-se um acordo com o Reino de Leão em 1143, que reconhecia a independência de Portugal, mas mantendo um compromisso de manterem-se aliados contra os islâmicos.
Mapa da Península Ibérica em 1150.
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    Sob comando do rei D. Afonso I, da Dinastia de Borgonha, Portugal conquistou Lisboa em 1147 com ajuda dos cruzados. Por volta de 1267, Portugal confirma a posse da região do Algarve (sul de Portugal) finalizando a conquista de grandes áreas na formação do Reino de Portugal.
r/portugal - “O Rei Dom Afonso Henriques” pintura de Eduardo Malta para a Exposição do Mundo Português de 1940.
O Rei D. Afonso Henriques, obra de Eduardo Malta. D. Afonso I, foi rei português de 1143 até 1185. 
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    Com a morte do rei D. Fernando I em 1383 sem deixar descendentes, finalizava a Dinastia de Borgonha o que levou a uma crise de sucessão, e consequentemente a uma guerra civil. Disputavam o trono português: o rei D. João I de Castela que era neto de um rei português (D. Dinís I) e D. João, Mestre da Ordem de Avis, filho ilegitimo do rei português D. Pedro I.
D. João I, Mestre de Avis e rei português de 1385 até 1433.

Bandeira portuguesa usada entre 1385 até 1481.
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    Em 1385 as Cortes portuguesas querendo manter a independência do país, elegeram o filho ilegítimo como novo rei, assim ele foi coroado como D. João I, primeiro rei português da Dinastia de Avis. No mesmo ano, para consolidar seu poder o rei português D. João I teve que vencer os castelhanos na Batalha de Aljubarrota.
Batalha de Aljubarrota (Batalha entre Castela e Portugal) em 1385.
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     Esse processo de consolidação de independência de Portugal, ficou conhecido como Revolução de Avis, o novo rei D. João I que governou de 1385 até 1433 apoiou-se na nobreza, mas também na burguesia comercial incentivando o desenvolvimento de tecnologias para a expansão das navegações.
Padrão dos Descobrimentos | Lisboa - YouTube
Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, homenagem a época de ouro de Portugal.
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   FORMAÇÃO DA ESPANHA
    Enquanto Portugal já tinha se constituído politicamente e territorialmente, o restante da Península Ibérica convivia com guerra contra os mouros (muçulmanos), mas também conflitos e casamentos entre as dinastias e reinos de Leão, Castela, Aragão e Navarra.
Mapa da Península Ibérica.
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     Primeiramente o Reino de Leão foi anexado ao Reino de Castela por volta de 1230. Mas um dos fatos decisivos foi o casamento em 1469, entre a rainha Isabel I de Castela e o rei Fernando II de Aragão, os descendentes do casal unificaram o território, nascendo a Espanha. O casal era chamado de “Reis Católicos de Espanha”.
Fernando II de Aragão e a Isabel I de Castela.
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    Mas ainda faltava um território ao sul da Espanha que estava sob controle muçulmano, o Emirato de Granada que foi definitivamente conquistado pelos cristãos no ano de 1492. Assim a Espanha é formada e pode-se lançar mais esforços econômicos e militares visando as grandes navegações.
A Rendição de Granada, obra de Francisco Pradilla. O Emir Maomé XII (esq.) rendendo-se aos Reis Católicos.
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 PIONEIRISMO PORTUGUÊS   
     Naquela época circulavam conversas que no mar era a morada de monstros terríveis, que o fundo do oceano ficava o inferno, que os mortos no mar nunca sairiam do purgatório e que conforme se navegava para o sul, as águas esquentavam muito e chegavam a ferver. 
Mapa da costa de Portugal, do holandês Lucas Janszoon Waghenaer de 1584.
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       Mas vários fatores incentivaram o pioneirismo português nas grandes navegações:
  • Boa localização geográfica e uma atividade pesqueira para o Atlântico.
  • Centralização política (Revolução de Avis).
  • Desenvolvimento de técnicas de navegação e conhecimento náutico.
  • Disponibilidade de capital (dinheiro), inicialmente  de genoveses, mas aos poucos a expansão marítima se autofinanciou.
  • Falta de terras cultiváveis, assim os portugueses buscavam alimentos no comércio.
  • Uniformização tributária e monetária capaz de ampliar os negócios da burguesia e fortalecer economicamente a Coroa.
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    Todos esses fatores contrastavam com os demais países europeus, já que a Espanha ainda estava envolvida na Guerra de Reconquista contra os muçulmanos e França e Inglaterra estavam em confronto na Guerra dos Cem Anos. Esses fatores atrasaram a entrada principalmente dos últimos dois para as expedições marítimas. 
Batalha de Patay (1429), durante a Guerra dos Cem Anos.
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   Em Portugal a expansão marítima foi organizada pela Coroa portuguesa com apoio dos mercadores (burguesia mercantil) e da nobreza. Apesar de ser um país agrário, o comércio português com a região de Flandres (Países Baixos – Holanda) e com o norte da África era intenso. Os portugueses vendiam sal, pescado, vinho e azeite e compravam tecidos, cereais e prata.
Vista de Lisboa e Rio Tejo no século XVI. 
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    Na história das grandes navegações portuguesas existem muitas lendas ou até situações controversas, como a existência da Escola de Sagres dirigida pelo Infante D. Henrique, quinto filho do rei D. João I, está escola dedicava-se a pesquisas cartográficas e náuticas. Mas hoje está provado que na verdade que o local indicado era apenas uma das residências do Infante, mas que também pode ter servido para estudos náuticos no século XIV.
Infante D. Henrique, obra de  Nuno Gonçalves. O Infante foi mestre da Ordem de Cristo de 1420 até 1460.
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    Mesmo assim não resta dúvida que o Infante D. Henrique teve papel importante na expansão marítima portuguesa entre 1415 até sua morte em 1460, já que ele reuniu matemáticos, astrônomos, navegadores, cartógrafos a fim de conseguirem desenvolver tecnologia e conhecimento necessário para encarar rotas no Oceano Atlântico.
Cruz da Ordem de Cristo. Após o fim da Ordem dos Templários, em Portugal o rei cria no ano de 1319 a Ordem de Cristo, que acabou sendo uma ordem militar e religiosa que apoio as navegações.
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    Assim os portugueses difundiram o uso da bússola essencial para a orientação dos navegantes; desenvolveram o quadrante que alinhado o Oriente e o Sol permitindo calcular latitudes; o astrolábio que possibilitava medir a altura dos astros em relação ao horizonte no curso da navegação.
Antiga bússola portuguesa.

Marinheiro utilizando um quadrante.

Utilizando o astrolábio.
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    Outro fator importante foi a construção de embarcações adequadas a navegação oceânica, assim surgiram as embarcações conhecidas como caravelas, que eram navios leves, ágeis e podiam levar até 50 toneladas, bem menor que outras embarcações que podiam levar em torno de 600 toneladas, mas também mais simples de operar, 20 tripulantes era o número necessário para conduzir a caravela.
A História das Caravelas Portuguesas | Caravela portuguesa, Caravela,  Barcos antigos
Caravela portuguesa com a Cruz da Ordem de Cristo.
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