Império Romano do Oriente (395-1453): do apogeu até a queda de Constantinopla

  • Divisão do Império Romano
  • Império Bizantino: do auge à decadência
  • Queda do Império Bizantino 

DIVISÃO DO IMPÉRIO ROMANO    
Império Romano: resumo, imperadores, divisão e queda - Toda Matéria
    Depois da morte do imperador Teodósio em 395 d.C., a divisão entre seus dois herdeiros a criação de dois  impérios, no oeste o Império Romano do Ocidente com capital em Roma e a leste o Império Romano do Oriente com capital em Constantinopla. A parte Ocidental entrou em crise e foi extinta em 476, mas o lado Oriental permaneceu por quase mil anos, somente sucumbiu em 1453. 
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IMPÉRIO BIZANTINO: DO AUGE À DECADÊNCIA
   A cidade de Bizâncio foi fundada por colonos gregos, contudo a cidade ganha destaque após sua refundação por volta de 324 a.C. durante o domínio romano sob comando do imperador Constantino I. Logo a cidade passa a ser chamada de Constantinopla, uma homenagem ao imperador romano. A posição estratégia da cidade entre a Europa e a Ásia levou a um crescimento expressivo, em pouco tempo e tornou-se a capital do Império Romano do Oriente (Império Bizantino).
Mosaico do século X, representando o imperador Constantino segurando a cidade de Constantinopla, na Basílica de Santa Sofia, Istambul, Turquia.
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    Enquanto o Império Romano do Ocidente e sua capital Roma, sofreram diversos ataques de povos germânicos, o lado oriental, com os imperadores sediados em Constantinopla enfrentaram disputas internas com as trocas de dinastias e mantinham relações tensas com os reinos germânicos recém formados.
Constantinopla, capital do mundo
Mapa da região com destaque a cidade de Constantinopla (atual Istambul).
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     O apogeu do Império Bizantino chegou no século VI, durante o reinado de Justiniano (527-565), ele buscou restaurar a autoridade do imperador romano em regiões controladas pelo antigo Império Romano, sua política expansionistas levou a conquista de territórios no norte da África, Península Itálica e Península Ibérica.
Mosaico na igreja Santa Sofia, tendo ao centro a Virgem Maria e o menino Jesus e a esquerda o imperador Justiniano I, tendo em mãos a basílica.
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    Mas o imperador Justiniano também teve que enfrentar uma revolta interna, logo no início do seu governo, a Revolta de Nika em 532, a revolta começou com conflitos no Hipódromo de Constantinopla, mas acabou ganhando cunho políticos e social, os revoltosos tomaram quase toda cidade, o imperador chamou um de seus principais generais que conseguiu conter a revolta, massacrando com os insurretos. 
Belisário, líder militar do exército bizantino, fiel ao imperador derrotou a Revolta de Nika e aprisionou dois reis germânicos.
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    A esposa de Justiniano, a imperatriz Teodora é lembrada pela sua atividade no governo, buscando promover políticas públicas relacionadas as condições de vida das mulheres, como a garantia de herdar bens e propriedades em caso de divórcio.
Imperatriz Teodora e seus assistentes, mosaico na Basílica de São Vital em Ravena, centro-norte da atual Itália.
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    A principal campanha militar bizantina nesse período foi a  Guerra Gótica (535–554) com objetivo de conquistar a Península Itálica e tornada uma província do Império Romano do Oriente. O Reino Ostrogodo sofreu grandes derrotas, e no  fim o imperador Justiniano  conseguiu dominar regiões da atual Itália, mas seu poder continuava instável naquela região.
Península Itália, por volta do século VII, áreas em marrom e rosa sob controle bizantino, mas eles serão expulsos pelos lombardos no século VIII.
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    Na parte administrativa, o Império Bizantino, restabeleceu quadros administrativos romanos revisando o Direito Romano, assim surgiu o Código de Direito Civil, sendo a parte mais destacada o Código Justiniano onde se afirmava o poder ilimitado do imperador, submissão dos colonos e dos escravos aos seus senhores.
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Capa do livro “O código de Justiniano” de Adeilson Nogueira.
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    Economicamente o império dependia da agricultura e do comércio, que geravam grande riqueza para Constantinopla. No governo de Justiniano, os bizantinos chegaram a dominar a maior parte das rotas comerciais do Mar Mediterrâneo.
Império Bizantino em 550. A parte mais clara representa as conquistas de Justiniano.
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    Na arquitetura temos a realização de obras militares (fortalezas e castelos) e também de cunho artísticos e religioso, o maior destaque foi o início da Basílica de Santa Sofia em 532.
Santa Sofia foi sede do Patriarcado de Constantinopla, depois da conquista turca passou a ser uma mesquita islâmica de 1453-1931 e 2020-atual
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    A arte bizantina se desenvolveu com a produção de objetos como joias, esculturas e decorações de paredes e altares com diversas técnicas de mosaico e de pintura. 
Idade Média – Joias de Época
Joia bizantina do século X, em formato de cruz, geralmente utilizado por pessoas da nobreza ou do clero cristão oriental.
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    Em 565 ocorre a morte do imperador Justiniano, nos anos seguintes vários territórios foram perdidos para outros povos, a Península Itálica foi conquistada pelos francos e lombardos. No Oriente os persas na época do Império Sassânida (224-651) também conquistaram as regiões da Síria, Palestina e Egito, assim reduziu-se consideravelmente o território do império.
O Strategikon de Kekaumenos - Sugestão de Leitura - VOC | Império  bizantino, Império romano, Bizantino
Mapa do Império Bizantino entre os anos 1000-1100.
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    Na religião, o cristianismo oriental institucionalizado pela Igreja de Constantinopla que estava submetida ao imperador bizantino, mantendo autonomia e separação total em relação ao Papa de Roma. Um exemplo de diferenciação ocorreu entre os séculos VIII e IX quando a representação e o culto de imagens da Virgem, de Jesus, dos anjos e santos foram proibidas no Império Bizantino, essa rejeição de imagens religiosas é chamada de iconoclastia. 
Bartolomeu I, atual patriarca da Igreja de Constantinopla (Igreja Ortodoxa).
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    Assim a união entre Estado e Igreja ficou conhecida como Cesaropapismo que significa a política imperial bizantina de querer conciliar o poder político e poder religioso. Assim no Império Bizantino, política e religião são entidades indissolúveis em que o sagrado é parte do temporal, de que o Imperador: chefe de Estado e chefe da Igreja.
Chi Rho - monograma cristão e bizantino, muito utilizado pelos imperadores. É formado pela sobreposição das duas primeiras letras (iniciais) chi e rho (ΧΡ) da palavra grega "ΧΡΙΣΤΟΣ" (que quer dizer Cristo).
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    Apesar de separadas por séculos, somente ocorre em 1054 o Cisma do Oriente, que causou oficialmente a ruptura da Igreja Cristã, separando-a em duas: Igreja Católica Apostólica Romana e Igreja Católica Apostólica Ortodoxa, quando os líderes da Igreja de Constantinopla e da Igreja de Roma se excomungaram mutuamente, perseguindo quem professava a outra fé.
Mosaico de Jesus Cristo na Basílica de Santa Sofia.
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    No século VIII, durante a dinastia Heráclida, a administração foi reestruturada com base nas prioridades militares. Passou até o século XI a conceção de terras a particulares em troca da prestação de serviço militar.
  Soldo mostrando o imperador Heráclio (c. 35-38 anos de idade). Feito pela casa de moeda de Constantinopla.
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QUEDA DO IMPÉRIO BIZANTINO
    Desde o século IX, disputas políticas internas e conflitos com vários povos enfraqueceram o império. No século XI chegou ao poder o imperador Aleixo I da Dinastia Comneno, o Império Bizantino já não tinha o mesmo esplendor e sofria constantes ataques de vários povos guerreiros.
Imperador Aleixo I Comnemo recebendo Pedro, o Emerita na Primeira Cruzada.
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    Nesse momento o imperador Aleixo I pede auxilio da cristandade ocidental, sendo um dos motivos para a organização de Cruzadas, a Primeira Cruzada passou por Constantinopla. Já no século XIII, ocorre um golpe de Estado em Constantinopla, o imperador deposto pede ajuda a Quarta Cruzada que toma a cidade de Constantinopla em 1204 e forma um novo império, coroando um imperador cristão católico, contudo as disputas políticas levaram a divisão e o enfraquecimento ainda maior da região.
Nota-se ao centro o Império Latino de Constantinopla governado por imperadores católicos de origem francesa, mais a esquerda o Império de Niceia onde a nobreza bizantina se agrupou sob comando da dinastia Paleóloga.
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     Em 1261, a antiga nobreza bizantina comandada pela dinastia paleóloga reconquista a cidade de Constantinopla e refunda o Império Bizantino, sob comando do imperador Miguel VIII Paleólogo, mas com constantes conflitos contra os latinos e muçulmanos, levou o imperador a aumentar os impostos contra os camponeses o que gerou descontentamentos e revoltas.
Miguel VIII Paleólogo, imperador de 1259 até 1281.

A águia bicéfala, o símbolo da dinastia paleóloga que comandou o Império Bizantino.

    A partir do século XIII, forma-se o Império Turco Otomano, um império muçulmano sunita, que logo tornou-se no principal rival dos bizantinos.
Osmã I, primeiro sultão otomano, governou de 1299 até 1323.
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     Em 1453, ocorreu mais um Cerco de Constantinopla, quando tropas turco otomanas lideradas pelo sultão Maomé II, o Conquistador com em torno de 60 mil combatentes cercaram a cidade por terra e por mar, os bizantinos reuniram em torno de 10 mil defensores. No final a cidade foi tomada pelos turcos otomanos e renomeada de Istambul, essa cidade passou a ser a capital do poderoso Império Turco Otomano até o ano de 1922.
Constantino XI Paleólogo, último imperador bizantino de 1449 até sua morte em 1453.

Maomé II entrando em Constantinopla com seu exército, obra de Fausto Zonaro.


O Sultão Maomé II, o Conquistador, obra de Gentile Bellini (1480).

    Esse evento histórico, a queda de Constantinopla, marcou mais tarde para a historiografia tradicional o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna, sendo que esse fato ocorreu concomitantemente a outros eventos importantes do século XV como o Renascimento e as Grandes Navegações. Outro aspecto importante é que as rotas comerciais do Mar Mediterrâneo passaram quase totalmente para o controle muçulmano, o que levou a busca de novas rotas e as expedições marítimas fizeram esse papel. 
Evolução do Império Otomano de 1300 até 1520.

    Na parte religiosa, apesar  de transformarem a Basílica de Santa Sofia em uma mesquita islâmica, a religião ortodoxa pode continuar existindo, assim o Patriarcado de Constantinopla existe até hoje sendo um dos mais importantes da Igreja Ortodoxa.
Catedral de São Jorge, localizada em Istambul e sede do Patriarcado de Constantinopla desde o século XVII.
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Hebreus: da origem à diáspora

  • Origem dos hebreus e o judaísmo
  • Localização e economia
  • Períodos históricos: Patriarcado, Era dos Juízes, Era dos Reis, Era do Cisma e a Era dos Profetas

ORIGEM DOS HEBREUS E O JUDAÍSMO   
    Os hebreus eram um dos povos semitas, que segundo a tradição bíblica descendiam de Sem, filho primogênito de Noé, assim o conceito de semita refere-se a um tronco linguístico que inclui o hebraico, aramaico e o árabe.
A Bíblia Sagrada
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     Os cinco primeiros livros da Bíblia (pentateuco) são usados pelos historiadores atuais no estudo do povo hebreu. São eles: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômios.
Como a Bíblia foi formada e organizada? - Bíblia
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     A religião dos hebreus é o judaísmo, uma das primeiras religiões monoteístas, o elemento fundamental da crença do judaísmo é a existência de um único deus, chamado de Yahvé em hebraico. Os hebreus chamam o pentateuco de Torá, o livro sagrado dos judeus, além disso tem o Talmud que é um coletânea de livros com ensinamento sobre lei, ética e costumes.
Torá em uma sinagoga na cidade de Colônia, Alemanha.
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LOCALIZAÇÃO E ECONOMIA    
     Segundo relato bíblico, Canaã (Palestina) é o berço da Civilização Hebraica, a região fica localizada entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho. Ponto de passagem obrigatório entre a África e a Ásia sendo uma região constantemente assediada e invadida por vários povos.
MAPA DE CANAÃ - 29 (753×1100) | Dicas de estudo da bíblia, Livros da  bíblia, Ensinamentos bíblicos
Atualmente a região pertence a Israel, Palestina, Jordânia e o sul do Líbano.
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    As condições geoclimáticas da região eram bastante difíceis devido à aridez do solo, com exceção das margens do Rio Jordão, que eram propícias à agricultura. 
O Vale do Jordão, o Berço da Civilização Mundial - Notícias de Israel -  Cafetorah
Foto atual de parte do Vale do Rio Jordão.
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    O pastoreio e as relações comerciais com os povos vizinhos eram a base da economia dos hebreus. Somente durante o período da monarquia hebraica, a agricultura teve certa relevância.
Hebreus. – Citando Moda
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  PERÍODOS HISTÓRICOS: PATRIARCADO  
    Hebreu significa “Povo do outro lado do rio”, Abraão patriarca dos hebreus era natural da cidade de Ur na Mesopotâmia, ele recebeu uma revelação divina e se recusou a cultuar os ídolos, fez uma aliança com Yahvé (Deus) criando uma religião monoteísta e fundou a linhagem hebraica, migrando com seu povo para Canaã, na Palestina.
A Caravana de Abraão, aquarela de James Tissot, (1903).
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    Os descendentes de Abraão continuaram a ser os patriarcas do povo hebreu, seu filho Isaac tornou-se o segundo patriarca hebreu e seu neto Jacó o terceiro patriarca. Jacó teve doze filhos que deram origem as Doze Tribos de Israel.
Mapa com as 12 Tribos de Israel.
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    Em busca de terras férteis e novas pastagens, muitos hebreus migram para o Egito no delta do rio Nilo, na época em que a região foi conquista pelos hicsos. Com a derrota e expulsão dos hicsos do Egito, os hebreus são vistos como um povo invasor e acabam submetidos aos faraós com uma forte tributação coletiva e obrigados a trabalhar em obras, ficando impedidos de sair do reino (Cativeiro do Egito).
Israelenses no Egito, obra de Edward Poynter (1867).
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    Surge entre os hebreus no Egito a liderança de Moisés, segundo relato bíblico ele teria sido o único sobrevivente de um massacre de bebês hebreus do sexo masculino ordenado pelo faraó. Moisés foi colocado em uma cesta no rio Nilo e foi encontrado por uma das filhas do faraó, ele foi criado no palácio até adulto quando recebeu a revelação divina que era hebreu e tinha como missão libertar seu povo do cativeiro egípcio.
Moisés e outras obras-primas de Michelangelo - O Berço do Mundo
Moisés, obra de Michelangelo (1515).
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    Por volta de 1.250 a.C. sob a liderança de Moisés, ocorre o Êxodo, ou seja, a fuga dos hebreus para a Palestina, que já era considerada a Terra Prometida para os hebreus.
Moisés frente ao Mar Vermelho.
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    Durante a fuga, no Monte Sinai, Moisés teria recebido de Deus, as Tábuas da Lei ou Dez Mandamentos. O povo hebreu por receber as leis diretamente de Deus se autointitulado como “o povo eleito”.
Moisés com as Tábuas da Lei, obra de de Rembrandt van Rijn (1659).
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 PERÍODOS HISTÓRICOS: ERA DOS JUÍZES    
    Estendeu-se entre 1.390 a.C. a 1.030 a.C., quando o povo hebreu passou a ter uma liderança política, religiosa e militar. Esse líder por instrução divina, unificava e dirigia as tribos hebreias, principalmente em períodos de guerras.
Sansão Lutando com o Leão (1525) obra de Lucas Cranach, o Velho.
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     Josué foi o primeiro juiz, ele iniciou a luta pela reconquista da Palestina; depois vieram outros, como Sansão que era conhecido pela sua força e Samuel, que foi reconhecido como sacerdote e escolheu o primeiro rei hebreu, indicando Saul. Durante esse período os hebreus reconquistaram quase toda região de Canaã (Palestina).
A Tomada de Jericó, por Jean Fouquet (1475).
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PERÍODOS HISTÓRICOS: ERA DOS REIS    
    Saul foi primeiro rei dos hebreus, mas os conflitos na região continuaram e durante a Batalha de Gilboé entre hebreus e filisteus, o rei Saul se suicida para não cair em mãos inimigas ou foi assassinado durante a batalha. Nesse momento o Reino de Israel compreendia uma estreita faixa de terra na região da Palestina. 
O Significado da Arca da Aliança → O que Significa a Arca da Aliança
Arca da Aliança é uma arca de madeira coberta de ouro, descrita no Êxodo como o local onde ficam guardadas as tábuas de pedra dos Dez Mandamentos.
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    Nesse contexto, um jovem guerreiro chamado Davi ganhou destaque derrotando os filisteus liderados por Golias, com a morte de Saul por volta de 1.010 a.C., Davi torna-se o segundo rei hebreu. O Reino de Israel foi fortalecido e expandiu seu território, tendo Jerusalém como capital.
Antigo Reino de Israel.

Estrela de Davi no centro da bandeira atual do Estado de Israel.
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    O rei Salomão, filho e sucessor de Davi, promoveu o comércio com a Fenícia, Síria e o nordeste da África. Desenvolveu grandes avanços tecnológicos na agricultura, aumentando a produtividade. Realizou inúmeras obras, entre elas o palácio real e o Templo de Jerusalém, onde ficavam guardadas as tábuas da lei.
O Templo de Salomão | Primeiro Templo de Jerusalém: da construção à  destruição - YouTube
Templo de Salomão deve ter sido construído por volta do ano 850 a.C. ao 1050 a.C. as datas variam entre os diversos pesquisadores sobre o tema.
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PERÍODOS HISTÓRICOS: ERA DO CISMA    
    Disputas internas levaram ao cisma em 926 a.C. quando formaram-se dois reinos:
  • Reino de Israel, liderado por Jerobão, com 10 tribos, era o reino mais desenvolvido, após dois séculos foi destruído pelos assírios.
  • Reino de Judá, liderado por Reboão, 2 tribos, reino mais pobre, foi conquistado pelos caldeus, e forçados ao chamado Cativeiro da Babilônia de 587 a.C. até 539 a.C. Os hebreus foram libertados pelo rei persa, Ciro. É o início da Era dos Profetas.
Mapa com a divisão dos hebreus durante o cisma de 926 a.C.
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 PERÍODOS HISTÓRICOS: ERA DOS PROFETAS   
    Os profetas eram líderes religiosos que pregavam a vinda de um Messias. Nos séculos seguintes, os descendentes da tribo de Judá (judeus) foram sucessivamente conquistados por vários povos: persas, macedônicos e romanos. É durante a ocupação romana que nasce, na Galileia, JESUS CRISTO.
Adoração dos Pastores obra de Gerard van Honthorst (1622).

    Jesus de Nazaré nasceu na Judéia, em um período que os hebreus estavam sob domínio do Império Romano, sua vida foi marcada pelas dificuldades enfrentas pelos seus pais Maria e José e do povo hebreu, sua vida baseou-se em diversos ensinamentos, Jesus teve ao longo do caminho a adesão de 12 apóstolos que levavam sua mensagem. Jesus crítica a posição de algumas autoridade frente a situação do povo hebreu, o que leva a um conflito e a traição do apostolo Judas Iscariotes o traidor que entregou Jesus aos seus captores por trinta moedas de prata.
Última Ceia, obra de Juan de Juanes, século XVI.

    Jesus Cristo foi processado, julgado e ao final condenado a uma pena de morte comum a ladrões e malfeitores da época, a crucificação que ocorreu por volta do ano 33 d.C.
Morte de Jesus, obra de James Tissot (1886-1894), atualmente no Brooklyn Museum, em Nova Iorque.
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    Os judeus promoveram muitas revoltas contra a dominação romana. Em 70 d.C. após uma grande rebelião, a cidade de Jerusalém e o seu templo foram destruídas pelos romanos liderados pelo imperador Tito.  
A Destruição do Templo de Jerusalém, obra de Francesco Hayez (1867)

    Além disso, os judeus foram proibidos de reconstruir a cidade e mais tarde, em 136 d.C. ocorreu a expulsão definitiva dos judeus, que ficou conhecida como Diáspora judaica, durante o governo do imperador Adriano.
Copia em relevo de uma parte do Arco de Tito sobre a "Judeia escravizada", na imagem os espólios do cerco de Jerusalém.
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Povos Antigos: fenícios e persas

  • Fenícios: os grandes comerciantes do Mediterrâneo
  • Primeiro Império Persa (550 a.C.-330 a.C.)

FENÍCIOS: OS GRANDES COMERCIANTES DO MEDITERRÂNEO   
    Os fenícios foram um povo de origem semita que se instalaram em Canaã por volta de 1.500 a.C. onde atualmente situa-se o Líbano e partes da Síria e Palestina.
Mapa da Fenícia, as margens do Mar Mediterrâneo.
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    Eles fundaram  diversas cidades-Estados como Tiro, Sídon e Biblos, elas estavam localizadas na costa do Mar Mediterrâneo, favorecendo a principal atividade econômica do povo fenício, o comércio de diversas mercadorias como alimentos, tecidos, joias, metais e madeira..
Em vermelho, rotas comerciais dos fenícios.
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    O comércio gerou muita riqueza as cidades fenícias que começaram a manter entrepostos comerciais em outros pontos da Ásia, norte da África e Europa. A madeira era uma importante mercadoria, na região da Fenícia sendo abundante o cedro-do-líbano, essa madeira era utilizada para fazer embarcações.
O mítico Cedro do Líbano – Agência Boa Imprensa – ABIM
Cedro-do-líbano, nativa das montanhas da região mediterrânica, no Líbano, Síria, Turquia e Chipre.

O cedro é representando na atual bandeira libanesa.
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     As cidades-Estados fenícias tinham um governo centralizado, normalmente em um rei, apoiado pelos comerciantes mais ricos, construtores de navios e donos de oficinas, utilizadas na produção de tecidos, joias feitas de vidro, etc.
Sarcófago de Airã, rei fenício de Biblos, no Museu Nacional de Beirute.
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    Mas a grande maioria da população era formada por uma classe mais pobre de trabalhadores livres, pequenos comerciantes, camponeses, artesãos e pescadores. Também existia pessoas escravizadas que atuavam em vários tipos de serviço no campo ou na cidade. 
Pendente de vidro de estilo fenício dos séculos IV a III a.C. na forma de uma cabeça.
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    Na religião, os fenícios eram politeístas, cultuando principalmente os deuses: Baal (senhor da chuva, trovão e da agricultura), Astarde que era deusa do céu, da fertilidade e da primavera; Eshmun, deus da saúde e da cura; Tanit, deusa protetora de Cartago e Melcart, deus responsável pela proteção da cidade de Tiro.
Busto de Tanit, encontrada em necrópole cartaginesa de Ibiza nas Ilhas Baleares (atual Espanha).
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    O artesanato das cidades fenícias era comercializado em grande quantidade, produzindo desde joias de ouro até armas feitas de ferro ou bronze. Esse povo também ficou conhecido como construtores de barcos, em especial o birreme e o trirreme, esse tipo de barco movido a vela e com duas ou três fileiras de remos deu mais rapidez ao barco.
Moeda fenícia retratando um navio de guerra e um hipocampo (criatura mitológica que lembra um cavalo marinho).
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    Os fenícios criaram várias colônias ao longo das suas rotas comerciais, a maior e mais famosa dessas cidades foi Cartago fundada em 814 a.C. no norte da África, ela tornou-se em pouco tempo um importante centro comercial do Mediterrâneo ocidental.
Pellizcos de Clío on Twitter | Ancient carthage, Carthage, Carthage tunisia
Ruinas do antigo porto de Cartago.
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     Mas Cartago entrou em rota de colisão com a cidade de Roma, que também vinha se expandindo, disputas pelo controle da Sicília (ilha ao sul da Itália), as duas cidades se enfrentaram na Primeira Guerra Púnica (264 a.C.–241 a.C.) no qual Cartago saiu derrotada.
Representação artística de Cartago no seu auge, obra está no Museu Nacional de Cartago.
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    A rivalidade continuou e os cartagineses lançaram um ataque, iniciando a Segunda Guerra Púnica (218 a.C. – 201 a.C.) mas foram novamente derrotados. Com a cidade de Cartago já debilitada, ocorre uma guerra total (Terceira Guerra Púnica) e a cidade de Cartago é tomada pelos romanos e destruída em 146 a.C.
Hoplita cartaginense.
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 PRIMEIRO IMPÉRIO PERSA (550 a.C.-330 a.C.)   
    Por volta de 2.000 a.C a região do Oriente Médio era habitada por diversos povos, entre eles os medos e persas, inicialmente os persas foram subjugados por outros reinos mais fortes como o Reino Médio, mas em 550 a.C. sob liderança do rei Ciro II, os persas conseguiram vencer os medos e formar o Primeiro Império Persa, também conhecido como Império Aquemênida. 
Estandarte do Império Aquemênida.
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     Quando o rei persa Ciro II conquistou a cidade da Babilônia, os judeus que estavam no Cativeiro da Babilônia foram libertados e puderam voltar para Palestina e reconstruir o Templo de Jerusalém.
Ciro, o Grande, libertou os judeus do cativeiro babilônico para reassentar e reconstruir Jerusalém, ganhando-lhe um lugar de honra no judaísmo.
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     Sob comando do rei Dario I ocorreu uma expansão ainda maior, o Império Persa viveu seu auge naquele momento, compreendendo territórios dos atuais (Irã, Iraque, Síria, Turquia, Egito, Israel, Líbano, Afeganistão, Paquistão, Índia, etc)
Em amarelo máxima extensão do Primeiro Império Persa.
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    Para governar o extenso território, o rei Dario I dividiu o Império em províncias, chamadas de satrapias, cada uma governada por uma pessoa escolhidas pelo imperador (um sátrapa). Para interligar todas as regiões foram construídas uma rede de estradas e construiu uma nova capital persa, a cidade de Persépolis (A cidade dos persas). 
Ruinas do Palácio de Dario I, em Persépolis.
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     Com um império extenso, as trocas comerciais eram importantes, para facilitar esse processo o rei Dario I também criou uma moeda oficial cunhada de prata ou ouro, chamada de dárico
Esfinge alada do palácio de Dario, o Grande, em Susa. Atualmente no Museu do Louvre.
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    Desde aquela época os tapetes persas tinham grande importância na cultura e no modo de vida dos persas, no entanto as técnicas para produzir um tapete passou por diversas mudanças ao longo do tempo, mas o modo tradicional de produção permanece. Antes do valor artístico, os tapetes persas serviam aos povos como proteção do frio, nos momentos de orações, cobrir camas ou assentos, etc.
Tapete Persa Lilian 1,58x2,11 - Tenda dos Tapetes
Tapete persa.
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   Na religiosidade os persas adotaram o zoroastrismo, uma religião fundada no século VII a.C. pelo profeta Zaratustra (ou Zoroastro). A principal crença era baseada em duas divindades que eram gêmeas: Ahura Mazda que representava o bem, a luz e a verdade e Ahriman que representava o mal e a mentira. Essas duas divindades estariam em constante conflito. 
   Pintura dos acontecimentos da vida de Zoroastro.
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    Cada pessoa tinha a liberdade de escolher entre o bem e o mal, os persas acreditavam que após a morte existiria um julgamento e as pessoas boas seriam elevadas a um paraíso e as pessoas que tinham optado de caminho do mal eram conduzidas a um local de sofrimento. Os princípios do zoroastrismo influenciaram outras religiões.
Faravahar, símbolo dos povos iranianos antigos e do zoroastrismo.
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    O rei Dario I via as cidades-Estados gregas como uma ameaça a estabilidade de suas conquistas na Anátólia (região da atual Turquia), assim empreendeu sem sucesso uma tentativa de conquistar a Grécia Antiga, sendo derrotado na Batalha de Maratona (490 a.C.). Seu filho e sucessor o rei persa Xerxes I venceu com muito custo os gregos na conhecida Batalha de Térmopilas (480 a.C.), mas não conseguiu subjugar toda a Grécia.
Relevo rochoso do rei Xerxes I, localizado no Museu Nacional do Irã.
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    O Império Aquemênida estava se enfraquecendo devido a algumas disputas internas entre os satrapias, para complicar a situação em 334 a.C. o rei Alexandre III da Macedônia (Alexandre, o Grande) inicia um campanha militar com objetivo de conquistar o Império Persa, o que ocorre por volta de 330 a.C, com a morte de Dario III, o último rei persa.
Batalha de Isso, mosaico no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles. Vitória macedônica.
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